Na primeira semana em que as mudanças no financiamento de imóveis pelo sistema da Caixa Econômica Federal entraram em vigor, construtoras, imobiliárias e clientes apontam dificuldades para concretizar negócios
Faz poucos dias que a Caixa Econômica mudou as regras para o financiamento imobiliário, além de ter aumentado os juros, e a alteração que começou a valer na segunda-feira esfria um mercado que já previa complicações neste ano de crise. Com a mudança, ficou mais difícil comprar imóveis usados.
— A procura caiu bastante. Dos financiamentos, era 90% feito pela Caixa — conta Marcelo Schein, gerente de vendas na Ibagy Imóveis.
Um pouco antes de atender a reportagem por telefone, ele estava em contato com outros bancos para viabilizar linhas de financiamento para a compra de imóveis. A alternativa do mercado vai ser buscar recursos em outras instituições financeiras, a juros maiores do que a estatal. Mas o impacto não afetou apenas as vendas futuras.
— Tínhamos negócios em andamento que caíram por causa disso. Só na semana passada, três desistiram de comprar imóveis por causa disso — disse, destacando que a desistência ocorreu até mesmo antes de a mudança começar a valer, apenas com a notícia da redução anunciada pela Caixa.
Construção civil deve ser beneficiada
Profissão que faz a ponte entre interessados em adquirir um imóvel e os bancos, o correspondente bancário é quem viabiliza a aprovação do empréstimo do dinheiro para concluir a compra. Adilson Souza Machado está há 10 anos nesse mercado imobiliário com a empresa Invest Imóveis. E prevê que a situação ainda vai piorar.
— Vai impactar? Vai. Complicará no curto prazo. Vamos ter que buscar alternativas em outros bancos — disse.
Keli Rodrigues, correspondente bancária na empresa Click Caixa, conta que, para ela, os prejuízos já começaram nessa semana. A previsão é de que o mês seja bem inferior aos outros anteriores à mudança.
— Eram de 13 a 15 contratos de financiamento por mês. Neste próximo mês, não temos previsão de fechar nem três.
Um setor que parece ter um futuro promissor com a mudança é a construção civil. A manutenção em percentuais altos para imóveis novos deixou o produto mais atrativo.
— Para nós, está excelente porque trabalhamos com foco em imóveis novos. Na verdade, estão incentivando a construção civil — afirma Paulo Azevedo, proprietário da imobiliária Pirâmides.
Fonte: PORTAL TRI
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