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domingo, 4 de maio de 2014

Fora do ar: TVs de tubo vão desaparecer das lojas brasileiras neste ano.

REPRODUÇÃO
Televisores de tubo, que deixarão de ser produzidos no Brasil ainda neste mês

Por EDUARDO BONJOCH, 

Depois de vender 33 milhões de televisores de tubo em 63 anos, a Semp Toshiba vai parar definitivamente de produzi-los neste mês. Até o final do ano, somente a Philco continuará fabricando TVs de tubo, que perderam espaço no mercado para as telas finas de LED e LCD e viraram dinossauros tecnológicos com a chegada da TV digital.

A ideia inicial da Semp Toshiba era acabar com a fabricação em dezembro de 2013, mas a empresa decidiu prorrogar um pouco mais por conta de encomendas do varejo.

“No final do ano passado, paramos de fabricar as TVs de tubo flat de 21 polegadas, mas continuamos a produzir o modelo de 14 polegadas, que agora em abril também será extinto”, afirma Denis Lozano, gerente da área. Segundo ele, o impacto na fábrica da empresa em Manaus, onde são produzidas todas as TVs, será pequeno. “Nossas linhas de produção são multifuncionais. Então, a mesma linha que fabrica as TVs de tubo também é adaptada para fazer as TVs de tela fina.”

O processo de adaptação foi gradual. O espaço destinado à produção de TVs de tubo diminuiu consideravelmente nos últimos anos e foi sendo “engolido” pela linha de produção das TVs LCD e de LED. “Atualmente, o volume é tão pequeno que não justifica a produção das TVs de tubo o mês inteiro”, revela ele.

Paralelamente, a empresa decidiu diversificar a produção de TVs de tela fina, incluindo três modelos de LED com telas pequenas (de 14, 19 e 29 polegadas) e preços competitivos. A ideia é continuar atendendo o consumidor que está migrando de tecnologia. Com uma diferença de apenas R$ 150 em relação à TV de tubo, dá para levar um modelo de LED portátil, também de 14 polegadas, que capta os canais da TV digital, vem com carregador para ver no carro e inclui entradas HDMI e USB.

TV digital foi divisor de águas

A chegada da TV digital brasileira, em dezembro de 2007, acelerou a decadência das TVs de tubo analógicas. Com maior apelo visual e mais generosas nos recursos e na resolução, as TVs de plasma e de LCD disponíveis na época foram ganhando o interesse e a confiança do consumidor. Os preços também caíram e o próprio governo foi incentivando a compra desses aparelhos, obrigando os fabricantes a incluir o conversor de TV digital em todos os modelos à venda.

De lá para cá, o interesse pelas TVs de tubo só foi caindo. Mesmo assim, a Eletros, que reúne os fabricantes do setor, estima que serão vendidas cerca de 500 mil unidades em 2014. A associação também garante que o produto vai sair definitivamente do mercado até o final de ano. Assim, além da Semp Toshiba, a Philco também deve parar com a produção desses modelos em breve.

Luis Freitas, diretor comercial da Semp Toshiba, acha a estimativa da Eletros muito otimista. “Em 2013, o segmento de TVs de tubo representou menos de 10% do total de vendas da empresa; de janeiro a abril de 2014, a porcentagem será mínima.”

É justamente longe das capitais, nas pequenas cidades das regiões Norte e Nordeste, que ainda há mercado para as TVs de tubo. São lugares onde a TV digital ainda não está presente e o acesso à internet continua bem restrito.

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