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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Textos de Língua Portuguesa: atividade do 6º ano do Ensino Fundamental.


A incapacidade de ser verdadeiro

 
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois
dragões-da-independência cuspindo fogo e vendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da
escola em pedaço de Lua, todo cheio de buraquinhos, feito de queijo, e ele provou e tinha gosto de
queijo. Desta vez Paulo ficou não só sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante
quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de
Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu
levá-lo ao médico. Após o exame, Dr. Epaminondas abanou a cabeça: _ Não há nada a fazer, Dona
Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
Carlos Drummond de Andrade.

Vocabulário: 
Dragão-da-independência: soldado de cavalaria. 

QUESTÃO: Qual dos elementos da narrativa transcritos abaixo o texto acima não possui. 
a) O protagonista. 
b) O clímax. 
c) O tempo. 
d) O espaço. 
e) O narrador. 

QUESTÃO: Qual é a principal intenção comunicativa desse texto? 
a) Expressar uma opinião. 
b) Contar uma história, entreter. 
c) Passar uma informação. 
d) Mostrar que a mentira não leva a nada. 
e) Todas as alternativas acima são verdadeiras. 

QUESTÃO: O foco narrativo do texto: “A incapacidade de ser verdadeiro” está: 
a) Em 1ª pessoa. 
b) Em 2ª pessoa. 
c) Em 3ª pessoa. 
d) Não existe foco na narrativo. 
e) Nenhuma das anteriores. 

QUESTÃO: Qual das alternativas abaixo justifica o título do texto considerando o diagnóstico do 
médico. 
a) O médico não tinha remédio para a doença do menino. 
b) O menino não falava a verdade, portanto não tinha doença alguma. 
c) Os poetas são sempre mentirosos, por isso o diagnóstico do médico. 
d) O médico também era mentiroso. 
e) As alternativas “a “ e “b” estão corretas. 




O sonho de voar

Uma noite tive um sonho maravilhoso: sonhei que sabia voar. Bastava movimentar os
braços, mãos abertas ao lado do corpo fazendo círculos no ar, e eu me descolava do chão como um
passarinho, saía voando por cima das casas e pelos campos sem fim.
Durante vários dias aquele sonho não me saiu da cabeça.
Acabei cismando que poderia torná-lo realidade. Ia para o fundo do quintal e, longe da vista
dos outros, ficava horas seguidas ensaiando o meu vôo. Mexia com as mãos, sem parar, como fizera
no sonho, e nada. E sabia que não era uma questão de força, mas de conseguir estabelecer, com o
movimento harmonioso das mãos, um misterioso equilíbrio entre o meu peso e o peso do ar. Como
se estivesse dentro d’água e quisesse me manter à tona: qualquer gesto mais forte ou afobado e eu
me afundava.
Pois um dia, depois de muito treino, senti que começava a ficar mais leve. Ou era só
impressão? Tinha passado a fazer aqueles exercícios de calção de banho, justamente para sentir
que, sem a roupa, meu peso era menor. E naquele instante parecia que eu estava quase flutuando
no ar. Experimentei dar uns passos, bem de mansinho, como se estivesse andando em cima d’água.
E a sensação foi de mal estar tocando o chão.
Descalço, já não sentia na sola dos pés o contato áspero da terra do quintal.
Por vários dias repeti a experiência. Ao fim, já sabia instintivamente os movimentos que
tinha de fazer com o corpo para começar a flutuar, como alguém que tivesse aprendido a nadar. Um
ligeiro impulso com os braços, bem devagar, levantando os cotovelos, me fazia deslizar
mansamente, como se estivesse usando patins invisíveis. Apenas não tinha força suficiente para
ganhar altura, e toda vez que eu me impacientava e fazia um movimento mais rápido, sentia meu
corpo de súbito se abater contra o solo.
Com a prática, acabei conseguindo me erguer um ou dois palmos e sair deslizando pelo
quintal durante algum tempo. Mas era pouco. Assim de pé, não podia dizer que estivesse voando.
Eu percebia que só deitado, braços abertos como as asas de um pássaro, é que chegaria a voar de
verdade. Mas quando experimentava me deitar e movimentar os braços como fazia de pé, sentia
que jamais sairia do chão. Era como querer nadar no fundo de uma piscina sem água.
Acabei me convencendo de que, para sair voando, eu teria de já estar no ar. Como? Subindo
pela mangueira e me atirando lá de cima? Eu não era maluco a esse ponto: o peso do meu corpo
faria com que tivesse como tomar algum impulso... Foi então que me veio a solução.
[...] no fundo do quintal de nossa casa havia um pequeno bambuzal. Uma das brincadeiras
que a gente fazia ali era a de se dependurarem vários meninos num dos bambus, fazendo com que
ele se entortasse até que tocassem o pé no chão. Em dado momento todos, a um só tempo,largavam o bambu, menos o que estivesse na ponta: este continuava dependurado e subia como
um foguete, agarrando-se com todas as forças no bambu pra não ser atirado longe. E ficava
balançando de um lado para outro lá em cima, como um pêndulo, até que o movimento parasse de
todo e ele pudesse vir escorregando bambu abaixo.
Mais de uma vez eu participara daquela brincadeira. Sendo o menorzinho, e portanto o mais
leve, em geral era o que ficava mais tempo balançando, dependurado na ponta do bambu.
Só que, agora, eu não ia apenas me dependurar: ia subir com o bambu e aproveitar o
impulso para sair voando.

