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sábado, 21 de outubro de 2017

Como Escolher A Melhor Água

Considerando a área total terrestre, dois terços são constituídos por água. Desse volume imenso, a grande parte, que totaliza 97,5%, é salgada e encontrada em oceanos e mares. Apenas 2,493% são doce, mas possui difícil acesso, localizando-se em geleiras e aquíferos. Somente 0,007% são doce e disponível para consumo humano através de rios, lagos e na atmosfera.
As reservas de água doce são distribuídas desigualmente no mundo e vêm sendo exauridas e poluídas por substâncias químicas e biológicas de forma bruta. A Organização das Nações Unidas (ONU) indica que a população mundial se elevará muito até o ano de 2050, atingindo cerca de 11,2 bilhões de pessoas. Devido a isso, ela considera de grande preocupação o crescimento demográfico a essas taxas em relação a disponibilidade futura de recursos hídricos.
O setor de água mineral vem se desenvolvendo a altas taxas nas últimas décadas e se tornando o segmento de bebidas que mais cresce, atingindo 20% ao ano. O volume de consumo de água mineral é o quinto maior entre as bebidas, ficando atrás de refrigerantes, leite, cerveja e café solúvel e à frente de sucos. O Brasil ainda tem um dos mais baixos índices de consumo de água mineral per capita, da ordem de 35 litros/ano.
Mas no que devemos prestar atenção na hora de escolher uma água mineral?
- pH (ácida/alcalina);
- Teor de sódio;
- Embalagem na qual está acondicionada (plástico ou vidro).
pH
A alcalinidade total de uma água é dada pelo somatório das diferentes formas de alcalinidade existentes, ou seja, é a concentração de hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos, expressa em termos de carbonato de cálcio, pois a alcalinidade mede a capacidade da água em neutralizar os ácidos.
Normalmente as águas superficiais possuem alcalinidade natural em concentração suficiente para reagir com o sulfato de alumínio nos processos de tratamento. Quando a alcalinidade é muito baixa ou inexistente, há a necessidade de se provocar uma alcalinidade artificial com aplicação de substâncias alcalinas, tal como cal hidratada ou barrilha (carbonato de sódio) para que o objetivo seja alcançado, em casos de alcalinidade elevada, procede-se ao contrário, acidificando-se a água até que se obtenha um teor de alcalinidade suficiente para reagir com o sulfato de alumínio ou outro produto utilizado no tratamento da água.
Seria então interessante procurar águas com pH acima de 7,5. A explicação é que nosso sangue tem pH médio de 7,4, se há ingestão de alimentos com pH menor que esse, o corpo deverá se esforçar muito para equilibrar a acidez que isso gera, deixando órgãos mais ácidos e favorecendo o processo de envelhecimento.
Teor de Sódio
A grande maioria dos sais minerais são benéficos à saúde, mas deve-se ficar atento à quantidade ingerida. Atualmente o consumo de alimentos industrializados está em alta e os mesmos contêm altas quantidades de sódio. O excesso de sódio na alimentação causa retenção de líquidos, o que leva ao aumento da pressão arterial. Por isso, o alerta serve principalmente para as pessoas que sofrem com hipertensão, problemas cardiovasculares e renais, que são potencializados com o alto consumo desse elemento. Por que então ingerir mais desse mineral na água? Devemos tê-la como fonte de hidratação e não como mais um meio de ingerir sódio e prejudicar a saúde.
A ANVISA regulamenta que os rótulos das águas com mais de 200mg/l de sódio deve vir destacado “contêm sódio”. E ainda destaca que não pode exceder a quantidade de sódio de 60mg/100ml.
Portanto, devemos priorizar águas com teor de sódio ainda mais baixo que o permitido. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) deve-se consumir menos de 2g de sódio ou menos de 5g de sal por dia. Por exemplo, se você beber um litro de água mineral com 103,06g de sódio, já estará consumindo cerca de 5% da sua cota diária.
Embalagem a qual está acondicionada (plástico ou vidro)
Atualmente, há preocupações em relação à exposição de humanos e outros animais aos agentes e substâncias químicas, que promovem alterações no sistema endócrino e nos hormônios, denominados desreguladores endócrinos (DE).
Dentre as várias substâncias capazes de afetar o sistema endócrino, destaca-se o bisfenol A (BFA). É uma substância química produzida em grandes quantidades para o uso principalmente na produção de plásticos policarbonato e resinas epóxi. 
A exposição humana ao BFA não é insignificante, considerando que policarbonatos e resinas epóxi, tendo como base o BFA, apresentam várias aplicações, como, por exemplo, garrafas de bebidas, potes de comida para bebês, revestimento anticorrosivo em latas de alumínio, fabricação de discos compactos, selantes dentários, equipamentos de segurança e dispositivos médicos.
O BFA migra em níveis de pg.µL-1 dos produtos do policarbonato ou de revestimento epóxi em latas à água durante processos térmicos.
O BFA migra também das mangueiras de PVC (cloreto de polvinila) à água em temperatura ambiente e pH neutro. Tal composto tem sido recentemente relatado como o mais potente mimetizador antropogênico. Análises do BFA demonstraram que este composto induz proliferação, alteração na região reprodutiva da fêmea, bem como câncer no testículo e na próstata, redução de esperma, desmaculinização, feminilização, alteração nas funções de imunidade e diminuição de fertilidade em pássaros, peixes e mamíferos.
O consumo de águas engarrafadas tem crescido muito nos últimos tempos, sendo a maioria das garrafas feita de polietileno tereftalato (PET) – um plástico derivado do petróleo - , das quais podem migrar determinadas substâncias, como o BFA.
Por isso devemos escolher o produto cuja fonte é mais próxima do local de consumo. Pois as garrafas de água são transportadas de caminhão e costumam pegar muito sol, o que leva ao aquecimento do plástico favorecendo a liberação de BFA para a água. Outra opção é escolher as águas que são acondicionadas em garrafas de vidro.
Diferentes Tipos de Água e Benefícios para a Saúde

