Golpe clona celular e usa o WhatsApp para pedir dinheiro em seu nome
Os crimes digitais estão cada vez mais sofisticados e causando dor de cabeça entre as vítimas. O golpe da vez agora é a invasão de contas no WhatsApp e pedidos de dinheiro emprestado depois que a linha telefônica é "sequestrada". E o pior: os criminosos fingem ser as vítimas para pedir o empréstimo, amenizando qualquer desconfiança.
O processo todo começa com um golpista que consegue clonar uma linha móvel. A vítima fica sem sinal, enquanto o criminoso "toma conta" do número. Durante este período, o farsante entra no WhatsApp se passando pela pessoa e pedindo dinheiro emprestado para amigos.
Criminoso se passa por amigo
O advogado José Carlos Rizk Filho, de Vitória (ES), foi uma das vítimas do golpe. Há pouco mais de cinco dias, ele leu uma mensagem -- supostamente-- de um amigo num grupo perguntando se alguém tinha uma conta no Banco do Brasil.
Ao responder que era correntista do banco, Rizk Filho recebeu uma mensagem privada com um falso relato de que o amigo precisava fazer uma transação bancária, mas que o seu limite para aquele dia estava excedido.
"Ele me solicitou R$ 1.500 e disse que me devolveria no outro dia. Fiz a transação, mas a sorte foi que o sistema de segurança do banco travou. Fui na minha agência para ver o que tinha acontecido e soube que era um golpe", lembrou o advogado. "Entrei em contato com meu amigo e disse que o celular dele havia clonado".
Segundo o advogado, o amigo fez um B.O. (Boletim de Ocorrência) e vai abrir uma ação contra a operadora. Infelizmente, um conhecido conseguiu concluir a transferência e perdeu R$ 900.
Para ele, o novo golpe é extremamente bem articulado, pois é muito difícil alguém desconfiar que é outra pessoa se passando por você. "Você cai porque acha que [o pedido] é do seu amigo, seu pai, irmão. Agora, o que vou fazer é sempre ligar para a pessoa se ela me pedir ajuda por mensagem".
Procurada pela reportagem, o SindTeleBrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal), afirmou, por meio de nota, que as operadoras fraudadas também são vítimas e que ações criminosas devem ser apuradas e punidas pelas autoridades competentes. Além disso, ressaltou que as prestadoras estão sempre investindo em sistemas de segurança.
Casos investigados
A Polícia Civil do Espírito Santo, por meio da Delegacia de Repressões aos Crimes Eletrônicas (DRCE), informou que dois casos estão sendo investigados no Estado. O órgão investiga ainda se há participação de funcionários de empresas de telefonia no golpe. Em um dos casos, uma servidora pública transferiu R$ 900 reais para a conta dos criminosos achando que estava ajudando uma colega.
"São dois casos, mas dezenas de pessoas foram envolvidas. Tanto as vítimas que tiveram o seu celular clonado quanto as pessoas que fizeram as transferências", informou um representante da DRCE.
De acordo com a pasta, o criminoso consegue clonar o número de telefone da vítima e usa essa linha para acessar a conta de WhatsApp. O número original para de funcionar por um tempo e é nessa hora que eles aplicam o golpe. Depois de um tempo, a linha telefônica é devolvida, mas o estrago já pode ter sido grande.
Em um alerta divulgado no último dia 4, o órgão destacou que o golpe estava sendo recorrente em todo o Brasil.
Como forma de ajudar evitar o problema, a DRCE aconselha os usuários a usarem a autenticação em dois fatores no WhatsApp. Basicamente, o sistema do aplicativo usa duas formas diferentes para validar o acesso do usuário no serviço.
Uma vez habilitado, você precisa digitar uma senha de seis dígitos. O sistema usará então essa senha e o código enviado via SMS para ativar ou reativar sua conta no WhatsApp.
Veja como fazer:
- Entre nas configurações do aplicativo e selecione o campo "conta";
- Procure pela opção "verificação em duas etapas" e ative;
- O serviço pedirá uma senha de seis dígitos (obrigatória) e um endereço de e-mail (opcional); E, pronto! O WhatsApp sempre pedirá essa senha quando o seu número de telefone for registrado novamente no aplicativo.
Fonte: UOL
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