O ex-presidente Lula defendeu nesta sexta-feira (24) que o PT seja mais cuidadoso e erre menos ao representar a classe trabalhadora.
"Nós temos que ter mais cuidado e o PT tem que errar menos", disse Lula. O partido tem sido alvo de críticas nas manifestações antigoverno que levaram milhares de pessoas de diversas cidades do Brasil às ruas em março e abril.
"O PT não pode fazer aquilo que ele criticava nos outros, tem que ser exemplo", acrescentou o ex-presidente. Diversos políticos petistas são acusados de integrar o esquema de corrupção instalado na Petrobras.
Um dos problemas apontados por Lula e pelos dirigentes do partido são as doações de empresas privadas, em particular de grandes empreiteiras que costumeiramente participam de licitações e fazem contribuições a diversos partidos. O ex-presidente elogiou a decisão do partido que vetou doações de empresas privadas a diretórios petistas.
"Vai ser mais difícil [sem doação de empresas], mas quem sabe a gente não reconquista alguma coisa que a gente tinha perdido: o direito de andar com a cabeça erguida neste pais".
O presidente do PT, Rui Falcão, fez mea-culpa e disse que há erros na trajetória, mas acrescentou que o PT pune quem erra. "Isso não é feito pelos outros partidos", afirmou.
Lava Jato
A Operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras, foi brevemente criticada por Lula no evento.
"O que não pode, é prender a Cunhada do Vaccari [João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT], achando que ela cometeu um crime, e no dia seguinte só soltar, sabe? Nem pediram desculpas", criticou.
O ministério público afirma que Marice Corrêa Lima fez depósitos não identificados na conta da irmã, mulher de Vaccari. A defesa de Marice, no entanto, argumentou que os depósitos, registrados em um vídeo, foram feitos pela própria irmã.
Veto à terceirização
O projeto que libera as empresas a terceirizar qualquer parcela de suas atividades também foi alvo de críticas de petistas. Rui Falcão chamou o projeto da terceirização de "odioso" e antecipou que o PT pedirá à presidente Dilma Rousseff que vete o projeto caso ele passe no Senado.
Antes disso, Vagner Freitas, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), havia prometido convocar uma greve para demonstrar apoio ao eventual veto presidencial.
Lula, Falcão e Vagner Freitas participaram do Congresso das Direções Zonais da cidade de São Paulo. Também estavam presentes o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad; o presidente do diretório estadual do PT, Emídio de Souza; o presidente do diretório municipal, Paulo Fiorilo; o deputado estadual José Américo (SP), atual secretário de Comunicação da sigla; e os secretários municipais Alexandre Padilha (Relações Governamentais) e Eduardo Suplicy (Direitos Humanos).
Fonte: Folha.com
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