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sábado, 27 de dezembro de 2014

Limite de tráfego também deve ser adotado na banda larga fixa, prevê Anatel.

Limite de tráfego também deve ser adotado na banda larga fixa, prevê Anatel.
Depois de implementar o fim da navegação com velocidade reduzida na telefonia móvel após o consumo da franquia, o próximo passo das operadoras é acabar com o modelo de tráfego ilimitado na banda larga fixa. Essa é a previsão do superintendente de Competição da Anatel, Carlos Baigorri, que participou nesta sexta, 28, de debate sobre o tema no conselho consultivo da Anatel.

Para ele, é natural que as empresas adotem limites de tráfego também na banda larga fixa, de modo a garantir a sustentabilidade do negócio que hoje sofre principalmente pelo aumento do consumo de vídeo. Baigorri mencionou o efeito "boca de jacaré" frequentemente apontado pelas operadoras: o tráfego de dados cresce exponencialmente, enquanto que a receita tem um crescimento muito menor, resultando em duas linhas que se afastam gradativamente.

"Isso bota pressão e as empresas obrigatoriamente têm que mudar o seu modelo de negócio", afirma ele. Baigorri lembrou que no início da operação de 3G o modelo adotado foi o de consumo ilimitado, rapidamente substituído pelas franquias de dados. Inclusive, diz ele, a sua prestadora de banda larga fixa residencial já adota um limite de tráfego.
O debate no conselho consultivo foi sobre as notícias de que as operadoras móveis irão acabar com os planos em que o usuário tem velocidade reduzida após o consumo da franquia. Por causa do efeito "boca de jacaré", sustenta ele, a mudança do modelo de negócio já era esperada, o que foi acelerado pela redução gradual da VU-M, que vai chegar ao custo em 2019. "A partir do momento que a VU-M cai, as empresas vão buscar aumentar sua receita em outras áreas de negócio. Isso ia acontecer de qualquer jeito, a redução da VU-M só acelerou", observa ele.

Para ele, entretanto, a forma como o assunto foi abordado pela imprensa deu a entender que a mudança acontecerá "de hoje para amanhã". Na verdade, das quatro grandes apenas uma (que ele não citou, mas é a Vivo) está implementando, mas não em todo o País. No caso, o novo modelo foi implementado em Minas e Rio Grande do Sul desde o dia 6 de novembro. Já a Oi pretende adotar em todo o Brasil a partir de 1º de dezembro. As duas empresas, entretanto, só mudaram a forma de cobrança para os clientes pré-pagos. Uma operadora, que ele não mencionou qual, disse que não pretende mudar o modelo porque ele gera custo na rede de sinalização que não seria compensado pelo aumento da receita esperado.
De toda a forma, Baigorri procurou explicar que o fim modelo de tráfego ilimitado não é necessariamente ruim para o usuário. Isso porque no modelo de tráfego ilimitado, o preço estabelecido pela operadora é influenciado por aqueles usuários que consomem muito. Por isso, quem consome pouco acaba sendo prejudicado porque paga mais caro para "compensar" os heavy users.

Com o fim do tráfego ilimitado, surgem os diversos planos de franquia e assim o usuário escolhe aquele mais adequado ao seu perfil de consumo, o que é mais vantajoso para aquele que usa pouco que poderá pagar mais barato em relação ao plano ilimitado.

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