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sábado, 7 de maio de 2016

H1N1: conheça os verdadeiros riscos e saiba como se prevenir.

H1N1 apresenta sintomas mais intensos que a gripe comum e pode ser prevenida


A lavagem das mãos e o cuidado de cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar são medidas fundamentais de prevenção


As epidemias de zika e dengue têm tirado o sono de boa parte da população, mas elas não são as únicas. Outra doença vem ganhando destaque nos noticiários: a gripe influenza H1N1.


O surto da doença tem, inclusive, intrigado os médicos. Isto porque, a gripe influenza é sazonal (própria de uma estação) e acontece normalmente nos meses mais frios, de outono e inverno. Porém, as pessoas começaram a ser infectadas mais cedo, em dias quentes do verão, e não existe ainda explicação para esse fenômeno.


O H1N1 é uma variação da gripe comum. Vale destacar que o vírus da gripe é muito suscetível a sofrer mutações e, assim, ao longo dos anos, o ser humano pode adquirir essas “variações” da gripe. Como no caso do H1N1 que, estima-se, surgiu em 2009, com sua transmissão primeiramente em suínos, o que popularizou a doença como “gripe suína”.


Raquel Muarrek, infectologista do Hospital São Luiz Morumbi, destaca que a gripe H1N1 é transmitida de pessoa para pessoa através de tosse ou espirro. E algumas pessoas podem se infectar entrando em contato com objetos contaminados, acrescenta a infectologista.


“O vírus da influenza pode afetar qualquer pessoa. Mas os grupos que possuem maiores riscos são os idosos, gestantes e crianças novas”, destaca Raquel.


Sintomas da gripe H1N1
Os sintomas são basicamente os mesmos de uma gripe comum, porém, costumam ser mais intensos. Desta forma, na gripe H1N1 podem/costumam ser observados:
Tosse;
Febre alta;
Dor de garganta;
Dor de cabeça intensa;
Dor no corpo;
Calafrios;
Cansaço/Fraqueza;
Diarreia;
Vômito;
Secreção nasal;
Falta de ar;
Dores no peito;
Tontura;
Confusão mental;
Desidratação.
“Em crianças, o batimento de asa do nariz, que mostra uma dificuldade respiratória, e a recusa em ingerir líquido podem aparecer”, acrescenta a infectologista Raquel.
“Ao iniciar a febre e o desconforto respiratório, o médico deve ser procurado, lembrando que, quanto mais breve, melhor a elucidação do diagnóstico”, destaca Raquel.


H1N1 X gripe comum X dengue X zika
Raquel explica que a gripe comum inicia-se repentinamente, caracterizada por calafrios, febre, dor de garganta, dores musculares e de cabeça, tosse, espirro, irritação nos olhos, congestão nasal e fadiga. Porém, nem sempre se desenvolvem todos os sintomas.
No caso de H1N1, os sintomas são praticamente os mesmos da gripe comum, porém, costumam ser mais intensos.
Para entender por que o H1N1 é mais agressivo do que a gripe comum, basta saber que, quando o vírus da gripe sofre mutações, ele mantém algumas proteínas que formam a sua estrutura. Se a pessoa já tem imunidade para o vírus anterior, está mais preparada para combater a nova variação. Porém, alguns tipos epidêmicos se rearranjam em proteínas que as pessoas não têm resistência, tornando algumas mutações mais desconhecidas ao sistema imunológico, como é o caso do H1N1.
Em relação à dengue, a infectologista destaca que os sintomas da doença e da gripe H1N1 são parecidos. Mas, no caso da dengue, não há coriza, tosse, nem dor de garganta.
“No caso da zika, pode haver a presença de coceira de pele, conjuntivite, aumento dos gânglios. Já a gripe H1N1 apresenta dor de cabeça intensa, calafrios, tosse e secreção nasal”, diz a médica.


