Com a taxa de juros mais baixa, você não precisa ficar preso ao CDI. Conheça as opções mais rentáveis dentro da própria renda fixa
Em tempos de juros em queda, a rentabilidade das aplicações de renda fixa, de forma geral, tende a baixar. Nesses cenários, o investidor que deseja continuar auferindo bons rendimentos tem a opção de buscar aplicações com custos menores ou investimentos um pouco menos conservadores, que possam pagar mais. Na renda fixa mesmo há algumas opções.
As aplicações de renda fixa mais conservadoras, aquelas que têm nível de risco similar ao da poupança e podem substituí-la, de fato ficaram menos rentáveis com a queda da Selic para a casa de um dígito. O tão cobiçado 1% ao mês com baixíssimo risco ficou distante.
Estamos falando dos fundos de renda fixa conservadora, títulos públicos atrelados à Selic e títulos privados com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), como CDBs, LCIs e LCAs. Essas aplicações têm baixíssimo risco de calote ou contam com garantias contra o risco de crédito. Muitas delas também podem ser resgatadas a qualquer momento, sem perdas.
Por mais que consigam manter a atratividade frente à poupança, esses investimentos estão apresentando rendimentos nominais menores do que quando a Selic estava na casa dos dois dígitos.
Eles normalmente pagam um percentual do CDI, taxa de juros que se aproxima da Selic, e em geral não rendem muito mais do que 100% do CDI. Se a Selic cai, diminui também o CDI e, consequentemente, a rentabilidade dos investimentos mais conservadores.
Mas ao contrário do que muitos investidores pensam, para buscar ganhos maiores não é preciso ir para a bolsa, investir em ações, correr altos riscos. Existem investimentos “no meio do caminho”. Dentro da renda fixa mesmo há opções menos conservadoras e mais rentáveis que as aplicações de renda fixa tradicionais.
Aqui mesmo na GENIAL, temos oferecido uma série de investimentos de renda fixa privada, um pouco menos conservadora, com rentabilidades mais altas e, por vezes, isenção de imposto de renda.
CRIs e CRAs
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são títulos de renda fixa que representam a promessa de um pagamento futuro em dinheiro. Isentos de imposto de renda, eles são boas alternativas para quem gosta das LCIs e LCAs, sendo mais atrativos em época de juros em queda.
Quem investe em um desses papéis está adquirindo, na verdade, o fluxo de rendimentos de créditos concedidos para financiar projetos imobiliários ou do agronegócio.
Em outras palavras, está comprando o direito de receber os pagamentos de financiamentos nesses setores. Assim, terá direito a receber uma remuneração do emissor do título junto com o valor investido, periodicamente ou na data de vencimento do papel.
Em geral, esses papéis pagam uma taxa prefixada, já conhecida no ato do investimento, mais a variação de um índice de preços, isto é, um índice de inflação. Assim, garantem uma rentabilidade acima da inflação, protegendo o poder de compra dos recursos investidos.
A remuneração dos CRI e CRA também pode ser prefixada sem correção pela inflação, ou pós-fixada, atrelada a uma taxa como o CDI ou a Taxa Referencial (TR).
CRIs e CRAs não contam com cobertura do FGC, ficando sujeitos ao risco de calote dos devedores responsáveis por pagar os financiamentos. Podem, contudo, contar com outros tipos de garantia, além de contarem com uma nota de avaliação de crédito que ajuda o investidor a ter noção do risco do papel.
Seus prazos podem ser bem longos, mais longos até que os da renda fixa tradicional, havendo liquidez apenas no vencimento. Alguns títulos podem pagar juros periodicamente.
Debêntures
Já as debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas. Quem compra uma debênture está, na realidade, emprestando dinheiro à empresa emissora, em troca de uma remuneração.
Debêntures também costumam ter prazos mais alongados e liquidez apenas no vencimento, quando o investidor recebe de volta o principal, acrescido dos juros. Contudo, normalmente é possível reaver os recursos antes do vencimento vendendo-se o papel a outro investidor no mercado secundário. Nesse caso, entretanto, pode ocorrer uma redução na rentabilidade.
Debêntures também não contam com cobertura do FGC. Um baixo risco de calote está ligado à saúde financeira da empresa emissora do título.
Em geral, as debêntures são tributadas. Mas há um tipo de debênture especial que é isento de imposto de renda. São as debêntures incentivadas, emitidas com o propósito específico de financiar empreendimentos de infraestrutura.
Certificados de Operações Estruturadas (COE)
O COE é um tipo de título emitido por bancos que permite ao investidor “apostar” em um determinado cenário econômico por meio da combinação de operações de renda fixa e renda variável, “empacotadas” em um único título.
Essas operações estruturadas permitem ao investidor limitar suas perdas caso o cenário econômico esperado não se concretize. COEs com essa característica de proteção do investimento são chamados de investimentos de capital protegido.
Dependendo de como a operação for montada, no pior cenário o investidor pode até sair no zero a zero, sem qualquer perda.
O COE é tratado como um investimento de renda fixa, mas costuma render bem mais que a renda fixa conservadora. Sua tributação segue a tabela regressiva do imposto de renda para as aplicações financeiras e sua liquidez costuma ocorrer apenas no vencimento.
Sendo um título emitido por bancos, o COE está exposto ao risco da instituição financeira emissora, que é a responsável por remunerar os investidores. Não há cobertura do FGC.
Fundos de FIDCs
Os FIDCs – sigla para Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – são fundos de renda fixa que aplicam, no mínimo, metade do seu patrimônio em direitos creditórios.
Direitos creditórios são títulos que representam créditos que alguém – uma pessoa ou empresa – têm a receber dos seus clientes. Ou seja, dívidas que serão pagas no futuro, como cheques, aluguéis, duplicatas, parcelas de cartões de crédito e outros tipos de empréstimo.
Os direitos creditórios, portanto, são os títulos nos quais estes fluxos de pagamentos de dívidas são “empacotados”, podendo ser negociados e adquiridos por fundos como os FIDCs.
FIDCs são fundos voltados apenas para investidores qualificados, que são aqueles com, no mínimo, um milhão de reais em aplicações financeiras ou profissionais certificados de investimentos. Veja a lista completa de quem é considerado investidor qualificado no Brasil.
Uma alternativa aos FIDCs para quem já quer investir de maneira diversificada são os fundos que investem em vários FIDCs diferentes, também voltados para investidores qualificados. Conheça um deles, oferecido aqui na GENIAL.
Os FIDCs e os fundos de FIDCs são investimentos sofisticados, com capacidade de ganhar bem mais que a renda fixa tradicional e de liquidez restrita. Os direitos creditórios em carteira podem ter diferentes níveis de risco, mas a diversificação e a estrutura do fundo podem minimizar bastante o risco global da aplicação.
https://www.genialinvestimentos.com.br/artigo/renda-fixa-menos-conservadora-tem-opcoes-para-bater-facil-poupanca