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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Adolescência.

Adolescência
Desenvolvimento do adolescente
Uma transição crítica
A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica a adolescência como o período de crescimento e desenvolvimento humano que ocorre depois da infância e antes da idade adulta, entre as idades de 10 aos 19. Ele representa uma das transições críticas no tempo de vida e é caracterizado por um ritmo enorme no crescimento e transformação que é apenas a segunda a de infância. Os processos biológicos conduzir muitos aspectos deste crescimento e desenvolvimento, com o início da puberdade marca a passagem da infância para a adolescência. Os determinantes biológicos da adolescência são bastante universal, no entanto, as características da duração e da definição deste período pode variar ao longo do tempo, as culturas e situações socioeconômicas. Este período tem visto muitas mudanças ao longo do século passado, ou seja, o início mais precoce da puberdade, depois, idade do casamento, a urbanização, a comunicação global e mudança de atitudes e comportamentos sexuais.
Experiências de desenvolvimento chave
O processo da adolescência é um período de preparação para a vida adulta, durante o qual ocorrem tempo várias experiências de desenvolvimento chave. Além de maturação física e sexual, essas experiências incluem o movimento para a independência social e econômica e desenvolvimento da identidade, a aquisição das competências necessárias para a realização de relacionamentos adultos e papéis, e da capacidade de raciocínio abstrato. Enquanto que a adolescência é um momento de enorme potencial de crescimento e, também é um momento de risco considerável, durante o qual contextos sociais exercem influências poderosas.
As pressões para se envolver em comportamentos de alto risco.
Muitos adolescentes enfrentam pressões ao uso de álcool, cigarros ou outras drogas e para iniciar as relações sexuais em idades mais precoces, colocando-se em risco elevado de lesões intencionais e não intencionais, gravidezes indesejadas e infecções de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), incluindo o da imunodeficiência humana imunodeficiência humana (VIH). Muitos também experimentar uma grande variedade de ajustes e problemas de saúde mental. Padrões de comportamento que são estabelecidas durante este processo, tais como o uso de drogas ou não uso e tomada de risco sexual ou de proteção, pode ter efeitos positivos e negativos duradouros sobre o futuro da saúde e bem-estar. Como resultado, durante este processo, os adultos têm a oportunidade única de influenciar os jovens.
Adolescentes são diferentes, tanto de crianças e de adultos. Especificamente, os adolescentes não são plenamente capazes de compreender conceitos complexos, ou a relação entre o comportamento e as consequências, ou o grau de controle que têm ou podem ter sobre a tomada de decisões de saúde, incluindo as relacionadas ao comportamento sexual. Esta incapacidade pode torná-los particularmente vulneráveis ??à exploração sexual e comportamentos de alto risco. Leis, costumes e práticas podem também afetar os adolescentes de forma diferente do que os adultos. Por exemplo, as leis e políticas muitas vezes restringir o acesso dos adolescentes à informação e aos serviços de saúde reprodutiva, especialmente quando eles são casados. Além disso, mesmo quando os serviços não existem, atitudes fornecedor sobre adolescentes fazendo sexo muitas vezes representam uma barreira significativa à utilização de tais serviços.
Família e comunidade são suportes fundamentais
Adolescentes dependem de suas famílias, os seus, comunidades, escolas, serviços de saúde e seus locais de trabalho para aprender uma ampla gama de habilidades importantes que podem ajudá-los a lidar com as pressões que eles enfrentam e fazer a transição da infância para a idade adulta com sucesso. Os pais, membros da comunidade, prestadores de serviços e instituições sociais têm a responsabilidade de promover o desenvolvimento tanto do adolescente e de ajustamento e de intervir de forma eficaz quando surgem problemas.
Fonte: www.who.int
Adolescência
A puberdade é o início da adolescência. Mas quando é a puberdade, exatamente? As mudanças hormonais começar tão cedo quanto 8 anos de idade.
Mas as mudanças físicas não costumam fazer-se conhecido por vários anos mais tarde.
Nas sociedades ocidentais modernas, costumamos dizer que a puberdade começa entre 11 e 12 anos para as meninas e entre 12 e 13 para os meninos.
