Dilma e Graça Foster acertam cronograma de saída de toda a diretoria da Petrobras.Presidente e dirigente da estatal se reuniram na tarde desta terça-feira no Palácio do Planalto
Foto: Agência Brasil / ABR
A presidente Dilma Rousseff teria acertado com Graça Foster um cronograma de saída de toda a diretoria da Petrobras nesta terça-feira.
A saída da presidente da companhia, Graça Foster, é questão de dias e está atrelada apenas à aprovação do balanço do terceiro trimestre de 2014 da estatal. O governo procura agora um nome do mercado para substituir a executiva.
Dilma e Graça se reuniram por cerca de três horas no Palácio do Planalto na tarde desta terça-feira, quando discutiram a troca do comando da estatal. A dirigente e os demais integrantes da cúpula devem ficar no cargo até o fim deste mês.
Nos próximos dias, a executiva se dedicará a chegar a um número crível de prejuízo causado pela corrupção na Petrobras.
Graça chegou ao Planalto por volta das 15h, chamada por Dilma para uma conversa sobre a situação da empresa. Ela sofreu forte desgaste político ao divulgar que os ativos da empresa foram inflados em R$ 88,6 bilhões, e sua imagem piorou ainda mais com declarações de que a exploração de petróleo cairá "ao mínimo necessário" e de que haverá corte de investimentos e desaceleração de projetos.
Enquanto ela e Dilma conversavam, a agência de classificação de risco Fitch divulgou o rebaixamento dos ratings de probabilidade de inadimplência do emissor (IDR, na sigla em inglês) de longo prazo em moedas estrangeira e local da Petrobrás de BBB para BBB-. A agência ainda colocou todos os ratings em escala nacional e internacional em observação para possível rebaixamento.
Nesta terça, a agência de classificação de risco Moody's afirmou que o rating da Petrobras pode ser novamente rebaixado se a relação dívida líquida/Ebitda da companhia ficar acima de cinco vezes por um período prolongado.
A afirmação consta de um relatório que visa responder perguntas frequentes dos investidores sobre a companhia. A estatal está no foco das denúncias da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, envolvendo situações de corrupção.
Dilma busca saída "a la Levy" para resolver problemas
Dilma quer repetir a solução "a la Levy", uma alusão ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que era diretor do Bradesco e foi chamado para o governo com a missão de resolver os problemas na economia e acalmar o mercado.
Na avaliação da presidente, depois da Operação Lava Jato, que escancarou um esquema de corrupção na Petrobras, a companhia precisa de um nome de peso para limpar sua imagem.
Na lista dos cotados para substituir Graça estão o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o ex-presidente da BR Distribuidora Rodolfo Landim, que trabalhou com Eike Batista na OGX. O problema é que o governo está enfrentando dificuldades para encontrar quem queira ocupar a presidência de uma empresa em crise, alvejada por denúncias de corrupção.
Grupo protesta perto de residência de Graça Foster
Cerca de 20 pessoas se reúnem para um protesto, desde as 17h45min desta terça-feira, a cerca de 30 metros do prédio onde mora a presidente da Petrobras, Graça Foster, em Copacabana, na zona sul do Rio. Com faixas, cartazes e batendo panelas, o grupo pede a demissão de toda a diretoria da estatal e a responsabilização de Graça pelos eventuais atos criminosos que ficarem comprovados.
FOLHA DE S. PAULO / DIÁRIO CATARINENSE
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