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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Palavras que vêm do GREGO


O grego foi um dos idiomas que mais influenciaram o latim.

Várias palavras vieram do grego para o português, muitas delas passando antes pelo latim.

Antídoto
Veio do latim antidotu, contraveneno, que se originou do grego antídoton, forma reduzida da expressão phármakon (remédio) antídoton (de anti-, contra + doton, dado), ou seja, remédio dado contra.

Arquipélago
O mar Egeu, que fica entre a Grécia e a Turquia, era chamado pelos gregos de archipélagos. A palavra se formou de archi, principal (arqui-inimigo é o inimigo supremo) + pélagos, mar. A palavra passou a designar o conjunto de ilhas, porque o mar Egeu tinha muitas ilhas.

Bíblia
A forma mais antiga de livro foi um rolo de papiro, usado pelos egípcios, gregos e romanos. Em grego, livro era biblíon. A palavra veio do nome do porto de Byblos, na Fenícia (atualmente Jubayl, no Líbano), porque de lá eram exportadas grandes quantidades de papiro.

O grego biblíon no plural era biblía. A palavra passou para o latim eclesiástico para designar o conjunto de livros sagrados que compõe a bíblia. 

Cirurgia
Através do latim chirurgia, veio do grego kheirourgía, que se formou de kheirós (mão) + érgon (obra, trabalho) e significava, além de trabalho manual, operação num paciente.

No grego, kheirós (mão) também aparece em kheiromanteía, origem do português quiromancia (previsão pelas linhas e sinais da mão).

Em português, o elemento -mancia (do grego manteía, adivinhação) aparece em várias palavras:

agromancia: adivinhação pelo aspecto dos campos;
aleuromancia: adivinhação pela farinha de trigo;
anemomancia: adivinhação do futuro pela observação dos ventos; 
aritmomancia: adivinhação por meio de números;
cartomancia: adivinhação por cartas de baralho;
datilomancia: adivinhação por meio do exame dos dedos;
nefelomancia: adivinhação pela observação das nuvens;
oniromancia: adivinhação por meio da interpretação dos sonhos;
rabdomancia: adivinhação por meio de varinha mágica;
selenomancia: adivinhação pelos movimentos e posições da Lua;
tiromancia: adivinhação por meio do queijo.

Dinossauro
A palavra foi criada pelo cientista inglês Richard Owen a partir dos elementos gregos deinós (terrível, aterrador) + sauros (lagarto).

Eutanásia
Veio do grego euthanasía, formado de eu- (bom; como em eufonia, bom som) + thánatos (morte; como emtanatofobia, que é o medo doentio de morrer). Quer dizer, eutanásia se formou significando boa morte.

Heureca
Da interjeição grega heúreka, achei! A palavra ganhou as ruas da Grécia graças ao famoso matemático e inventor Arquimedes, que, depois de mergulhar numa banheira para se banhar, descobriu a lei do peso específico dos corpos, que viria a ser conhecido como o Princípio de Arquimedes. Conta-se que Arquimedes saiu da banheira e foi correndo pelas ruas, nu e gritando: “Heureca! Heureca!”. Algum grego que passava pelo local deve ter comentado: “Esse Arquimedes é maluco mesmo, foi preciso ficar nu para achar o que tinha nascido com ele”.

Histeria
Veio do grego hystéra, útero. Os antigos achavam que a histeria era causada por um desarranjo do útero e, portanto, era coisa de mulher. A crença de que a histeria era um mal feminino se sustentou por muito tempo. No início do século XX, um médico francês definiu a histeria como “uma neurose do aparelho gerador da mulher, repetindo-se por acessos apiréticos (sem febre), e tendo como sinal uma penosa sensação de estrangulamento”.

Os antigos produziram grandes absurdos com seus (des)conhecimentos sobre o corpo humano. Acreditavam que o coração era a sede da emoção e da inteligência. Por isso, várias palavras da língua portuguesa vieram de palavras que se formaram no latim a partir de cor, cordis (coração) como órgão da inteligência e dos sentimentos:

a) cordial, do latim cordialis, relativo ao coração, ganhou o sentido de afável, sincero;
b) concordar, do latim concordare, reunir corações (entendimentos);
c) discordar, do latim discordare, separar corações (entendimentos);
d) acordar (acordo), do latim accordare, conciliar corações (entendimentos);
e) recordar, do latim recordare, trazer de novo ao coração (memória).

Assim também se explicam de cor (o coração como sede da memória) e decorar. De cor em inglês é by heart; em francês, par coeur.

Para os antigos, o fígado era o centro da vida porque purificava o sangue. Daí, na mitologia, o castigo de Prometeu, acorrentado no monte Cáucaso para a tortura eterna: durante o dia, uma águia vinha bicar-lhe o fígado, que, à noite, era refeito. Os antigos também achavam que o fígado era a sede dos humores e dos afetos, o que explica a origem das seguintes expressões:

a) desopilar o fígado (produzir alegria) – “desopilar” significa desobstruir (“opilar” é obstruir);
b) inimigo figadal – inimigo profundo.

Sarcófago
Veio do latim sarchofagu, que se originou do grego sarkophágos, formado de sarkós (carne) + phágos (eu como), ou seja, carnívoro.

O sarkophágos era uma pedra calcária (líthos sarkophágos, pedra carnívora) de que eram feitos os caixões de defuntos. A pedra tinha a propriedade de provocar uma decomposição rápida do cadáver.

Xerox
Veio do grego kserós, seco. Antes da xerografia, os processos fotográficos usavam compostos químicos.

http://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/palavras-que-vem-do-grego.html

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