95% de todas as raparigas começará algures entre 8 1/2 e 13, e 95% dos adolescentes um ano ou mais, entre 9 1/2 e 15.
O primeiro sinal claro da puberdade para as meninas é o início do desenvolvimento dos seios, por volta de 12 anos de idade. Há também um estirão de crescimento global que se inicia cerca de 10 1/2, os picos a 12, e começa a diminuir de cerca de 14. Mas a marca principal da puberdade éa menarca (pronuncia-MEN-ark-ee), do primeiro período. Nas sociedades ocidentais modernas, tende a acontecer entre os dias 12 e 13.
Curiosamente, em 1890, primeiro período de uma menina tende a ocorrer em 14 ou 15 anos. Em 1840, muitas vezes começou tão tarde como 17!
Pensa-se que estas variações foram principalmente devido a diferenças na alimentação. Além disso, observe que a idade média em que uma mulher se casa hoje é de cerca de 25. Em 1890, foi em torno de 22. Na Idade Média, poderia ser tão jovem quanto 12 ou 14. (Lembre-se que Romeu e Julieta eram apenas 16!)
O primeiro sinal da puberdade nos meninos é o início do crescimento dos testículos em torno da idade de 13 anos, eo crescimento do órgão reprodutor masculino em torno de 14.
O surto de crescimento para os meninos tende a começar em 12 1/2, o pico aos 14 anos, e diminui em 16 - daí a visão comum das meninas elevando-se sobre os seus parceiros em bailes de escola!
O surto de crescimento mencionado é de cerca de 8 a 10 cm (3 a 4 centímetros) de altura por ano para meninas e meninos - semelhante à taxa de crescimento de volta quando eles eram apenas 2 anos de idade! Com este surto, há uma perda significativa de gordura em meninos, principalmente nos membros, o que representa o olhar comum "varapau" entre os adolescentes. As meninas também podem perder a gordura, mas não tão drasticamente como meninos.
Uma infeliz tendência hoje, no entanto, é o aparecimento da obesidade na adolescência devido ao alto teor de gordura, açúcar elevado dieta muitos adolescentes adotar.
A adolescência é definitivamente um momento de aumento da força: Um menino de 14 anos tem 14 vezes as células musculares de um menino de 5 anos de idade.
A menina de 14 anos tem 10 vezes as células musculares de uma menina de 5 anos.
Psicologicamente, a adolescência é um tempo muito ocupado.
Tornando-se um adulto sexual envolve uma série de coisas que podem muito bem ter raízes instintivas: Os meninos competem entre si pela atenção por shows de capacidade física e os atos de ousadia, muitas vezes beirando a loucura, as meninas competem pela atenção dos meninos, mais comumente por tentativa para melhorar a sua aparência. Diferentes culturas têm diferentes detalhes, mas o padrão é bastante universal.
A única coisa mais importante parece ser a aceitação social. Se você não tem um círculo de amigos, no mundo adolescente, você não é nada.
Para muitos adolescentes, se o seu isolamento é devido a uma mudança da família ou inibição social, anomalias físicas ou não cumprimento das normas locais de atracção, não ser aceito é uma causa de depressão e às vezes suicídio.
Eu acredito que esta resposta é muito provável que nós herdamos de nossos ancestrais pré-humanos muito sociais: No grupo, e você pode muito bem estar morto.
Na adolescência mais tarde, duas coisas dominar a mente de um adolescente: encontrar um namorado ou namorada e encontrar uma maneira de ganhar a vida.
A maneira como essas necessidades são expressas podem variar de tentar fazer sexo com quem você vai ter e fazer, empréstimo ou roubar dinheiro suficiente para fazer uma boa exibição, a um esforço sério para criar as bases para uma parceria ao longo da vida baseada no amor e na formação para uma carreira financeiramente e pessoalmente gratificante.
O final da adolescência é muito mais uma coisa social como uma coisa fisiológica, por isso é muito difícil dizer quando isso é, mas em culturas ocidentais, geralmente pensamos de 18 como uma marca conveniente. Mas, com trabalho e família adiada enquanto eles são hoje em dia, muitas das tarefas tradicionais de adolescentes continuam bem na década de 20.
