IMPOSTÔMETRO:


Visite o blog: NOTÍCIAS PONTO COM

Visite o blog: NOTÍCIAS PONTO COM
SOMENTE CLICAR NO BANNER --

ANÚNCIO:

ANÚNCIO:

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Recordar e aprender: o trema e a crase.


1. E o trema não morreu!
É verdade. Embora muitos já o tenham abolido de suas vidas, o trema continua vivo e forte.

Há quem tenha decretado a morte do trema por total desprezo ao seu uso. “É um sinal inútil”, dizem alguns. “Este sinal não existe no meu teclado”, afirmam outros.

Na verdade, o coitado do trema foi expulso de muitos lugares. Não conheço supermercado algum que venda lingüiças. A maioria prefere linguiças. E os nossos jornais! Com muita frequencia leio sobre sequestros dedelinquentes feitos com a maior tranquilidade. Isso eu não aguento!

Desde 1971, ano da última mudança ortográfica ocorrida na língua portuguesa, tentam acabar com o trema. Houve várias propostas. A última “reforma” também propunha o fim do trema. Isso significa, portanto, que o trema continua valendo? Quem deseja seguir oficialmente nossas normas ortográficas deve continuar utilizando o trema?

Pior que abandonar o trema é usá-lo onde ele nunca existiu. Há quem fale adqüirir, distingüir e porconsegüinte. Devemos usar adquirir, distinguir e por conseguinte. Alguns fazem qüestão de falar “errado”. O certo é questão, questionar, questionário...

Infelizmente, este texto foi escrito em 2008. Está, portanto, desatualizado. Cumpre-me o doloroso dever de informar-lhes que o trema morreu.

Só não esqueça que a reforma é só ortográfica, ou seja, a pronúncia das palavras continua a mesma: a palavra LINGUIÇA perdeu o trema na escrita, mas a pronúncia continua /lingüiça/ como sempre foi.

Uso do TREMA (totalmente abolido)
Como era? Usávamos o trema na letra “u” (pronunciada e átona), antecedida de Q ou G e seguida de E ou I. 
O objetivo do trema era distinguir a letra “u” muda (= não pronunciada) da letra “u” pronunciada:
QUE = quente, questão, quesito; QÜE = freqüente, seqüestro, delinqüente;
QUI = quilo, adquirir, química; QÜI = tranqüilo, eqüino, iniqüidade;
GUE = guerra, sangue, larguemos; GÜE = agüentar, bilíngüe, enxagüemos;
GUI = guitarra, distinguir, seguinte; GÜI = lingüiça, pingüim, argüir.

Palavras que recebiam trema:
agüentar, argüir, argüição, averigüemos, apazigüemos, bilíngüe, cinqüenta, conseqüência, conseqüente, delinqüência, delinqüente, deságüe, enxágüe, freqüência, freqüente, lingüiça, pingüim, qüinquagésimo, qüinqüênio, qüinqüenal, sagüi, seqüência, seqüestro, tranqüilo...
Palavras que não recebiam trema:
adquirir, distinguir, distinguido, extinguido, extinguir, seguinte, por conseguinte, questão, questionar, questionário... 

Como fica? Todas sem trema:
aguentar, arguir, arguição, averiguemos, apaziguemos, bilíngue, cinquenta, consequência, consequente, delinquência, delinquente, deságue, enxágue, frequência, frequente, linguiça, pinguim, quinquagésimo, quinquênio, quinquenal, sagui, sequência, sequestro, tranquilo.

Observações:
a) Embora o trema não seja mais usado, a pronúncia das palavras que 
recebiam o trema não mudará, ou seja, deveremos continuar pronunciando a letra “u”.
b) Não esqueça que jamais houve trema quando a letra “u” estava 
seguida de “o” ou “a”: ambíguo, longínquo, averiguar, adequado...
c) Se a letra “u”, antes de “e” ou “i”, fosse pronunciada e tônica, devíamos 
usar acento agudo em vez do trema: que ele averigúe, que eles apazigúem, ele argúi, eles argúem... 
Este acento também foi abolido: que ele averigue, que eles apaziguem, 
ele argui, eles arguem...
d) Palavras com dupla pronúncia (o uso do trema era facultativo):
antiguidade, antiquíssimo, equidistante, liquidação, liquidar, liquidez, liquidificador, líquido,sanguinário, sanguíneo.

2. Quem não morreu foi a CRASE.
A crase no trânsito é sinal de perigo.

Não queira aprender o uso do acento da crase em placa de trânsito. É impossível. Essas placas devem ter sido escritas por algum especialista em “anticrase”. Ele não acerta uma.

Todos nós aprendemos que o verbo OBEDECER é transitivo indireto (= sua regência exige a preposição a). Sabendo disso, pegamos o carro e, na primeira esquina, encontramos a placa: “OBEDEÇA O SINAL”. Será que é por isso que ninguém obedece? O certo é: “OBEDEÇA AO SINAL”. E o que dizer então de “OBEDEÇA A SINALIZAÇÃO”? É lógico que faltou o acento da crase: “OBEDEÇA À SINALIZAÇÃO”.

No caso de “RESPEITE A SINALIZAÇÃO”, está correto, pois o verbo RESPEITAR é transitivo direto (=não há preposição, temos apenas o artigo definido).

Em “TRÁFEGO PROIBIDO À CAMINHÕES”, encontramos um caso absurdo de crase. Caminhão é um substantivo masculino. Não pode haver o artigo definido feminino, por isso é impossível ocorrer crase. O certo é: “TRÁFEGO PROIBIDO A CAMINHÕES” (=temos apenas a preposição).

Erro semelhante ocorre em “TRÁFEGO PROIBIDO À MOTOCICLETAS”. Jamais ocorre crase quando a preposição a (=singular) aparece antes de um substantivo plural (=mesmo sendo feminino). O tráfego só pode ser “PROIBIDO A MOTOCICLETAS” (=se houvesse artigo definido, seria as). Na verdade, temos apenas a preposição.

E para encerrar, o famoso caso da placa “OBRAS À 100 METROS”. Mais uma vez, o autor tinha duas chances para não errar: 100 METROS é masculino e está no plural. O certo é: “OBRAS A 100 METROS”.

http://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/recordar-e-aprender-o-trema-e-crase.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário