Uma nova pesquisa comprovou que o nariz humano pode distinguir mais de um trilhão de combinações diferentes de cheiros - muitos mais do que os pesquisadores pensavam. Esse foi o resultado de estudo realizado na Rockefeller University, nos Estados Unidos, liderado pelo cientista Andreas Keller.
Ele testou a capacidade dos voluntários selecionados para distinguir entre várias misturas complexas de aromas. Com base na sensibilidade dos narizes e cérebros dessas pessoas, a equipe calculou que o olfato humano pode detectar mais de um trilhão de misturas. O número até então geralmente aceito no meio científico era de apenas 10 mil.
— Na verdade, até mesmo um trilhão pode ser um total subestimado. A mensagem que oferecemos com esse estudo é de que temos mais sensibilidade em nosso sentido do cheiro do pensamos. Nós simplesmente não prestamos atenção a nosso olfato, e não o usamos devidamente no dia a dia— diz o cientista Leslie Vosshall.
A qualidade de um cheiro tem múltiplas dimensões, pois os odores que encontramos são compostos de misturas complexas de moléculas.
— O cheiro característico da rosa, por exemplo, tem 275 componentes, mas apenas uma pequena porcentagem deles é percebida. Isso faz com que o olfato seja muito mais difícil de se estudar do que a visão e a audição, que nos obrigam a detectar variações em uma única dimensão— explica Vosshall.
Para efeito de comparação, os pesquisadores estimam que o número de cores que podem ser distinguidas pelo homem varia entre 2,3 e 7,5 milhões; e os sons audíveis chegam até 340 mil.
Para superar essa complexidade, Keller combinou odores e pediu aos voluntários que diferenciassem as misturas com alguns componentes em comum.
— Usamos misturas de moléculas de odor e calculamos a porcentagem de sobreposição entre duas misturas para medir a sensibilidade do sentido de uma pessoa— apontou ele.
Para criar as suas misturas, o cientista inspirou-se em 128 moléculas responsáveis por aromas, tais como laranja, anis e hortelã. Foram feitas várias combinações com diferentes proporções dos componentes em comum. Os voluntários receberam três frascos, dois dos quais continham misturas idênticas, e eles foram convidados a escolher um cheiro estranho.
Os resultados mostraram que, em média, os participantes conseguiram diferenciar as misturas que continham até 51% dos mesmos componentes. Quando o porcentual era maior, menos pessoas conseguiram fazer a diferenciação. Ao analisar os dados, os pesquisadores puderam calcular o número total de misturas distintas que podemos identificar.
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE
Nenhum comentário:
Postar um comentário