Fernando Sabino. O menino no espelho. 

I) Retire do texto um exemplo para cada solicitação abaixo: 

a) Verbo indicando estado:____________________________________ 
b) Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: _____________________ 
c) Verbo no pretérito perfeito do indicativo: _______________________ 
d) Verbo no pretérito mais-que-perfeito do indicativo: _______________ 

II) Sublinhe os verbos nas frases abaixo e escreva se eles estão no modo indicativo, subjuntivo ou 
imperativo. 

a) “Por vários dias repeti a experiência...” _____________________________________ 

b) Será que o menino conseguirá voar? _______________________________________ 

c) Talvez todos achem que o menino está louco. ________________________________ 

d) Viva o sonho de voar. _______________________________________________ 

e) Deve ser algo mágico conseguir voar. _____________________________________ 

f) “Ia para o fundo do quintal.” ____________________________________________ 

g) “...senti que começava a ficar mais leve...” _____________________________________ 

h) “Uma noite tive um sonho maravilhoso.” ________________________________________


Em que tempo está o verbo da frase abaixo? 

“Mais de uma vez eu participara daquela brincadeira.” 

a) Presente do indicativo. 
b) Pretérito perfeito do indicativo. 
c) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo. 
d) Futuro do presente. 
e) Futuro do pretérito.





A Moça Tecelã

Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E
logo sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço de luz, que ela ia passando entre os fios
estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs ia tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca
acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava, na lançadeira,
grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens,
escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha
cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os
pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a
natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes no tear para
frente e para trás, a moça passava seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o
peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se a sede vinha, suave era a lã cor de leite que
entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira
vez pensou como seria bom ter um marido ao lado.
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida,
começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu
desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado.
Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à
porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de plumas e foi 
entrando na sua vida. 
Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para 
aumentar ainda mais a sua felicidade. 
E feliz foi, por algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. 
Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele lhe 
poderia dar. 
_ Uma casa maior é necessária _ disse para a mulher. E parecia justo, agora eram dois. 
Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes; e pressa para a 
casa acontecer. 
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. Por que ter casa, se podemos ter palácio? 
_ perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates de 
prata. 
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e 
salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela 
não tinha tempo de arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto, sem parar, batiam os pentes 
acompanhando o ritmo da lançadeira. 
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o 
mais alto quarto da mais alta torre. 
_ É para que ninguém saiba do tapete _ disse. E antes de trancar a porta a chave advertiu: _ 
Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos! 
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres 
de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. 
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio 
com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou como seria bom estar sozinha de novo. 
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas 
exigências. E descalça para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear. 
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e, 
jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seus tecidos. Desteceu os cavalos, as 
carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas 
que continha. E novamente se viu na casa pequena e sorriu para o jardim além da janela. 
A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou, e espantado olhou em 
volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus 
pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito 
aprumado, o emplumado chapéu. 
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a 
devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte. 

