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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Açougue em Balneário Camboriú é fechado por supostas irregularidades na produção. Maturação a seco, que ainda não é regulamentada no Brasil, motivou o fechamento.

Maturação a seco, que ainda não é regulamentada no Brasil, motivou o fechamento.
Uma operação conjunta do Ministério Público, Ministério da Agricultura, Vigilância Sanitária estadual e Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) resultou na interdição de um açougue em Balneário Camboiú na manhã desta quinta-feira. A casa de carnes Del Toro, na Avenida Brasil, foi fechada por tempo indeterminado por supostas irregularidades no preparo e armazenamento dos produtos.
A medida teve como base a maturação das carnes a seco, uma técnica refinada importada da Itália, mas que ainda não tem regulamentação no Brasil. Por não se enquadrar nas normas de produção de alimentos do país, a fiscalização lacrou o estabelecimento. A ação fez parte do Programa de Proteção Jurídico-Sanitária de Consumidores de Produtos de Origem Animal (POA) e vistoriou diversos açougues, sendo que apenas a Del Toro apresentou problemas. 
A ilegalidade estaria no processo chamado de dry aged. Conforme informações da assessoria do MP, comércios que trabalham com produções como estas, consideradas diferenciadas e artesanais, precisam de autorização e registro de órgãos competentes, o que não seria o caso da Del Toro. A operação conjunta não entrou no mérito da técnica e dos efeitos dela na alimentação, mas sim nas questões legais que envolvem a normatização.
O pai do empresário Felipe Faccio Dilda, Batista Dilda, falou à reportagem do Sol Diário sobre o fechamento da casa de carnes. Ele alega que há falta de conhecimento por parte dos integrantes da operação sobre o processo usado no Del Toro e que a avaliação técnica ficou de lado.
— Infelizmente deram como carne vencida e estragada. São carnes maturadas a seco, todas encomendadas por clientes e com data do início de maturação. É um processo para melhorar o produto — defende Batista, que admite saber que não há normatização para o método no Brasil.
Os laudos da interdição devem ficar prontos nesta sexta ou no máximo na segunda-feira. A partir deles serão definidos quais os procedimentos necessários para regularização e reabertura do Del Toro.
Liberado após prestar esclarecimentos na delegacia de Balneário, Felipe Faccio Dilda classificou como um mal-entendido a situação na Del Toro e destacou que vai provar legalmente e ao público consumidor que tudo não passou de um engano.
— É um processo desconhecido no Brasil e vamos explicar o que estamos fazendo, que é o que fazem os maiores chefs do mundo. E tudo sempre foi exposto, não escondemos nada — afirma.

Contraponto
O que diz Renê Elias Rotta, advogado de Felipe Faccio Dilda

Ele informa que vai entrar nesta sexta-feira na Justiça com uma medida de caráter liminar para reabrir o estabelecimento. Considera que não há materialidade para a interdição e que a fiscalização não foi correta.
— Todo o mundo civilizado já usa esse tipo de maturação e aqui no Brasil ele não é regulamentado, mas não há nada que o proíba. Foi uma medida violenta e desproporcional, porque se tivesse alguma dúvida sobre o procedimento poderia intimar e até retirar o material para análise, mas não da forma como ocorreu. Nem documento de interdição eles deixaram — declara.
Maturação a seco

— O dry aged é o método de maturação de carnes a seco em temperatura baixa (entre zero e um grau), rigidamente controlada, sem que o alimento congele. 
— O objetivo do dry aged é deixar a carne mais macia e saborosa, mas a prática não tem embasamento legal no país. 
— Segundo o gerente de inspeção de produtos de origem animal da Cidasc, Sérgio Silva Borges, para trabalhar com esse processo a Del Toro precisa ser autorizado pelo serviço de inspeção municipal, estadual ou federal.
— Esses órgãos vão avaliar o método e ver se ele resulta em controle de qualidade. Depois será analisada a autorização do funcionamento.



O SOL DIÁRIO

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