Nome
Benefício
Sulfurosa
Indicada para problemas articulares, do aparelho digestivo e doenças de pele. É também cicatrizante.
Ferruginosa
Ajuda a combater a anemia e estimula o apetite. É indicada também para a parasitose.
Carbogasosa
Eficaz contra a hipertensão arterial e repões energia. É também diurética e digestiva.
Radioativa
Ajuda a dissolver cálculos renais, favorece a digestão, alivia cólicas estomacais e intestinais. Também atua como calmante.
Alcalina-bicarbonatada
É digestiva e diurética. Auxilia no tratamento de úlceras e esofagite.
Magnesiana
Laxante, contribui para o bom funcionamento do estômago e do intestino. Em excesso pode provocar diarreia.
Carbônica
Reduz o apetite e auxilia na hidratação da pele.
Iodetada
Apropriada para inflamações de faringe, insuficiência da tireoide, reumatismo e problemas no fígado e nos rins.
Litinada
Auxilia na depuração do ácido úrico. Também é calmante devido ao efeito sedativo do lítio.
Alcalino-terrosa cálcica
Ajuda a repor deficiências de cálcio no corpo.
Cloretadas
Indicadas para moléstias gastrointestinais e gastrites.
               Fonte: ABINAM – Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
BRASIL. “Regulamento Técnico Para Águas Envasadas e Gelo”. Resolução RDC n°274, de 22 de setembro de 2005.
Brito Neta, MS; Leal, MPN; Reis, AS. Análise físico-química, microbiológica de água mineral produzida no nordeste e comercializada em Teresina – Piauí. Rev. Interd. 2013; v.6, n.2, p.33-37.
Guerra, CK. Influências no consumo de água mineral em Porto Alegre. [Trabalho de Conclusão de Curso]. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, 2009.
Goloubkova, T; Spritzer, PM. Xenoestrogênios: o exemplo do Bisfenol-A. Arq. Bras. Endocrinol Metab 2000; v.44, n.4.
Matta, MHR. et al.Determinação de bisfenol A (BFA) em água mineral por meio de CG/DCE – uma nova proposta de metodologia para análise. Rev. Inst. Adolfo Lutz 2012; v.71, n.4.
Meuer, MC; Rocha, GDW. Como escolher a melhor água. Instituto Ana Paula Pujol. Disponível em: www.institutoanapaulapujol.com.br Acessado em: 18/07/2017.
Rebelo, MAP; Araújo, NC. Águas minerais de algumas fontes naturais brasileiras. Rev Ass Med Brasil 1999; v.45, n.3, p: 255-260.

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