Marina Colasant


1ª QUESTÃO 

a) De que maneira a moça chamava o Sol? 
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________ 

b) O ser humano é essencialmente sociável. Retire do texto a passagem que confirma essa 
afirmação. 
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________

c) Em: “e foi entrando em sua vida” há uma quebra da expectativa do que se esperava que fosse 
dito. O que se esperava que fosse dito? 
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________


d) Descreva o caráter do marido que a moça criou para si.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
____________________________________________________


e) “É para que ninguém saiba do tapete _ disse.”
por essa passagem? 
________________________________________________________________________________
_____________________________
____________________________

f) Por que a moça tecelã sentiu-se triste?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
____________________________

2ª QUESTÃO: PRODUÇÃO DE TEXTO
história a partir dela. Não se esqueça do título e seja criativo(a).

_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

 
2ª Prova Substitutiva/Português/Letícia/6º ano/Pág:
caráter do marido que a moça criou para si. 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________________
“É para que ninguém saiba do tapete _ disse.” Que traço da personalidade do marido é revelado 
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________
f) Por que a moça tecelã sentiu-se triste ?






Ronaldinho Gaúcho vira desenho animado na Itália

Personagem de Mauricio de Sousa terá série com 52 episódios no DeA kids TV
São Paulo - Depois de deixar o Milan no início deste ano para voltar ao Brasil jogando pelo
Flamengo, Ronaldinho Gaúcho pode voltar a mostrar futebol no pé na Itália a partir deste sábado. É
que o desenho animado "Ronaldinho Gaucho's Team" - O Time de Ronaldinho Gaúcho, em inglês -
estreia neste dia na TV italiana.
O personagem de Mauricio de Sousa, baseado no meia-atacante, já ganhou histórias em
quadrinhos sobre futebol e está sendo publicado em mais de 30 idiomas pelo mundo. Agora, será
exibido pelo canal DeA kids TV, da Itália.
Pelo acordo, firmado entre a MSP - Mauricio de Sousa Produções - e a produtora GIG Itália, a
série terá 52 episódios produzidos pelo italiano Giuliano Giovanni e com duração de 11 minutos
cada. As histórias dos desenhos animados são baseadas nas aventuras vividas pelo personagem nas

revistas em quadrinhos. 
Os produtores lançaram o piloto da série de desenhos animados do jogador no MIPCOM de 
Cannes. Agora, esperam fechar contratos de exibição com diversos países, inclusive o Brasil. 

Disponível em: http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/ronaldinho-gaucho-vira-desenho-animado-na-italia. 




Analise a frase a seguir retirada do texto. 
“...a série terá 52 episódios produzidos pelo italiano Giuliano Giovanni...” 
A palavra em destaque classifica-se como um substantivo feminino, pois é precedida pelo 
artigo a. A alternativa em que todas as palavras possuem a mesma classificação da palavra em 
destaque é 
a) aguardente, criança, lápis, feira. 
b) alface, morte, sentinela, polícia. 
c) alfaiate, açúcar, eclipse, feira. 
d) Bahia, Canadá, guaraná, sabiá. 
e) nenhuma das anteriores. 

ª QUESTÃO 
I) Retire do texto 3 um exemplo para cada solicitação abaixo: 
a) um substantivo próprio: ____________________________ 
b) um substantivo primitivo: ___________________________ 
c) um substantivo abstrato: ____________________________ 

II) Indique nas frases abaixo se os verbos estão no modo indicativo, subjuntivo ou imperativo: 
a) “Os produtores lançaram o piloto da série de desenhos animados do jogador no MIPCOM de 
Cannes...” 


b) “Ronaldinho Gaúcho vira desenho animado na Itália.” 
________________________________________________________________________________ 

c) Assista aos desenhos de Ronaldinho Gaúcho. 
__________________________________






Leia o texto abaixo para responder às questões:
O apanhador no campo de centeio conta a história de Holden Caufield. Holden é um
adolescente norte-americano que faz observações incríveis a respeito dos colégios internos em que
viveu vários anos de sua vida.
No trecho que você vai ler, Holden está à espera de sua namorada no saguão de um teatro.

