Calma, calma... se você é um cristão devoto, não fique chateado com o conteúdo da matéria antes de explicarmos melhor sobre o que se trata! Afinal, a nossa intenção não é questionar a fé de ninguém, mas sim abordar o que sabemos de concreto sobre a pessoa, o ser humano, de carne e osso, que causou tamanho impacto e influenciou tanto a sociedade moderna.
Afinal, não existem dúvidas de que Jesus certamente é um dos homens mais famosos do planeta, certo? Por outro lado, apesar de sabermos tanto a respeito de sua história — sabemos onde ele nasceu, por onde pregou, onde foi preso, julgado, morto e sepultado —, até agora existem arqueólogos, historiadores, especialistas, fiéis e não fiéis em busca de provas palpáveis de que ele realmente caminhou entre nós.
Por que a dúvida?
De acordo com Natalie Wolchover, do portal Live Science, a maioria dos historiadores — cristãos e não cristãos — parecem concordar que Jesus existiu de verdade. Mas, em vez de tirar suas conclusões a partir de descobertas arqueológicas ou baseados no sem fim de relíquias religiosas que existem mundo afora, os estudiosos se baseiam em evidências textuais presentes na Bíblia e em outros registros antigos.
Isso porque, embora tenhamos tantas informações sobre a vida terrena de Jesus, ninguém conseguiu identificar a casa onde ele viveu, por exemplo, nem encontrar artefatos que faziam parte de sua rotina. E com respeito a itens como os supostos fragmentos da cruz e pregos associados com a crucificação que existem mundo afora, se juntássemos todos eles, seríamos capazes de construir um barco inteiro!
Sem falar que não existem restos mortais de Cristo para que os cientistas possam conduzir milhares de análises e testes — o que é evidente, pois Jesus foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia e subiu ao céu, onde está sentado à direita de Deus-Pai Todo Poderoso, não é mesmo?
Falta de provas materiais
A questão é que as evidências materiais relacionadas com a vida e a morte de Cristo não se sustentam quando são submetidas ao crivo dos cientistas. Pense no caso dos pregos. Em 1911, um jesuíta inglês chamado Herbert Thurston contou todos os itens que supostamente teriam sido usados na crucificação. Sabe quantos ele descobriu?
Apesar de ser estimado que os romanos tenham empregado entre três e quatro pregos para pregar Jesus na cruz, Thurston encontrou um total de 30 que estava sendo adorado como relíquia em igrejas da Europa. O mesmo se aplica aos fragmentos da madeira que compunha a cruz — da qual existem mais pedaços por aí do que os pregos.
Também existem supostos espinhos da coroa que Cristo teria usado na crucificação aos montes, e inclusive é possível ver uma coroa quase completa em exposição na Catedral de Notre Dame, em Paris — embora ela não tenha um espinho sequer. E ainda temos o Santo Sudário — que até hoje, séculos após sua descoberta, ainda não teve a sua origem e autenticidade comprovadas pela Ciência, e a própria Igreja não reconhece sua legitimidade oficialmente.
Sudário de Turin
Esse importante artefato é tido pelos fiéis como o lenço de linho que envolveu o corpo de Cristo após seu sepultamento. Entretanto, exames de datação revelaram que o tecido foi produzido no século 14 e, coincidentemente, o primeiro registro de sua existência foi redigido por um bispo francês chamado Pierre d’Arcis em 1390 — ou seja, no mesmo século. Nem os testes de DNA que foram conduzidos no ano passado ofereceram respostas conclusivas.
Mais evidências icônicas
Infelizmente, o que não faltam por aí são relíquias religiosas cuja procedência não pode ser comprovada e que simplesmente provam ser falsas. Um exemplo disso é o caso da celebrada coleção de 70 códices de metal descobertos em uma caverna na Jordânia e que chegaram a ser consideradas como provas da existência de Jesus.
Em um primeiro momento, os cientistas pensaram que essas relíquias teriam sido produzidas apenas algumas décadas após a morte de Cristo. Contudo, análises posteriores revelaram que, na verdade, o texto presente nos códices era uma salada de dialetos e que o conteúdo não fazia o menor sentido — e testes demonstraram que os artefatos foram produzidos nos últimos 50 anos e, portanto, haviam sido forjados.
E já que estamos no assunto de códices e textos antigos, até os famosos Manuscritos do Mar Morto, descobertos na década de 40, quando examinados detalhadamente, não provam a existência de Cristo. Em uma passagem o texto se refere a um “professor da virtude” e, apesar de muitas pessoas acreditarem que o tal professor seria Jesus, a verdade é que, esse sujeito podia ser qualquer pessoa. Ou não?
Jesus, o homem
Na verdade, apesar de existirem historiadores que acreditam que Cristo nunca existiu e não passa de uma “fabricação”, para a maioria dos estudiosos, as evidências de que ele foi uma pessoa real são mais contundentes. De momento, as provas sobre sua existência — como ser humano, de carne e osso — são obtidas da própria Bíblia.
Os especialistas no tema (cristãos e não cristãos) acreditam que os evangelhos de Mateus, João, Marcos e Lucas foram efetivamente redigidos por discípulos do Nazareno décadas após a sua morte. Além disso, eles pensam que os evangelhos que não chegaram a ser canonizados também foram escritos por pessoas que viveram próximo à sua época.
É evidente que existem muitas discrepâncias e contradições entre os relatos, mas muitas informações são comuns nos diferentes evangelhos — e a análise desses dados (ao longo de séculos e séculos de estudos) permitiram que os estudiosos traçassem um perfil de quem foi Jesus, o homem.
Resumo de uma vida
Segundo os historiadores, Cristo nasceu pouco antes do ano 4, cresceu em Nazaré, um pequeno vilarejo localizado na Galileia, e pertencia a uma classe de camponeses. Seu pai era carpinteiro, e Jesus seguiu a mesma profissão. Mas os estudiosos acreditam que isso indica que a família possuía terras para a agricultura, mas, por algum motivo, perdeu tudo.
Além disso, o Nazareno foi criado como judeu e foi um devoto seguidor de sua fé até a sua morte. Por certo, suas ações indicam que ele nunca pensou que estava traindo a sua crença — e que ele nunca teve a intenção criar uma nova religião. Quando chegou à idade adulta, Jesus partiu de Nazaré e se encontrou com João Batista, o profeta que o batizou.
Os historiadores acreditam que Cristo pode ter tido algum tipo de experiência divina na ocasião, já que, pouco tempo depois, ele começou a pregar em público a ideia de que o mundo poderia ser transformado no “Reino de Deus”. Com o tempo, Jesus se tornou um destacado professor e profeta, e começou a demonstrar talento para a cura — habilidade sobre a qual existe um enorme número de relatos.
Por fim, Jesus foi executado pelos romanos e seus seguidores revelaram tê-lo visto após a sua morte. E foi só depois de Cristo morrer, seus discípulos declaram que ele era seu “Senhor” e “Filho de Deus”.
Fonte: Mega Curioso (Via Life Science)