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quarta-feira, 16 de abril de 2014

'Me senti enganado', diz juiz que manteve menino com o pai no RS.

A prisão do médico cirurgião Leandro Boldrini sob suspeita de participar da morte do filho Bernardo Uglione Boldrini abalou o juiz Fernando Vieira dos Santos, 34 anos, da Vara da Infância e Juventude de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Foi o magistrado quem autorizou no inicío deste ano que o garoto continuasse morando com o pai, após o Ministério Público (MP) instaurar uma investigação contra o homem por negligência afetiva e abandono familiar.

Comovido com o caso, o juiz ressaltou ter tomado a providência padrão ao priorizar a reinserção dos vínculos familiares, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Mas reconheceu: jamais imaginou o desfecho trágico. “O Bernardo foi enganado. E eu me senti enganado. Assim como ele eu não sabia que ele estava sendo levado para Frederico Westphalen”, disse o magistrado ao G1,.

O menino de 11 anos estava desaparecido desde o dia 4 de abril. O corpo dele foi encontrado enterrado em um matagal na noite de segunda-feira (14) no interior de Frederico Westphalen, a cerca de 80 quilômetros de Três Passos.

A criança morava com o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugolini Boldrini. O casal, que tem uma filha de um ano de idade, foi preso preventivamente junto com a amiga Edelvania Wirganovicz por suspeita de crime. Segundo a Polícia Civil, o garoto foi morto com uma injeção letal, o que ainda deverá ser confirmado pela perícia.

De acordo com o MP, desde novembro do ano passado o pai de Bernardo era investigado por suspeitas de negligência afetiva. Mas jamais houve indícios de agressões físicas. Em janeiro, o garoto foi ouvido pelo órgão e chegou a pedir para morar com outra família.

No início do ano, o médico pediu uma segunda chance. Com a promessa de que buscaria reatar os laços familiares com o filho, ele convenceu a Justiça a autorizar uma nova experiência. Na época, a avó materna, que mora em Santa Maria, na Região Central do estado, chegou a se disponibilizar para assumir a guarda. Porém, conforme o MP, Bernardo também concordou em continuar na casa do pai e da madrasta.

“Isso é dito no Estatuto da Criança e do Adolescente. A reinserção dos vínculos familiares é a providência padrão. Não imaginávamos que tivesse esse desfecho. Porque não havia qualquer informação de agressões. Então, tomamos essa decisão baseada nas premissas legais”, enfatizou o juiz.

A decisão do magistrado também teve apoio do MP. Na ocasião, a promotora da Infância e Juventude de Três Passos, Dinamárcia Maciel, entrou em consenso com a Justiça. “Não dá pra trabalhar com o imprevisível. Mas dentro de um bom senso da legalidade, se fez o que faria em qualquer caso”, disse a promotora.

Mesmo sem opinar sobre as conclusões da investigação policial, o juiz disse que ficou emocionado com o caso. “Ficou esse sentimento negativo, de tristeza, de desencanto com a vida e com as pessoas, com a forma a qual as pessoas se relacionam com o mundo. E agora temos que tentar manter rotina. A gente é pai, é ser humano. Não há como ser geladeira. Não me arrependo, mas a gentre reflete sobre o que poderia ter sido feito”, avaliou.


Fonte: G1

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