Porque o adolescente está em processo de romper com seus pais, muitas vezes há conflito entre eles. Idealmente, os adolescentes reconhecem seus pais sabedoria e educadamente sair de casa, enquanto o pai confiar os seus filhos para tomar suas próprias decisões e deixá-los ir. Infelizmente, muitas vezes não funciona dessa maneira. É quase como se a natureza está nos tornando tão repugnante para o outro que estamos absolutamente ansioso para ir nossos caminhos separados.
Estes conflitos entre pais e filhos adolescentes voltar muitas gerações. Sócrates e outros filósofos gregos reclamaram esta próxima geração de preguiçosos mimados, assim como escritores do renascimento e de todos os séculos.
Aqui está uma paráfrase de uma tal reclamação:
"Onde você foi?" 
"Eu não fui a lugar nenhum." 
"Se você não ir a qualquer lugar, por que você ocioso dizer? Vá para a escola ... Não vaguear na rua .... Não fique aproximadamente na praça pública ou passear sobre o boulevard .... Você que vagam na praça pública, você poderia alcançar o sucesso? ... Porque meu coração tivesse sido saciado com o cansaço de vocês, eu fiquei longe de você e não atenderam os seus medos e resmungos .... Por causa de seus clamores ... Eu estava com raiva de você .... Porque você não olha para sua humanidade, o meu coração foi levado como que por um vento mal. seus resmungos ter colocado um fim para mim, que me levou ao ponto da morte. "
Este é um pedaço de uma conversa entre um jovem suméria e seu pai, registrado em escrita cuneiforme cerca de 3 ou 4 mil anos atrás. (Da SN Kramer, Os sumérios, University of Chicago Press, 1963). Engraçado, eu poderia jurar que ouvi essa conversa só no outro dia!
C. George Boeree
Fonte: webspace.ship.edu

Adolescência
De acordo com Aberastury (1986), o essencial da adolescência é a necessidade de entrar no mundo do adulto.
A ansiedade provocada pelas mudanças corporais, de acordo com o mesmo autor, leva o adolescente a entrar em contato com seu mundo interno, fugindo desta forma, do mundo exterior. A crise provocada pelas mudanças da adolescência será determinada pelas características do mundo interior.
Sendo assim, o choque e a distância entre o mundo interno e realidade exterior determinarão a duração e a qualidade de sua crise emocional.
Nesta fase de adolescência, está presente o desejo de se tornar adulto em sua totalidade, porém a presença dos sentimentos de rivalidade e invalidez em relação a este adulto, classificarão quais características o adolescente terá como modelo.
De acordo com, Osório (1992), adolescência é uma etapa evolutiva peculiar ao ser humano. Nela culmina todo o processo maturativo biopsicossocial do indivíduo. Por isto, não podemos compreender a adolescência estudando separadamente os aspectos biológicos, psicológicos, sociais ou culturais. Eles são indissociáveis.
A adolescência deixou de ser considerada uma mera passagem da infância para a idade adulta, com mudanças físicas, aparecimento das características sexuais e mudanças de temperamento, e passou a ser considerada como momento crucial do desenvolvimento do indivíduo, marcando a aquisição da imagem corporal e a estruturação da personalidade.
O início da adolescência não pode ser determinado, pois varia de acordo com o ambiente sócio-cultural do indivíduo. Porém, está relacionado com a puberdade, quando ocorrem as modificações biológicas juntamente com as mudanças psicossociais, ocorrendo em média, dos 12 aos 15 anos.
Segundo Osório (1992), esta fase é caracterizada pelos seguintes fatores:
1. Redefinição da imagem corporal, consubstancial na perda do corpo infantil e da conseqüente aquisição do corpo adulto (em particular, dos caracteres sexuais secundários)
2. Culminação do processo de separação/individualização e substituição do vinculo de dependência simbiótica com os pais da infância por relações objetais de autonomia plena
3. Elaboração de lutos referentes à perda da condição infantil
4. Estabelecimento de uma escala de valores ou código de ética próprio
5. Busca de pautas de identificação no grupo de iguais
6. Estabelecimento de um padrão de luta/fuga no relacionamento com a geração precedente
7. Aceitação tácita dos ritos de iniciação como condição de ingresso ao status adulto
8. Assunção de funções ou papéis sexuais auto-outorgados, ou seja, consoante inclinações pessoais independentemente das expectativas familiares e eventualmente (homossexuais) até mesmo das imposições biológicas do gênero a que pertence. (p.12).
