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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Casos de Aids entre jovens aumentam mais de 50% em 6 anos no Brasil

O Fantástico acompanhou jovens soropositivos no país. Nos Estados Unidos, médicos desenvolvem comprimido que previne contaminação em até 92%


Segunda-feira (1º) é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, uma doença que infelizmente ainda precisa ser lembrada. O doutor Dráuzio Varella explica porque a Aids voltou a assustar e preocupar: “Houve um aumento absurdo dos casos de HIV entre os jovens nos últimos anos. Neste sentido, o Brasil vai na contramão do que acontece em outras partes do mundo”, afirma.
O aumento é de mais de 50% em seis anos. “O principal motivo é o comportamento sexual dos jovens. Acham que hoje ninguém mais morre de Aids, que se pegar o vírus é só tomar remédio e está tudo bem. Está tudo bem, não. É uma doença grave. Vai ter que tomar remédio a vida inteira. A Aids é uma doença grave, que causa sofrimento e não tem cura”, alerta.

“Quando eu saio à noite eu quero me divertir, me alegrar, distrair a mente um pouco”, conta um jovem.

Sábado à noite, Ivan, Guilherme e Edson saem para a balada. A cena é comum em qualquer cidade do Brasil e do mundo. Ruas, bares e boates lotadas de jovens. “Noitada perfeita é isso: bebida, amigos e mulher”, diz um jovem.

“Curtir, beijar na boca”, conta outro jovem.

“Conhecer alguém e ficar”, afirma outro jovem.

“É, hoje eu espero que tenha muita azaração, beijo na boca. Isso”, diz Ivan.

Ivan, Guilherme, Edson. Olhando para eles, você conseguiria dizer quem é portador do HIV?

“Eu sou soropositivo e descobri que tenho HIV com 23 anos. Eu tinha um relacionamento. A gente morava junto e tal. Ele sentou no sofá comigo e falou: ‘Olha, eu fiz o exame e o exame deu positivo’. Eu perguntei qual era o exame. Ele falou para mim e falou: ‘Fiz o exame de HIV’”, lembra.

Mesmo estando em um relacionamento estável, Ivan contraiu o vírus da Aids. Foi contaminado pela pessoa em quem mais confiava. “Hoje eu tenho certeza que a Aids não tem cara. Certeza absoluta”, conta.

Ivan faz parte de uma estatística preocupante. “A taxa de detecção de Aids entre jovens de 15 a 24 anos vem crescendo em uma velocidade bem maior que da população em geral”, diz Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde.

Desde 2006, os casos de Aids nos jovens entre 15 e 24 anos aumentaram mais de 50%, o que quer dizer mais jovens soropositivos. No resto do mundo, o número de novos casos de HIV entre os jovens caiu 32% em uma década. Por que estamos indo na contramão?

“A gente não deixa de transar porque não tem camisinha”, conta um jovem.

“A rapaziada de hoje em dia, não pensa muito nisso”, diz outro jovem.

Hoje é possível saber em menos de 20 minutos se você está ou não infectado com o HIV. Um teste rápido, que pode ser feito de graça na rede pública de saúde, disponível para qualquer um. Não precisa marcar hora: é chegar e fazer.

Rafaela transou sem camisinha, há um mês, e agora veio se testar. “Estava solteira, acabei conhecendo pela internet, a gente se envolveu. Fui na casa dele, chegou lá, não tinha, desprevenido. Acabou acontecendo. No dia seguinte fiquei naquela neurose, estou aqui hoje para fazer o teste”, diz Rafaela Pessoa de Araújo, de 19 anos.

Rafaela tem motivo para se preocupar. Ela já viu de perto como é viver com o HIV. “Minha mãe faleceu. Ela era portadora do vírus. Ela tinha muito cuidado para não contaminar os filhos. Cuidado redobrado”, conta.

Mesmo vendo o sofrimento da mãe, ela se descuidou. A médica traz o resultado: “Você não tem o vírus do HIV. Como você está se sentindo?”, pergunta.

“Aliviada. Acho que vai me conscientizar mais a me cuidar, a ter a postura de levar a camisinha”, responde.

Ela teve sorte dessa vez. Uma segunda chance que nem todo mundo tem. Na última década, 34 mil jovens contraíram o vírus da Aids. Basta um deslize, uma única vez sem preservativo para se contaminar.

Mas se transar sem camisinha, como Rafaela, você sabe o que fazer? Não adianta você esquecer de usar camisinha e sair correndo para fazer o teste. O exame leva 3 a 4 semanas para ficar positivo. Em vez disso, procure a rede pública para receber o tratamento preventivo, os remédios que vão evitar que o HIV penetre o organismo. Não é para fazer isso todo fim de semana. É uma medida de emergência, que deve ser tomada no máximo 72 horas depois do contato sexual. Passou de 72 horas é tarde demais. O tratamento dura um mês, e os remédios devem ser tomados todos os dias, rigorosamente. Falhou, perdeu o efeito.

Esses remédios de emergência, chamados de profilaxia pós-exposição, ou PEP, estão disponíveis da rede pública, mas pouca gente sabe. No ano passado, foram usados pouco mais de 20 mil kits de PEP em todo o país.
“Existe hoje uma falsa sensação de que a Aids está controlada. Que a Aids não existe mais. Porque não estamos mais vendo na mídia grandes ícones falecendo com essa doença”, diz Fernando Ferry, clínico geral especializado em Aids do Hospital Gaffrée Guinle, no Rio de Janeiro.




TODA A REPORTAGEM ESTÁ NO G1

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