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domingo, 4 de maio de 2014

Faça a conta: Consertar seu televisor pode sair mais caro que comprar um novo.

REPRODUÇÃO
TV com defeito no painel; conserto pode sair mais caro do que comprar aparelho novo
Por EDUARDO BONJOCH, 

Trocar de TV ou consertar o aparelho que quebrou? Esta é uma dúvida muito comum na cabeça do consumidor, principalmente com as promoções cada vez mais tentadoras de novos modelos no varejo, a dois meses do início da Copa do Mundo.

De acordo com um estudo recente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a primeira opção é quase sempre o melhor caminho. A pesquisa levantou que o custo das TVs novas caiu mais de 40% desde a última Copa, realizada em 2010. Paralelamente, os serviços de manutenção de televisores ficaram mais caros.

“O encarecimento da mão de obra foi decisivo para o aumento no valor dos consertos, que tiveram uma alta superior a 7,5% no mesmo período”, declara Fábio Bentes, economista da CNC. Segundo ele, o setor de serviços, que incorpora as redes de assistência técnica, tem sido o grande vilão da inflação. “Em março, a inflação foi de 0,92%, mas a alta no setor de serviços foi de 1,09%, atrás apenas dos alimentos.”

Ao mesmo tempo, o valor das TVs novas vem caindo mês a mês. “Trocar de TV ficou 1,22% mais barato em março, mantendo a tendência de queda dos meses anteriores”, afirma ele. “Se comprar um novo televisor está mais barato, principalmente com as facilidades de crédito a longo prazo, consertar o aparelho antigo, muitas vezes, deixou de ser um bom negócio.”

Quando vale a pena consertar?

Preços mais altos, movimento menor. João Fernandes, que atua no setor há 25 anos, notou uma queda de aproximadamente 50% nos reparos de TVs nos últimos três anos. Isso porque o consumidor já percebeu nem sempre vale a pena pagar pelo conserto.

“Só costumo indicar o serviço se o custo final não ultrapassar 35% do valor de uma TV nova de mesmo padrão”, diz ele. Hoje, a manutenção das telas finas já responde por 50% do faturamento de sua assistência técnica, que fica no bairro do Tatuapé, em São Paulo, e trabalha com as principais marcas do mercado.

Para ele, existe muita diferença entre consertar uma TV de tela fina ou de tubo. E essa diferença reflete diretamente no bolso do consumidor. “As TVs de tubo quebram menos e o custo para consertar esses aparelhos é bem menor, começando pela mão de obra, que é 50% mais barata”, informa.

Principais defeitos

As TVs de tela fina que chegam a uma assistência técnica costumam apresentar problemas na placa da fonte, placa principal ou no próprio painel. As frequentes oscilações na energia elétrica são as principais responsáveis por falhas na placa da fonte, um reparo que pode custar de R$ 300 a R$ 500, já com a mão de obra, segundo Fernandes.

Se a TV simplesmente não liga ou não reconhece a ligação de outros equipamentos em seu painel de conexões, há grandes chances de que o problema seja na placa principal. Nesse caso, o valor do conserto pode custar mais de R$ 600.

Mas quando a imagem fica duplicada (com fantasmas) ou ganha indesejáveis listras, provavelmente, o consumidor terá que trocar o painel. E, nesse caso, comprar outro televisor parece ser mesmo a solução. “Orcei recentemente a troca de um painel de uma TV de 32 polegadas e o custo era de R$ 1.000; ou seja, praticamente o preço de uma nova”, explica Fernandes.

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