E ainda, imagem corporal é uma representação condensada das experiências passadas e presentes, reais ou fantasiadas, do corpo do indivíduo. Ela involucra aspectos conscientes e inconscientes.
A estrutura da imagem corporal é determinada por:
Percepção subjetiva da aparência e habilidade à função
Fatores psicológicos internalizados
Fatores sociológicos.
À medida que o corpo vai se transformando e adquirindo os contornos definitivos do adulto, o adolescente vai gradualmente plasmando a imagem corporal definitiva de seu sexo. Como na sua mente há uma espécie de protótipo idealizado dessa imagem corporal, ocorre um conflito entre a imagem fantasiada desse modelo idealizado e a imagem real do seu corpo em transformação. Essa é a raiz das ansiedades do adolescente com respeito a seus atributos físicos e a desejada capacidade de atrair o sexo oposto.
Ainda, de acordo com Herbert (1987), na adolescência, a interação pais/filhos é um fator muito importante, pois é nesta relação que o adolescente vai tentar encontrar seu lugar no mundo e buscar sua liberdade psicológica, buscando também:
A liberdade de ser uma pessoa por si mesmo, ter os próprios pensamentos e sentimentos, determinar os próprios valores e planejar o próprio futuro no nível existencial mais amplo.
Vanessa Müller
Referências Bibliográficas
ABERASTURY, A. e col. O mundo do adolescente. In: Adolescência. Trad. Ruth Cabral. 4. ed. Porto Alegre. Artes Médicas. 1986.
HERBERT, M. A natureza da adolescência. In: Convivendo com adolescentes. Rio de Janeiro. Beltrand Brasil. 1987.
OSÓRIO, L.C. O que é adolescência, afinal? In: Adolescente Hoje. 2a. Ed. Porto Alegre. Artes Médicas. 1992.
Fonte: www.psicologiamooca.com.br
Adolescência
ADOLESCÊNCIA: uma concepção crítica
Discutindo a concepção de adolescência
A adolescência tem sido vista na Psicologia como uma fase do desenvolvimento que apresenta características muito especiais, tais como rebeldia, crise de identidade, conflito geracional, tendência grupal, necessidade de fantasiar, evolução sexual manifesta e outras mais. Apesar de admitirmos que estas características são visíveis na maior parte de nossos jovens, entendemos que a Psicologia, ao desenvolver sua concepção sobre a adolescência, tem naturalizado este fenômeno, ou seja, a Psicologia não tem apresentado a adolescência como tendo sido produzida socialmente, no decorrer da história das sociedades ocidentais.

Sem dúvida, nenhum psicólogo negará que há fortes influências sociais sobre a adolescência. Mas "o social" sempre aparece como uma moldura que dá forma e expressão ao fenômeno inevitável da adolescência. Ou seja, entendemos que é bastante diferente aceitarmos que a sociedade e a cultura influenciam a adolescência e concebermos que a adolescência é constituída socialmente. Na primeira visão, há uma naturalização do desenvolvimento humano e a adolescência é vista como uma fase inevitável, pela qual todos os jovens deverão passar. O que muda são apenas as suas formas de expressão.
Temos buscado uma saída teórica que supere esta visão naturalizante da adolescência, presente na Psicologia em geral; uma saída que supere a visão que temos denominado de visão liberal de homem.
Para sermos mais didáticos, apresento as duas visões básicas aqui citadas:
A VISÃO LIBERAL: nesta visão, o HOMEM está concebido a partir da idéia de natureza humana: um homem apriorístico que tem seu desenvolvimento previsto pela sua própria condição de homem. Este desenvolvimento pode ser facilitado ou dificultado pelo meio externo, social e cultural. Um homem livre, dotado de potencialidades.
