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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Pioneira na proteção aos animais é encontrada morta.Foi justamente nesta época de quaresma que morreu uma das pessoas que teve ação fundamental na luta contra a violência da farra do boi em Santa Catarina, tão comum no Estado nesse período do ano. A empresária e ambientalista Cristalma Giuliana Papa foi encontrada morta na quinta-feira (10) na casa dela, no bairro Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis.

Foi justamente nesta época de quaresma que morreu uma das pessoas que teve ação fundamental na luta contra a violência da farra do boi em Santa Catarina, tão comum no Estado nesse período do ano. A empresária e ambientalista Cristalma Giuliana Papa foi encontrada morta na quinta-feira (10) na casa dela, no bairro Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis. No terreno em que Cristalma morava há mais duas casas. Numa delas vive a mãe e na outra a filha e a neta, Liz. Quando amanheceu, Ana Paula estranhou ver – através da janela – a TV da sala da casa da mãe ligada. Então abriu a porta e os cachorros de Cristalma foram para cima de Ana Paula latindo muito, como quem anunciava que algo estava errado. Quando ela olhou para o sofá, viu a mãe já morta. A filha relata que Cristalma estava com expressão serena, o que sinalizava uma morte sem sofrimentos.

Desde 1997, a prática da farra do boi, comum especialmente no Litoral de Santa Catarina, é considerada crime. Conforme o ex-governador do Estado Esperidião Amin, Cristalma foi uma pessoa muito ativa para que isso ocorresse, tanto do ponto de vista da criação da lei quanto na ação junto ao Supremo Tribunal Federal, que resultou na criminalização dessa prática.

– Ela ocupou com muita valentia esse espaço e era pioneira porque hoje se fala muito sobre abuso contra os animais, mas na época era um tema menos corrente do que hoje. Agora é usual lutar contra isso na rede social. Mas na época era difícil, tinha que bater perna e ela conseguiu. Ela foi muito corajosa, inteligente, se expressava bem e cumpriu papel importante com o pioneirismo. Em funções das perversões que ela denunciou, liderou a ação que fez a criminalização da farra do boi – diz Amin.

Cristalma tinha 60 anos e teve a causa da morte apontada como embolia pulmonar fulminante. O velório foi realizado na Capela F do Cemitério do Itacorubi e o corpo será cremado na manhã desta sexta-feira em Balneário Camboriú. Deixa a mãe, Alma Helena, os filhos Ana Paula e Renato, e a neta.

Paixão pelos animais veio da infância

Filha de Alma Helena Papa e Mario Papa, Cristalma nasceu em Carazinho (RS), mas foi registrada em São Paulo. Na terra da garoa, casou-se com Luiz Eduardo e, em 1975, o casal mudou-se para Florianópolis. Na capital catarinense, trabalhou inicialmente como marchand (profissional que vende obras de arte) em uma galeria que mantinha na Beira-Mar Norte. Atualmente, era empresária e possuía uma pousada no mesmo local onde morava. Mesmo não fazendo mais parte de nenhuma organização em prol dos animais, seguia ajudando a causa e mantinha 15 cachorros em casa.

A filha diz que a paixão da mãe por animais vinha de quando ainda era adolescente. Foi esse o combustível que fez Cristalma ser ícone e exemplo em SC no combate aos maus-tratos Há cerca de 30 anos, ajudou a fundar Associação Catarinense de Proteção aos Animais (Acapra), onde resgatava, cuidava, castrava e encaminhava para adoção os animais abandonados nas ruas ou em situação de risco. Durante a atuação na entidade, tinha como companheiro de trabalho o motorista José Ferreira da Silva.

– Às vezes ela me ligava à noite para irmos buscar algum animal que ela tivesse visto e que estivesse abandonado – lembra Silva, que se emociona também ao lembrar da força-tarefa que Cristalma fez quando o Morro do Baú sofreu uma enxurrada em 2008 e ela recolheu cerca de 80 animais.

O coração bom e a generosidade também são lembrados pela filha Ana Paula. Ela relata que a mãe tirava dinheiro do próprio bolso para ajudar os bichos. Salvou porcos, pinguins, cavalos e até um gambá que encontrou atropelado na rua em certa ocasião.

Beleza que vem de dentro

Quem vê a foto da elegante loira com sorriso estonteante, fica encantando. Mas a beleza dela irradia de dentro para fora. É isso que afirma Eduardo Paredes, amigo de Cristalma há mais de 30 anos. Jornalista e cineasta, ele conheceu Cristalma por ser militante e pioneira na causa ambientalista no Estado.

Segundo ele, a amiga seria “São Francisco de Assis de saias” (santo protetor dos animais). Diz que a amiga possuía consciência profunda de preservação também à natureza.

Nos anos 1980, Cristalma era musa na cidade e Paredes garante: “uma das mulheres mais bonitas e elegantes da Ilha”. Os amigos eram frequentadores assíduos do Gambarzeira, bar localizado em Santo Antônio de Lisboa, e quase que todos os dias se reuniam para bater papo.

– Só uma coisa tirava ela de sério: ver alguém judiando dos bichos.



Fonte: DC

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