O ALZHEIMER E O SAL
Vários estudos mostram que, com o passar dos anos, as pessoas têm a sensibilidade gustativa em relação ao sal diminuída. Mas o que preocupa a comunidade de saúde é o fato dessa redução da capacidade de sentir os sabores se acentuar em presença de doenças como o Alzheimer.
Para entender a relação da sensibilidade gustativa com a doença de Alzheimer, a nutricionista e pesquisadora Patrícia Contri, do setor de geriatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, estudou cerca de 130 pessoas.
Ela comparou diversos parâmetros, como idade, saúde, hábito alimentar, índice de massa corporal (IMC) e sensibilidade gustativa, de 30 adultos entre 30 e 50 anos; 30 idosos sem Alzheimer; 23 em estágio moderado da doença e 37 em estágio leve.
Os resultados mostraram que a doença de Alzheimer está diretamente associada com o prejuízo da sensibilidade gustativa. A percepção do gosto salgado ficou prejudicada desde o estágio inicial da doença. E, com avanço, verificou-se que essas pessoas também sentem menos os gostos doce e amargo.
O paladar pelos sabores básicos – doce, salgado, ácido, amargo – foi observado pela pontuação dada pelos participantes do estudo. Cada um deles recebeu tiras com quatro concentrações diferentes de cada sabor e duas, sem gosto. “A diminuição da sensibilidade gustativa ocorreu em 26% dos idosos com a doença moderada; 8,1%, com a doença leve e 3,3%, sem a doença”, afirma Patrícia.
A nutricionista adianta que, com a idade, a função de identificar os gostos pode ficar prejudicada. Mas esse problema nas pessoas com Alzheimer se agrava com o avanço da doença. E o fato preocupa, pois, a dificuldade na identificação dos gostos pode acentuar danos nutricionais nos idosos e agravar indiretamente a saúde.
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