Os chatos
Cheguei lá cedo demais e, por isso, me sentei num daqueles sofás de couro, bem pertinho do
relógio do saguão, e fiquei olhando as garotas. Muita gente já tinha chegado de férias e acho que
havia mais ou menos um milhão de pequenas por ali, sentadas ou em pé, esperando os namorados.
Garotas de pernas cruzadas, garotas de pernas descruzadas, garotas com pernas fabulosas, garotas
com pernas pavorosas. Era realmente uma paisagem interessante. De certo modo, também era
meio deprimente, porque a gente ficava pensando no que ia acontecer com todas elas. Quer dizer,
depois que terminassem o ginásio e a faculdade. A maioria ia provavelmente casar com uns
bobalhões. Esses sujeitos que vivem dizendo quantos quilômetros fazem com um litro de gasolina.
Sujeitos que ficam doentes de raiva, igualzinho umas crianças, se perdem no golfe ou até mesmo
num jogo besta como pingue-pongue. Sujeitos que são um bocado perversos. Sujeitos chatos pra
burro. Mas é preciso ter cuidado com isso, com essa mania de chamar certos caras de chatos. Não
entendo bem os chatos. Juro que não. No Elkton Hills, durante uns dois meses fui companheiro de
quarto de um garoto, o Harris Macklin. Ele era muito inteligente e tudo, mas era um dos maiores
chatos que já encontrei na minha vida. Tinha uma dessas vozes de taquara rachada e praticamente
não parava de falar. Não havia jeito de se calar, e o pior de tudo é que, em primeiro lugar, nunca
dizia uma única coisa que a gente tivesse interesse em ouvir. Mas tinha uma coisa que ele fazia
como ninguém: assobiava como gente grande. Ele ficava fazendo a cama ou pendurando seus
trecos no armário _ vivia pendurando alguma coisa no armário, me deixava maluco _ e, quando não
estava tagarelando com aquela voz de taquara rachada, ficava assobiando o tempo todo. Ele era
capaz de assobiar até troços clássicos, mas quase sempre assobiava músicas de jazz. Claro que eu
nunca disse a ele que o achava um assobiador fabuloso. Ninguém vai chegar junto de um cara e
dizer: “Você é um assobiador fabuloso”. Mas morei com ele uns dois meses apesar de toda chatura,
só porque ele assobiava bem pra burro. Por isso, tenho minhas dúvidas quanto aos chatos. Talvez a
gente não deva sentir tanta pena de ver uma garota legal se casar com um deles. A maioria não faz
mal a ninguém e talvez, sem que a gente saiba, sejam todos uns assobiadores fabulosos ou coisa
parecida. Nunca se sabe...

VOCABULÁRIO:
Saguão: hall de entrada.
Deprimente: que deixa as pessoas tristes abatidas
Elkton Hills: colégio
Vozes de taquara rachada: vozes desagradáveis
Trecos: coisas de pouco valor
Jazz: gênero de música criado por negros norte-americanos

4ª QUESTÃO: Ele achava a “paisagem” interessante, mas de certo modo também deprimente. Por
quê?
a) Porque ele não se preocupava com as pessoas.
b) As pessoas eram totalmente chatas para ele.
c) Ele não podia saber o que iria acontecer com elas.
d) Conhecia todas as pessoas que por ali passavam.
e) Todos eram pessoas importantíssimas naquele local.

5ª QUESTÃO: Como são caracterizados os chatos no texto?
a) Pessoas muito carismáticas.
b) Pessoas que se incomodam com coisas absolutamente pequenas e sem importância.
c) Pessoas que se preocupam apenas consigo mesmas.
d) Pessoas absolutamente preocupadas com o próximo.
e) Todas as alternativas acima estão incorretas.

6ª QUESTÃO: O texto “Os chatos” pode ser classificado quanto à sua composição em:
a) Descritivo.
b) Narrativo.
c) Informativo.
d) Jornalístico.
e) Humorístico.

7ª QUESTÃO: “Cheguei lá cedo demais e, por isso, me sentei num daqueles sofás de couro, bem
pertinho do relógio do saguão, e fiquei olhando as garotas.”
Quantos substantivos há no trecho acima?
a) Quatro.
b) Três.
c) Cinco.
d) Dois.
e) Seis.

fonte:
http://sugestoescolaresdiversas.blogspot.com.br/search?updated-max=2013-11-18T18:44:00-08:00&max-results=7&start=24&by-date=false