Na relação HOMEM/SOCIEDADE, encontramos a visão de que a sociedade é sempre algo externo e independente dele e que está organizada para facilitar e contribuir com o desenvolvimento humano, mas que, em geral, a organização social é algo que tem dificultado e prejudicado o total desenvolvimento das potencialidades humanas. Os outros, enquanto indivíduos isolados, com os quais se entra em relação (uma relação próxima e afetiva) são importantes colaboradores no desenvolvimento das potencialidades. No geral e no sentido amplo, a sociedade é vista como contrária ao desenvolvimento natural da humanidade contida em cada homem.
O FENÔMENO PSICOLÓGICO nestas concepções aparece como algo dado; algo que o homem já possui aprioristicamente; algo que pertence à natureza humana. Esse fenômeno é visto como pertencendo ao mundo interno; é privado e íntimo. O fenômeno é, além disso, a essência do homem; refere-se ao eu, a um "verdadeiro eu". É o que há de mais individual e particular no homem. O fenômeno psicológico mantém, no entanto, uma relação com o mundo externo, que estimula ou impede, ajuda ou dificulta seu desenvolvimento. As vezes, o fenômeno psicológico é visto como produto ou como resultado de processos internos e relações com o mundo externo, que o configuram de determinada maneira; essas visões não escapam da visão apriorística do fenômeno.
Quanto à concepção da PRÁTICA PSICOLÓGICA, temos na visão liberal, definições centradas na idéia da doença, da cura, sendo a prática vista como conjunto de ações que visam à correção ou o tratamento de distúrbios. A visão é sempre adaptativa e técnica.
A SAÚDE PSICOLÓGICA é vista como um conjunto de condições apresentadas pelo indivíduo que lhe permite a adaptação ao seu meio social e físico. São características de seu comportamento, ou são capacidades, ou é um estado em que o indivíduo se encontra, ou ainda condições de seu aparelho psíquico que lhe permitem comportar-se e estar no mundo social de forma adaptada. São visões “morais” ou “médicas” da saúde. Estas visões têm sido responsáveis pelo ocultamento das determinações sociais da subjetividade e de fenômenos como a adolescência. Entendemos que é preciso abandonar as visões naturalizantes, principalmente pelo fato de que elas geram propostas de trabalho que aceitam a realidade social como imutável e que não vêem nas questões da Psicologia determinações que são sociais.
A VISÃO SÓCIO-HISTÓRICA é aquela que entendemos como a que permite a superação desta visão liberal.
Nesta, o HOMEM é histórico, isto é, um ser constituído no seu movimento; constituído ao longo do tempo, pelas relações sociais, pelas condições sociais e culturais engendradas pela humanidade. Um ser, portanto, em permanente movimento; um ser que tem características forjadas pelo seu tempo, pelas condições de sua sociedade, pelas relações que estão sendo vividas. O homem é visto a partir da idéia de condição humana e não de natureza humana. A condição humana se refere ao fato de o homem construir as formas de satisfação de suas necessidades e ao fato de fazer isso com os outros homens, e é das formas que constrói e da maneira como faz isso com os outros homens que tem as condições para se constituir.
A RELAÇÃO INDIVÍDUO/SOCIEDADE é vista como uma relação dialética, na qual um constitui o outro. O homem se constrói ao construir sua realidade.
O FENÔMENO PSICOLÓGICO, nesta visão, é coerente com essa visão de homem e é também histórica. O fenômeno psicológico surge e se constitui a partir das suas relações com seu mundo físico e social. É na atividade sobre o mundo e na vivência das relações sociais que acompanham essa atividade que o homem se constrói. Todos os elementos internos, do mundo psicológico, são forjados nessas relações. No conjunto social, através fundamentalmente de mediações como a linguagem, a homem vai desenvolvendo sua consciência, sua forma de significar o mundo; este conjunto psicológico de significações - sentidos pessoais - orienta o homem nas suas ações.
A concepção de PRÁTICA PROFISSIONAL, coerente com esta visão de homem, pensa a intervenção fundamentalmente na linha da promoção de saúde. Reflexões sobre a realidade e ações e projetos coletivos são condições básicas para a saúde do indivíduo.
