Depois de reassumir o posto de mais rico do mundo na última semana, o mexicano Carlos Slim, 74 anos, afirmou que está na hora de uma grande mudança na jornada de trabalho. Segundo a agência Paraguay.com, o empresário disse que o ideal seria trabalhar apenas três dias por semana, com uma carga diária maior e mais dias livres de lazer.
“As pessoas terão que trabalhar por mais anos, até os 70 ou 75 anos, mas apenas três dias por semana – talvez 11 horas por dia. Com três dias de trabalho na semana, teríamos mais tempo para relaxar, para ter qualidade de vida. Quatro dias de folga seriam muito importantes para gerar novas atividades de entretenimento e outras maneiras de ficar ocupado”, afirmou Slim em uma conferência no Paraguai.
O magnata da comunicação acredita que esta jornada de trabalho deixaria as pessoas mais saudáveis e produtivas, além de combater os efeitos do aumento da expectativa de vida nas contas financeiras dos governos. Na Telmex, empresa que faz parte do conglomerado do bilionário, os trabalhadores têm direito de se aposentar antes mesmo dos 50 anos, mas podem continuar trabalhando voluntariamente com salário integral e apenas quatro dias por semana.
TERRA
QUEM É CARLOS SLIM ( E O QUE TEM )
Sua grande investida aconteceu em 1990, quando a decadente companhia "Telefones de Barra Mansa", BMmex, foi privatizada a um preço muito inferior do estimado, no âmbito das políticas neoliberais que aconteceram na América Latina nos anos 1990. Slim ganhou a concorrência e transformou a empresa deficitária na maior companhia privada do país, a joia da coroa de seu império. Tem mais de 10 milhões de assinantes – 90% do mercado mexicano. A partir da Telmex, Slim Helú criou a América Móvil, operadora de telefonia celular que tem cinco milhões de clientes no México. Suas empresas pagam mais de cinco bilhões (mil milhões) de dólares em impostos, empregam mais de 200 mil trabalhadores e respondem por quase metade do PIB do México.
O empresário expandiu seus negócios por todo o continente americano. Hoje comanda companhias de telecomunicações na Guatemala, em Porto Rico, no Peru, no Equador, em El Salvador, na Nicarágua, na Argentina, no Chile e na Colômbia. Tem participação nas maiores companhias de telecomunicações do Canadá à Terra do Fogo. No Brasil comprou a participação da Globopar na rede de TV a cabo NET, que tem 6 milhões de clientes. Também controla a Claro, segunda empresa de celulares do país, com mais de 40 milhões de clientes, e a Embratel, que opera ligações à distância. Seus investimentos nos Estados Unidos incluem participações na Philip Morris (hoje Altria Group), e na Saks Incorporated. Tornou-se o maior acionista da MCI, a segunda operadora de telefonia de longa distância americana. Adquiriu cerca de 3% da Apple Computer – e um ano depois, com o surgimento do iMac, o valor das ações da empresa saltou de 17 para 100 dólares cada. E associou-se ao empresário americano Bill Gates, o dono da Microsoft, para criar um portal na internet destinado aos hispanos.
Seu escritório não tem computador, laptop ou qualquer outro apetrecho tecnológico que lhe permita acompanhar os movimentos financeiros on-line. Quando precisa de uma informação, pega o telefone e pede a um auxiliar. Certa vez ganhou um laptop dos filhos, de presente de Natal, mas só sabe ligar e desligar a máquina. Mas seu grupo vende mais de mil computadores por dia no México e milhares de pessoas em todo o mundo acessam seu portal na internet. Além disso, Slim criou um centro de pesquisas associado ao MIT americano para desenvolver novas tecnologias de informação adequadas à América Latina, para a formação de especialistas e para a transferência de conhecimentos.
Atualmente todos os seus investimentos estão concentrados numa holding, o Grupo Carso. Sua residência fixa continua na Cidade do México, mas há anos Slim vive pelo mundo, cuidando de seus negócios nas áreas das comunicações, dos transportes, da mineração, do comércio, das finanças, dos seguros e da indústria de componentes automóveis.
E apesar de ser o segundo homem mais rico do mundo, seu biógrafo, José Martínez, informou que Slim vive com um salário de 300 mil pesos (US$ 24 mil) por mês para despesas pessoais.
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