Língua Portuguesa: 6º ano O REIZINHO MANDÃO

O REIZINHO MANDÃO
Era uma vez um reizinho que vivia mandando os seus súditos calarem a boca. As pessoas,
então, de tanto ficarem caladas, foram esquecendo como é que se falava. Aí o reizinho percebeu o
que havia feito a seu povo e resolveu visitar o reino vizinho e consultar um sábio que morava lá.
Era um velho miudinho que falava pelos cotovelos. Se fosse antes de ter acontecido toda
essa história, aposto que o reizinho ia logo mandar que ele calasse a boca.
Mas agora o reizinho estava muito diferente!
Até pediu desculpas por estar incomodando...
E quando o sábio interrompia o rei, ele nem ligava, ficava dando umas risadinhas para
agradar o velho.
Vocês precisavam ver o pito que o velho passou no reizinho!
- Pois é – dizia ele – Vai mandando calar a boca, não é? Depois aguenta! É isso que dá!
E o velho andava de um lado para o outro, balançava a cabeça, sacudia o dedo, bem no
nariz do rei.
E o rei não podia fazer nada, que ele não era rei daquele lugar nem nada, e até estava na
casa do sábio...
De repente, o velho sossegou, sentou junto do reizinho e disse:
- Olha aqui, mocinho. Esse negócio de ser rei não é assim, não! Não é só ir mandando pra
cá, ir mandando pra lá. Tem que ter juízo, sabedoria. As coisas que um rei faz, fazem acontecer
outras coisas. Veja só o seu caso: mandou que mandou! Inventou uma porção de leis bobocas.
Mandou todo mundo calar a boca, calar a boca, calar a boca! De certo, com medo de que todo
mundo dissesse que você estava fazendo bobagens. Pois todo mundo calou! Não era isso que você
queria?
O reizinho baixou a cabeça, desapontado...
- E não adianta emburrar, não! – continuou o velho.
- Agora você tem que dar um jeito nessa situação

- É isso mesmo que eu quero – falou o reizinho.
- O senhor me diga o que eu devo fazer, que eu faço!
- Pois muito bem! – falou o velho.
– O que você tem que fazer é sair pelo seu reino batendo de porta em porta. Se conseguir
encontrar uma criança, uma só, que ainda saiba falar, ela vai dizer a você o que precisa ouvir. E
nesse dia seu reino vai ficar livre dessa maldição.

Ruth Rocha
1ª QUESTÃO

a) Qual era a “maldição” que tinha atingido aquele reino?

_______________________________________________________________________________


b) O segundo parágrafo mostra que o reizinho estava realmente mudado. Por quê?
_______________________________________________________________________________


c) Como eram as leis que o reizinho inventava?
d) Procure no texto passagens que comprovem as afirmativas abaixo e transcreva-as nas linhas a
seguir. Use aspas.

I) O reizinho tentava agradar o sábio.
_______________________________________________________________________________


II) O sábio acalmou-se e começou a aconselhar o reizinho.
_______________________________________________________________________________

e) Qual solução dada pelo sábio para o problema do reizinho?
_______________________________________________________________________________

http://sugestoescolaresdiversas.blogspot.com.br/2013/11/6-ano-o-reizinho-mandao.html

A lenda do Girassol.

Dizem que existia no céu uma estrelinha tão apaixonada pelo sol que era a primeira a aparecer de tardinha, no céu, antes que o sol se escondesse. E toda vez que o sol se punha ela chorava lágrimas de chuva.
A lua falava com a estrelinha que assim não podia ser, que estrela nasceu para brilhar de noite, para acompanhar a lua pelo céu, e que não tinha sentido este amor tão desmedido! Mas a estrelinha amava cada raio do sol como se fosse a única luz da sua vida, esquecia até a sua própria luzinha.
Um dia ela foi falar com o rei dos ventos para pedir a sua ajuda, pois queria ficar olhando o sol, sentindo o seu calor, eternamente, por todos os séculos. O rei do vento, cheio de brisas, disse à estrelinha que o seu sonho era impossível, a não ser que ela abandonasse o céu e fosse morar na Terra, deixando de ser estrela.
A estrelinha não pensou duas vezes: virou estrela cadente e caiu na terra, em forma de uma semente. O rei dos ventos plantou esta sementinha com todo o carinho, numa terra bem macia. E regou com as mais lindas chuvas da sua vida.
A sementinha virou planta. Cresceu sempre procurando ficar perto do sol. As suas pétalas foram se abrindo, girando devagarinho, seguindo o giro do sol no céu. E, assim, ficaram pintadas de dourado, da cor do sol.
É por isso que os girassóis até hoje explodem o seu amor em lindas pétalas amarelas, inventando verdadeiras estrelas de flores aqui na Terra.

http://sugestoescolaresdiversas.blogspot.com.br/2014/01/a-lenda-do-girassol.html

Leitura: Negócio de menino com menina.