SAÚDE PSICOLÓGICA é vista como possibilidade de transformação da realidade. Saúde é capacidade de enfrentamento e suas possibilidades estão diretamente relacionadas ao meio social, às condições oferecidas pelo meio social.
Essa visão gera uma concepção de adolescência diferente da visão liberal. A visão sócio-histórica é aquela à qual buscamos dar nossa contribuição, por considerarmos que avança e faz avançar a Psicologia.
1º. porque vincula o desenvolvimento do homem à sociedade, vinculando também a Psicologia ao desenvolvimento social. Ao falarmos do desenvolvimento humano e da adolescência não poderemos nos furtar a falar e compreender a sociedade. Entendemos, assim, que para compreender o homem é necessário compreender a sociedade.
2º. porque “despatologizamos” o desenvolvimento humano e o tornamos histórico. Passamos a compreender que as formas que assumimos como identidades, personalidades e subjetividades são construídas historicamente pela humanidade. A sociedade, construída por nós mesmos, nos dá os limites e as possibilidades de “sermos”.
3º. porque deixamos de ser tão moralistas ou prescritivos de uma suposta normalidade. Aquilo que é normal em nossa sociedade é porque interessou aos homens valorizar, mas não é nem natural, nem eterno. Tudo, no psiquismo humano, pode ser diferente. Os modelos de normalidade e de saúde precisam ser considerados historicamente.
E a Adolescência? Para darmos uma noção de nossa conceituação de adolescência, responderemos brevemente a três questões:
A adolescência existe?
Há características naturais na adolescência?
O que é a adolescência?
A adolescência existe?
Sim, existe, mas é criada historicamente pelo homem, enquanto representação e enquanto fato social e psicológico. É constituída como significado na cultura, na linguagem que permeia as relações sociais.
Fatos sociais surgem nas relações e os homens atribuem significados a esses fatos: definem, criam conceitos que representam esses fatos; são marcas corporais, são necessidades que surgem. são novas formas de vida decorrentes de condições econômicas, são condições fisiológicas, são descobertas científicas, são instrumentos que trazem novas habilidades e capacidades para o homem... Quando definimos a adolescência como isto ou aquilo, estamos constituindo significações (interpretando a realidade), a partir de realidades sociais, significações estas que serão referências para a constituição dos sujeitos.
Há características naturais na adolescência?
Não. A adolescência não é um período natural do desenvolvimento. É um momento significado, interpretado pelo homem. Há marcas que a sociedade destaca e significa. Mudanças no corpo e desenvolvimento cognitivo são marcas que a sociedade destacou. Muitas outras coisas podem estar acontecendo nesta época da vida no indivíduo e nós não destacamos. Assim como essas mesmas coisas podem estar acontecendo em outros períodos da vida (por exemplo na menopausa) e nós também não marcamos.
Reconhecemos, no entanto, que há um corpo se desenvolvendo e que tem suas características próprias. Mas nenhum elemento biológico ou fisiológico tem expressão direta na subjetividade (subjetivo aqui entendido como tudo que se constitui num plano estável interno). Como afirma Gonzalez sobre a elemento biológico e genético do desenvolvimento, que nunca “...vai linearmente converter-se numa subjetividade, porque passa pela mediação de outros elementos muito complexos.” (Gonzalez,1997). As características fisiológicas aparecem e são significadas pelas pessoas adultas e pela sociedade. A menina que tem seus seios se desenvolvendo não os vê, sente e significa como possibilidade de amamentar seus filhos no futuro. Com certeza, em algum tempo ou cultura, isso já foi assim. Hoje, os seios tomam as meninas sedutoras e sensuais. Esse é o significado atribuído em nosso tempo. A força muscular dos meninos já foi significada como possibilidade de trabalhar, guerrear e caçar. Hoje é beleza, sensualidade e masculinidade.
