Paisagem, por Aldemir Martins (CE 1922- SP 2006), AST.
CANTO NATIVO
Jaime d’ Altavila
Quando eu morrer,
você rasgue um pedaço deste céu
            E faça dele a minha mortalha.
Quando eu morrer,
            você cave um torrão de terra virgem
            E faça dele o meu travesseiro.
Quando eu morrer,
            você arranque o Cruzeiro do Sul
            E faça das estrelas meus círios.
……………………………………………………………………..
Quando eu morrer,
            você  corte um ramo de pitangueiras
            E cruze, sobre ele, as minhas mãos.
Quando eu morrer,
            você plante sobre a minha sepultura
            uma palmeira de ouricuri.
………………………………………………………………………
Quando eu morrer,
            você diga aos que perguntarem por mim
            Que eu morri como nasci:
                        Brasileiro,
                        Brasileiro,
                        Brasileiro.
Jaime d’Altavila,  pseudônimo de Anfilófio Melo (AL 1895-1970), formado em Direito,  novelista, cronista, poeta, ensaísta, historiador. Fundador da Academia Alagoana de Letras.
Obras:
A Terra Será de Todos  1983  
Canto Nativo  1949  
Estudos de literatura brasileira  1937  
Gênese da literatura alagoana  1922  
Lógica de um Burro  1924  
Luango  1945  
Mil e Duas Noites  1931  
O Tesouro Holandês de Porto Calvo  1961  
Poesias de J. A.  1995
Encontrado em: Vamos Estudar?  Theobaldo Miranda Santos, 3a série primária, Rio de Janeiro, Agir: 1961.
 
 

 
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