A nova pirâmide alimentar
A dieta do Mediterrâneo é conhecida como a mais saudável do mundo. Agora, os italianos reformularam um novo cardápio e entregaram o ouro de bandeja
Há quase quatro décadas, fomos rendidas à praticidade dos junk foods, dos alimentos prontos e enlatados, além do delivery. O resultado não foi nada bom: aumento de doenças crônicas ligadas à obesidade, diabetes e colesterol, além de hipertensão, cânceres e doenças degenerativas. Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 80% das mortes causadas por doenças crônicas não transmissíveis tiveram relação com a alimentação incorreta.
Para fugir desta estatística, os povos mediterrâneos criaram dietas e mais dietas. O Ministério da Saúde da Itália, por sua vez, foi mais além e reuniu alguns especialistas da área de nutrição e elaborou a "Pirâmide Alimentar Italiana". Apresentada em um Congresso de Nutrição no último mês de maio, em São Paulo, por Carlo Canella, professor da Universidade Sapienza de Rroma, a nova pirâmide prega o bem-estar acima de tudo.
Uma nova proposta A nova pirâmide divide os alimentos e a atividade física por "quantidade de bem-estar" (QB). A partir disso, são indicadas quantas porções de cada grupo alimentar devem ser consumidas para que a nossa alimentação seja variada, equilibrada e compatível com uma qualidade de vida saudável. Seguir o critério da QB na hora de escolher o alimento permite que os nutrientes sejam balanceados, sem precisar fazer cálculos com calorias. Isso mantém a eficiência do nosso organismo, que é feito para se movimentar e não para ser sedentário. Portanto, a QB de alimento e movimento - se devidamente adaptada para cada pessoa - evita o sobrepeso e combate a obesidade.
Pirâmide reformulada nova escalação está dividida em seis níveis, desde a base até o topo, de forma escalonada com os diferentes grupos alimentares. Cada nível está indicado com uma cor correspondente, caracterizado pelos nutrientes presentes. Na base da pirâmide encontram-se os alimentos de origem vegetal que são característicos da "dieta mediterrânea". Subindo de um nível a outro, encontram-se os alimentos de maior densidade energética que devem ser consumidos em menor quantidade, para evitar o sobrepeso. O vinho e a cerveja ganham lugares de destaque nesta nova pirâmide. A bebida oriunda da uva, principalmente, é valorizada por ser rica em polifenóis, antioxidantes capazes de prevenir alguns tipos de cânceres e o envelhecimento precoce. A quantidade recomendada é de uma taça (100 ml) de vinho e uma lata (330 ml) de cerveja diariamente. Ambas as bebidas devem ser consumidas durante a refeição. Já a água foi para a base da pirâmide, fato inédito em qualquer guia nutricional. O consumo recomendado é de 6 a 8 copos por dia.
Movimento é fundamental
Não é preciso se tornar uma maratonista ou atleta de triátlon para que sua saúde seja recompensada. Para acompanhar a nova pirâmide alimentar, foi elaborada outra pirâmide de atividades. Sua base é uma simples caminhada, seja ela no supermercado ou o caminho entre o estacionamento e o escritório. O importante é que se movimente por pelo menos 30 minutos, mesmo não sendo de forma contínua. A "quantidade de bem-estar" também é referência nesta nova pirâmide. Cada 15 minutos de atividade equivalem a 1QB, ou seja, a cada dia devemos realizar pelo menos 2QB de caminhada. Nos níveis acima estão indicadas as atividades mais intensas, que requerem um menor tempo de execução e/ou menor frequência semanal. O ideal é que se atinja 12QB semanais.
1 Pratique 6 vezes por semana uma caminhada de 30 minutos, mesmo não sendo de forma continuada. Por exemplo, estacione o carro mais longe do habitual, utilize transportes públicos, prefira escadas ao elevador, leve o cachorro para passear, cumpra as tarefas do lar, vá ao supermercado, e por aí vai.
2 Faça exercícios de 2 a 4 vezes por semana, por aproximadamente 1 hora por dia. Dê preferência a atividades com gasto calórico médio: caminhada intensa, hidroginástica, natação, musculação, bicicleta, patins e ioga.
3 Execute atividade física 1 ou 2 vezes por semana, com cerca de 1 hora de duração. No topo da lista estão as atividades mais intensas, com gasto calórico alto: corrida, aeróbica, futebol, tênis e handball.
80% das mortes mundiais causadas por doenças crônicas não transmissíveis, em 2009, foram causadas por alimentação incorreta.
Dividida por porções, a quantidade dos alimentos corresponde às necessidades semanais. Para facilitar na hora de ir ao supermercado, trouxemos o peso equivalente para cada "quantidade de bem-estar" (QB).
por MARJORIE ZOPPEI
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