Da mesma forma, o jovem não é algo “por natureza”. São características que surgem nas relações sociais, em um processo onde o jovem se coloca inteiro, com suas características pessoais e seu corpo. Como parceiro social está ali, com suas características, que são interpretadas nessas relações; tem, então, o modelo para sua construção pessoal. É importante frisar que o subjetivo não é igual ao social; há um trabalho de construção realizado pelo indivíduo e há um mundo psíquico de origem social, mas que possui uma dinâmica e uma estrutura próprias. Este mundo psíquico está constituído por configurações pessoais, onde significações e afetos se mesclam para dar um sentido às experiências do indivíduo. Os elementos deste mundo psíquico vêm do mundo social (atividades do homem e linguagem), mas não são idênticos.
O que é a adolescência?
Temos que refazer a questão e perguntar: Como se constituiu historicamente este período do desenvolvimento? Isto porque para a teoria sócio-histórica só é possível compreender qualquer fato a partir de sua inserção na totalidade onde este fato foi produzido, totalidade essa que a constitui e lhe dá sentido.
Assim, a adolescência deve ser compreendida nesta inserção. É importante perceber que esta totalidade social é constitutiva da adolescência, ou seja, sem estas condições sociais a adolescência não existiria ou não seria esta da qual falamos. Não estamos nos referindo, portanto, a condições sociais que facilitam, contribuem ou dificultam o desenvolvimento de determinadas características do jovem; estamos falando de condições sociais que constroem uma determinada adolescência.
E como teria sido construída a adolescência?
Adélia Clímaco (1991) nos ensinou que, na sociedade moderna, o trabalho, com sua sofisticação tecnológica, passou a exigir um tempo prolongado de formação, adquirida na escola. Além disso, o desemprego crônico/estrutural da sociedade capitalista trouxe a exigência de retardar o ingresso dos jovens no mercado e aumentar os requisitos para este ingresso.
A ciência, por outro lado, resolveu muitos problemas do homem e ele teve a sua vida prolongada, o que trouxe desafios para a sociedade, em termos de mercado de trabalho e formas de sobrevivência.
Estavam dadas as condições para que se mantivessem as crianças mais tempo sob a tutela dos pais, sem ingressar no mercado de trabalho. Mantê-las na escola foi a solução. A extensão do período escolar e o conseqüente distanciamento dos pais e da família e a aproximação de um grupo de iguais foram as conseqüências destas exigências sociais. A sociedade então assiste à criação de um novo grupo social com padrão coletivo de comportamento – a juventude/a adolescência.
Outro fator importante em nossa breve análise histórica é que a adolescência pode ser entendida também como forma de justificativa da burguesia para manter seus filhos longe do trabalho.
A Adolescência se refere, assim, a esse período de latência social constituída a partir da sociedade capitalista gerada por questões de ingresso no mercado de trabalho e extensão do período escolar, da necessidade do preparo técnico e da necessidade de justificar o distanciamento do trabalho de um determinado grupo social.
Essas questões sociais e históricas vão constituindo uma fase de afastamento do trabalho e preparo para a vida adulta. As marcas do corpo, as possibilidades na relação com os adultos vão sendo pinçadas para a construção das significações. Para essa construção, é básica a contradição que se configura nesta vivência entre as necessidades dos jovens e condições pessoais de satisfação e as possibilidades sociais de satisfação delas. É dessa relação e de sua vivência enquanto contradição que se retirará grande parte das significações que compõem a adolescência. A rebeldia, a moratória, a instabilidade, a busca da identidade e os conflitos. Essas características, tão bem anotadas pela Psicologia, ao contrário da naturalização que se fez delas, são históricas, isto é, foram geradas como características desta adolescência que aí está. Por exemplo, a oposição aos pais. Esta é uma característica bem marcada da adolescência em nosso meio social.
Ao invés de aceitá-la como natural, devemos buscar sua gênese nas relações sociais e entendê-la como resposta do jovem à contradição vivida. Ele está forte, grande, capaz de sobreviver e transformar o mundo na direção das necessidades pessoais e sociais. Seu corpo já lhe permite esta condição. Está apto inclusive para procriar. No entanto, as condições sociais são restritivas. Depende ainda dos pais, não trabalha, não é independente e por isso está ainda sob as ordens e autoridade de seus pais. Esta contradição vivida por alguns jovens, com certeza, é um dos determinantes da característica da rebeldia na juventude. Interessante registrar que a característica parece se soltar de sua condição de origem e tomar-se modelo para a juventude. E isto acontece.
