Calculando os prejuízos, agricultores discutem maneiras para o controle populacional da espécie
A super população de javalis no oeste de Santa Catarina voltou a ser debatida, após registros de prejuízos volumosos nas lavouras da região e os agricultores se verem sem saída para a situação. O assunto foi discutido durante o Seminário Estadual de Líderes Rurais, organizado pela FAESC (Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina), realizado na última semana, em Lages.
Estima-se que quase 3 mil javalis vivam entre Lages e o entorno do Parque Nacional das Araucárias, localizado nos municípios de Ponte Serrada e Passos Maia. Quando não há mais alimentos, os animais migram para propriedade rurais em Ponte Serrada, Passos Maia, Água Doce, Vargeão, Faxinal dos Guedes, Irani e Vargem Bonita, onde atacam as lavouras de milho, hortas e até criatórios de aves e suínos. Além da questão econômica, a população preocupa-se, pois, os javalis são agressivos, colocando em risco a segurança das pessoas que vivem nestas localidades.
A FAESC reconheceu o apoio dado pela Polícia Ambiental, pois a maioria dos agricultores não realiza o abate, preferindo acionar a Polícia, visto que, além das restrições impostas à caça, como armamento registrado junto ao Exército e o caçador ter um cadastro junto ao IBAMA, a tarefa é perigosa. Por vezes, os javalis matam cães de caça e investem com violência contra os caçadores.
Desde 2010 o abate de javalis é autorizado pela Secretaria da Agricultura catarinense, pois a espécie sus scrofa é considerada nociva à agricultura do Estado. A decisão está de acordo com a instrução normativa 141/2006 do IBAMA, que regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva. Os javalis vivem em varas (bandos) de até 50 indivíduos. Eles atacam todas as lavouras, principalmente milho, feijão, soja, trigo, pastagens, etc. e, numa noite, destroem completamente vários hectares de área.
R B J
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