Tratamento para H1N1
Raquel explica que o tratamento é focado em aliviar os sintomas e evitar a desidratação. “Inclui também o uso de medicamentos específicos para combater o vírus desta doença, como o Tamiflu. Tais medicamentos devem ser tomados de 24 a 72 horas após o início dos sintomas”, diz.
A infectologista explica que atualmente existem duas vacinas disponíveis: a trivalente e a tetravalente. “Na trivalente, há prevenção para A (H1N1), A (H3N2), Influenza B do subtipo Brisbane. Na quadrivalente, a prevenção é para A (H1N1); A (H3N2); e para 2 vírus Influenza B (os subtipos Brisbane e Phuket)”, diz.
Raquel reforça que a proteção contra o H1N1 está contida nas duas. “As vacinas estão indicadas para todas as pessoas, menos para bebês com menos de 6 meses. Mas, dependendo do fabricante da vacina, a indicação para crianças é modificada”, explica.
A infectologista destaca que, caso a gripe H1N1 não seja tratada, a evolução pode incluir formas graves da doença, com pneumonia e falência respiratória, podendo levar à morte. “O H1N1 pode causar também uma piora de doenças crônicas já existentes”, alerta.
Abaixo você confere um quadro comparativo entre a gripe H1N1, a gripe comum e a dengue, em relação aos sintomas que mais costumam causar dúvidas.




Como prevenir a gripe H1N1
Fernando Gatti de Menezes, infectologista do Hospital Albert Einstein, explica que para evitar a transmissão de vírus respiratórios, principalmente o vírus Influenza, as pessoas devem se atentar às seguintes medidas:
Fazer a adequada higiene das mãos. Podendo ser feita com água e sabão (durante 40 a 60 segundos) ou com uso de produto alcoólico (gel alcoólico ou álcool gel), por 20 a 30 segundos. Isso deve ser feito sempre após contato com superfícies ou após o cumprimento entre pessoas. É prática fundamental para evitar a disseminação de vírus.
Evitar aglomerações em épocas de surto de influenza.
Evitar contato com pessoas que apresentem sintomas respiratórios.
Evitar ao máximo o compartilhamento de utensílios domésticos, como copos, pratos e talheres com pessoas com sintomas respiratórios.
Ao tossir ou espirrar, lembrar-se de cobrir a região da boca e nariz com lenço de papel descartável, tendo como prática, em seguida, a higienização das mãos.
Lembrar-se da importância da hidratação, para reduzir os efeitos da baixa umidade relativa do ar nos meses de outono e inverno (período de maior circulação do vírus influenza).
Ter uma boa alimentação, não pulando refeições e seguindo uma nutrição balanceada com verduras, legumes, carnes e carboidratos.
Dormir bem.
Praticar atividades físicas.
Controlar o estresse.
Tentar não tocar superfícies que podem estar contaminadas com o vírus da gripe (como lugares em que várias pessoas tocam ao longo do dia). Ou, lavar as mãos logo em seguida.
Orientações específicas para pessoas que apresentam sintomas da gripe, de acordo com o Ministério da Saúde, são:
Se tiver o quadro gripal, evitar visitar pacientes nos hospitais pelo risco de transmissão.
Seguir sempre as orientações passadas por seu médico caso já esteja com o quadro gripal.
Evitar sair de casa no período de transmissão da doença (até 7 dias após o início dos sintomas).
Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados.
Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
Procurar o serviço de saúde imediatamente caso apresente: dificuldade para respirar, lábios com coloração azulada ou roxeada, dor ou pressão abdominal ou no peito, tontura ou vertigem, vômito persistente, convulsão.
Lembre-se sempre que a prevenção é a melhor arma contra qualquer doença, e não é diferente no caso da gripe H1N1, que tem preocupado tanta gente. Adote o hábito de higienizar as mãos e também a “etiqueta da tosse”: usar o antebraço, tecido ou papel quando ocorrer tosse ou espirro, evitando assim a contaminação de outras pessoas. Além disso, mantenha-se saudável, adotando a prática de exercícios, alimentação balanceada e ingestão de bastantes líquidos.



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