Outra questão importante, antes de terminarmos, é se a adolescência acontece para todos os jovens de um grupo social onde haja a adolescência como fenômeno social. Ou seja, em nossa sociedade, todos os jovens passam obrigatoriamente pela adolescência? Aqui, para não correr o risco de ser simplista, dado que não fizemos estudos nesta direção, gostaria de responder que sim e que não. Não, porque, na visão sócio-histórica, nada acontece obrigatoriamente. Isto seria naturalizar o fenômeno. A adolescência acontecerá quando as condições sociais para seu surgimento estiverem dadas. Então, é absolutamente possível que tenhamos vários jovens que não vivem a experiência da adolescência. E responderia também que sim. Sim, mas não obrigatoriamente. Sim, porque os meios de comunicação, em nossa sociedade, espalham o modelo da adolescência dominante (é importante lembrar que a adolescência é um fenômeno típico dos jovens das classes altas), que será modelo de identificação para aqueles que estão naquela idade, daquele tamanho, acontecendo com seu corpo aquilo que está acontecendo com o corpo do outro; ele pode ainda se identificar com a condição social do outro, com as relações vividas etc. Seus pais podem ter lido sobre o fenômeno da adolescência e estar esperando que ela aconteça e este é um importante fator na gênese da adolescência. E aí vai surgindo a adolescência, mas claro que “adaptada” à realidade social vivida por aquele grupo. Então, ela poderá ter roupas parecidas, mas sua música poderá ser outra, seus hábitos e rituais poderão ser outros, seus problemas diferentes.
Registre-se aqui a importância de se perceber estas diferenças para que não continuemos fazendo o que fazemos: construir projetos e intervenções profissionais com jovens de grupos sociais desprivilegiados socialmente com os modelos e visões de adolescência das camadas médias e altas. E fazemos isto porque pensamos que a adolescência é natural, portanto igual para todos.
É preciso superar estas visões liberais e entender-se a adolescência como constituída socialmente a partir de necessidades sociais e econômicas dos grupos sociais e olhar e compreender suas características como características que vão se constituindo no processo. Cada jovem se constituirá em relações que dão por suposto esta passagem e esperam encontrar no jovem aquelas características. Os modelos estarão sendo transmitidos nas relações sociais, através dos meios de comunicação, na literatura e através das lições dadas pela psicologia. Nós, psicólogos, somos também construtores privilegiados dos modelos de adolescência, pois nossas teorias vão definindo e divulgando como é “ser jovem”. Os pais vão se comportando, assim que os sinais do corpo aparecem, como pais sofredores de filhos “aborrecentes”. A sociedade, por outro lado, o tolerará. Todos serão pacientes com o adolescente, porque todos sabem que "passa". E o jovem, frente a esses modelos, frente às mudanças que seu corpo vai apresentando, seguirá convicto de que agora é a hora de ser rebelde.
Infelizmente, as teorias psicológicas, que fizeram uma boa descrição do empírico da adolescência, erraram, a nosso ver, quando a naturalizaram, universalizaram e patologizaram, ao invés de entendê-la como histórica, pois ocultam assim as condições sociais geradoras da adolescência, tornando-se ideológicas.
A adolescência é um momento rico no desenvolvimento das pessoas. Nada possui de patológico ou doentio. A adolescência, ao contrário da doença mental, é caracterizada pelo aumento do vínculo do sujeito com a realidade. Visões negativas da adolescência só têm servido para desvalorizar as contribuições sociais e políticas da juventude. Conceber a adolescência de outra forma significa revolucionar nossas teorias e nossas práticas com os jovens. E isto tem sido muito difícil!
Ana Mercês Bahia Bock
Referências bibliográficas
GONZALEZ, F.R. Respeito à pluralidade científica, em Jornal do CRP, do Conselho Regional de Psicologia - 6ª. região, set/out, 1997, (3-5)
CLÍMACO, Adélía A S. Repensando as concepções de adolescência. 

Tese de doutorado, 1991, PUCSP
Fonte: projetoenvolver.files.wordpress.com

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