Ivan Ângelo
O menino, de uns dez anos, pés no chão, vinha andando pela estrada de terra da fazenda com a gaiola na mão. Sol forte de uma hora da tarde. A menina, de uns nove anos, ia de carro com o pai, novo dono da fazenda. Gente de São Paulo. Ela viu o passarinho na gaiola e pediu ao pai:
– Olha que lindo! Compra pra mim?
O homem parou o carro e chamou:
– Ô menino.
O menino voltou, chegou perto, carinha boa. Parou do lado da janela da menina. O homem:
– Esse passarinho é pra vender?
– Não senhor.
O pai olhou para a filha com cara de deixa pra lá. A filha pediu suave como se o pai tudo pudesse:
– Fala pra ele vender.
O pai, mais para atendê-la, apenas intermediário:
– Quanto você quer pelo passarinho?
– Não tou vendendo, não, senhor.
A menina ficou decepcionada e segredou:
– Ah, pai, compra.
A menina não considerava, ou não aprendera ainda, que negócio só se faz quando existe um vendedor e um comprador. No caso, faltava o vendedor. Mas o pai era um homem de negócios, águia da Bolsa, acostumado a encorajar os mais hesitantes ou a virar a cabeça dos mais recalcitrantes:
– Dou dez mil.
– Não senhor.
– Vinte mil.
– Vendo não.
O homem meteu a mão no bolso, tirou o dinheiro, mostrou três notas, irritado.
– Trinta mil.
– Não tou vendendo, não, senhor.
O homem resmungou “que menino chato” e falou pra filha:
– Ele não quer vender. Paciência
A filha, baixinho, indiferente às impossibilidades de transação:
– Mas eu queria. Olha que bonitinho.
O homem olhou a menina, a gaiola, a roupa encardida do menino, com um rasgo na manga, o rosto vermelho de sol.
– Deixa comigo.
Levantou-se, deu a volta, foi até lá. A menina procurava intimidade com o passarinho, dedinho nas gretas da gaiola. O homem, maneiro, estudando o adversário:
– Qual é o nome deste passarinho?
– Ainda não botei nome nele, não. Peguei ele agora.
O homem, quase impaciente:
– Não perguntei se ele é batizado não, menino. É pintassilgo, é sabiá, é o quê?
– Aaaah. É bico-de-lacre.
A menina, pela primeira vez, falou com o menino:
– Ele vai crescer?
O menino parou os olhos pretos nos olhos azuis.
– Cresce nada. Ele é assim mesmo, pequenininho.
O homem:
– E canta?
– Canta nada. Só faz chiar assim.
– Passarinho besta, hein?
– É. Não presta pra nada, é só bonito.
– Você pegou ele dentro da fazenda?
– É. Aí no mato.
– Essa fazenda é minha. Tudo que tem nela é meu.
O menino segurou com mais força a alça da gaiola, ajudou com a outra mão nas grades. O homem achou que estava na hora e falou já botando a mão na gaiola, dinheiro na outra mão.
– Dou quarenta mil, pronto. Toma aqui.
– Não senhor, muito obrigado.
O homem, meio mandão:
– Vende isso logo, menino. Não tá vendo que é pra menina?
– Não, não tou vendendo, não.
– Cinqüenta mil! Toma! – e puxou a gaiola.
Com cinqüenta mil se comprava um saco de feijão, ou dois pares de sapatos, ou uma bicicleta velha. O menino resistiu, segurando a gaiola, voz trêmula.
– Quero, não, senhor. Tou vendendo não.
– Não vende por quê, hein? Por quê?
O menino, acuado, tentando explicar:
– É que eu demorei a manhã todinha pra pegar ele e tou com fome e com sede, e queria ter ele mais um pouquinho. Mostrar pra mamãe.
O homem voltou para o carro, nervoso. Bateu a porta, culpando a filha pelo aborrecimento.
– Viu no que dá mexer com essa gente? É tudo ignorante, filha. Vam’bora.
O menino chegou pertinho da menina e falou baixo, para só ela ouvir:
– Amanhã eu dou ele para você.
Ela sorriu e compreendeu.
(ÂNGELO, Ivan. O ladrão de sonhos e outras histórias. São Paulo: Ática, 1997)
http://sugestoescolaresdiversas.blogspot.com.br/2014/01/negocio-de-menino-com-menina.html

O Homem que Apareceu



Clarice Lispector


Era sábado de tarde, por volta das seis horas. Quase sete. Desci e fui comprar coca-cola e cigarros. Atravessei a rua e dirigi-me ao botequim do português Manuel.
Enquanto eu esperava que me atendessem, um homem tocando uma pequena gaita se aproximou, olhou-me, tocou uma musiquinha e falou meu nome. Disse que me conhecera na Cultura Inglesa, onde só estudei na verdade dois ou três meses. Ele me disse:
— Não tenha medo de mim. Respondi:
— Não estou com medo. Qual é o seu nome?
Ele respondeu com um sorriso triste, em inglês: o que importa um nome?
Disse a seu Manuel:
— Aqui só é superior a mim essa mulher porque ela escreve e eu não.
Seu Manuel nem piscou. E o homem estava completamente bêbedo. Apanhei as minhas compras e ia embora quando ele disse:
— Posso ter a honra de segurar a garrafa e o pacote de cigarros?
Entreguei minhas compras para ele. Na porta do meu edifício, peguei a coca-cola e os cigarros. Ele parado diante de mim. Então, achando seu rosto muito familiar, tornei a perguntar-lhe o nome.
— Sou Cláudio.
— Cláudio de quê?
— Ora essa, de que o quê? Eu me chamava Cláudio Brito…
— Cláudio! gritei eu. Oh, meu Deus, por favor suba comigo e venha para a
minha casa!
— Que andar é?
Eu disse o número do apartamento e o andar. Ele disse que ia pagar a conta no botequim e que depois subia.
Em casa estava uma amiga. Contei-lhe o que me acontecera, disse-lhe: ele é capaz de não vir por vergonha.
Minha amiga disse: ele não vem, bêbedo esquece número de apartamento. E, se vier, não sairá mais daqui. Me avise para eu ir para o quarto e deixar vocês dois sozinhos.
Esperei — e nada. Estava impressionada pela derrota de Cláudio Brito.
Desanimei e mudei de roupa.
Então tocaram a campainha. Perguntei através da porta fechada quem era. Ele disse: Cláudio. Eu disse: você espere aí sentado no banco do vestíbulo que eu abro já.
Troquei de roupa. Ele era um bom poeta, Cláudio. Por onde andara esse tempo todo?
Entrou e foi logo brincando com o meu cachorro, dizendo que só os bichos o entendiam. Perguntei-lhe se queria café. Ele disse: só bebo álcool, há três dias que estou bebendo. Eu menti: disse-lhe que infelizmente não tinha nenhum álcool em casa.
E insisti no café. Ele me olhou sério e disse:
— Não mande em mim. Respondi:
— Não estou mandando, estou lhe pedindo para tomar café, tenho na copa uma garrafa térmica cheia de bom café. Ele disse que gostava de café forte. Eu lhe trouxe uma xícara de chá cheia de café, com pouco açúcar.
E ele nada de beber. E eu a insistir. Então ele bebeu o café, falando com o meu cachorro:
— Se você quebrar esta xícara vai apanhar de mim. Veja como ele me olha, ele me entende.
— Eu também entendo você.
— Você? a você só importa a literatura.
— Pois você está enganado. Filhos, famílias, amigos, vêm em primeiro lugar.
Olhou-me desconfiado, meio de lado. E perguntou:
— Você jura que a literatura não importa?
— Juro, respondi com a segurança que vem de íntima veracidade. E acrescentei:
qualquer gato, qualquer cachorro vale mais do que a literatura.
— Então, disse muito emocionado, aperte minha mão. Eu acredito em você.
— Você é casado?
— Umas mil vezes, já não me lembro mais.
— Você tem filhos?
— Tenho um garoto de cinco anos.
— Vou lhe dar mais café.
Trouxe-lhe a xícara de novo quase cheia. Ele bebeu aos poucos. Disse:
— Você é uma mulher estranha.
— Não sou não, respondi, sou muito simples, nada sofisticada.
Ele me contou uma história em que entrava um tal de Francisquinho, que não entendi bem quem era. Perguntei-lhe:
— Em que é que você trabalha?
— Não trabalho. Sou aposentado como alcoólatra e doente mental.
— Você não tem nada de doente mental. Só que bebe mais do que devia.
Ele me contou que tinha feito a guerra do Vietnã. E que fora durante dois anos marinheiro. Que se dava muito bem com o mar. E seus olhos se encheram de lágrimas.
Eu disse:
— Seja homem e chore, chore quanto quiser; tenha a grande coragem de chorar.
Você deve ter muito motivo para chorar.
— E eu aqui, bebendo café e chorando…
— Não importa, chore e faça de conta que eu não existo.
Ele chorou um pouco. Era um belo homem, com barba por fazer e abatidíssimo.
Via-se que havia fracassado. Como todos nós. Ele me perguntou se podia ler para mim um poema. Eu disse que queria ouvir. Ele abriu uma sacola, tirou de dentro um caderno grosso, pôs-se a rir, ao abrir as folhas.
Então leu o poema. Era simplesmente uma beleza. Misturava palavrões com as maiores delicadezas. Oh Cláudio — tinha eu vontade de gritar — nós todos somos fracassados, nós todos vamos morrer um dia! Quem? mas quem pode dizer com sinceridade que se realizou na vida? O sucesso é uma mentira.
Eu disse:
— É tão bonito o seu poema. Você tem outros?
— Tenho mais um, mas com certeza você está sendo importunada por mim.
Com certeza você quer que eu vá embora.
— Não quero que você vá embora por enquanto. Aviso-lhe quando for a hora de você sair. Porque eu durmo cedo.
Ele procurou o poema nas páginas do caderno, não encontrou, desistiu. Disse:
— Eu sei um bocado de coisas de você. E até conheci o seu ex-marido.
Fiquei quieta.
— Você é bonita. Fiquei quieta.
Eu estava muito triste. E sem saber o que fazer para ajudá-lo. É uma terrível impotência, essa de não saber como ajudar.
Ele me disse:
— Se eu um dia me suicidar…
— Você não vai se suicidar coisa alguma, interrompi-o. Porque é dever da gente viver. E viver pode ser bom. Acredite.
Quem só faltava chorar era eu.
Não havia nada que eu pudesse fazer.
Perguntei-lhe onde morava. Respondeu que tinha um apartamentozinho em Botafogo. Eu disse: vá para a sua casa e durma.
— Antes tenho que ver meu filho, ele está com febre.
— Como se chama seu filho?
Ele disse. Retruquei: tenho um filho com esse nome.
— Eu sei disso.
— Vou lhe dar um livro de história infantil que eu uma vez escrevi para os meus filhos. Leia alto para o seu.
Dei-lhe o livro, escrevi a dedicatória. Ele guardou o livro na sua espécie de maleta. E eu em desespero.
— Quer coca-cola?
— Você tem mania de oferecer café e coca-cola.
— É porque não tenho mais nada para oferecer.
A porta ele beijou minha mão. Acompanhei-o até o elevador, apertei o botão do térreo e lhe disse: vá com Deus, pelo amor de Deus.
O elevador desceu. Entrei em casa, fui fechando as luzes, avisei minha amiga que logo em seguida saiu, mudei de roupa, tomei um remédio para dormir — e me sentei na sala escura fumando um cigarro. Lembrei-me que Cláudio, há poucos minutos, tinha pedido o cigarro que eu estava fumando. Eu dei. Ele fumou. Ele também disse: um dia mato alguém.
— Não é verdade, eu não acredito.
Tinha me falado também num tiro de misericórdia que dera num cachorro que estava sofrendo. Perguntei-lhe se vira um filme chamado em inglês They do kill horses, don’t they? e que em português se chamara A noite dos desesperados. Ele tinha visto, sim.
Fiquei fumando. Meu cachorro no escuro me olhava.
Isso foi ontem, sábado. Hoje é domingo, 12 de maio, Dia das mães. Como é que posso ser mãe para este homem? pergunto-me e não há resposta.
Não há resposta para nada.
Fui me deitar. Eu tinha morrido.

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BOAS MANEIRAS Sociais.
















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