Câncer de mama: 12% das mortes seriam evitadas com exercício físico
Um estudo feito em parceria com o Ministério da
Saúde e divulgado no Outubro Rosa reforça a importância da atividade física na
prevenção do tumor de mama
Estudo revela que uma a cada dez mulheres vítimas do
câncer de mama poderiam ser poupadas se praticassem atividades físicas.
Uma pesquisa feita por instituições brasileiras e
americanas, em parceria com o Ministério da Saúde, constatou que 12% das mortes
causadas pelo câncer de mama no Brasil poderiam ser evitadas caso as mulheres
praticassem atividades físicas regularmente. Não é pouca coisa!
Os cientistas começaram enumerando as vítimas desse
tumor no nosso país entre 1990 a 2015. Depois, cruzaram esses números com os
índices de sedentarismo do país e com outras pesquisas que mostram qual a
probabilidade de uma pessoa que faz exercício ter câncer de mama, versus outra
que é inativa.
Daí veio a conclusão: se todas as brasileiras ao
menos caminhassem meia hora por dia, cinco vezes na semana, uma a cada dez
mortes por câncer de mama não teria ocorrido no país. Em 2015, por exemplo,
isso representaria 2 075 vidas poupadas.
Além disso, a análise concluiu que 6,5% dos óbitos
por essa doença são atribuídos ao consumo de bebidas alcoólicas, ao sobrepeso e
a uma dieta rica em açúcar. O impacto é menor do que o do sedentarismo, porém
bastante significativo.
“A adoção de um estilo de vida equilibrado evitaria
39% das mortes por doença crônica, que respondem por 76% dos falecimentos no
Brasil, sendo a promoção da saúde uma política com baixo custo e com grande
impacto populacional”, corrobora Fátima Marinho, diretora do Departamento de
Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, do Ministério da
Saúde, em nota.
Como as atividades físicas ajudam a prevenir o
câncer de mama
No geral, realizar 150 minutos de exercícios por
semana ajuda a turbinar a imunidade e amenizar a inflamação do organismo. E
isso, por si só, já ajudaria a afastar essa encrenca.
Entretanto, no estudo mencionado acima, os experts
citam outras pesquisas que atribuem à atividade física um papel no controle da
produção de hormônios femininos, também ligados ao tumor de mama.
Ora, o estrogênio é capaz de estimular a
multiplicação de células nas mamas. Se uma dessas é defeituosa, portanto, o
excesso desse hormônio facilita sua replicação, dando início a um câncer no
local.
Uma vez que fazer academia, pedalar, jogar bola e
por aí vai mantém a concentração de estrogênio em níveis mais adequados, o
risco da doença cai. Além disso, uma vida ativa diminui a produção de leptina,
outra substância liberada no corpo e que, em largas doses, tem sido associada
ao câncer na pós-menopausa.
Brasileiras precisam ficar em estado de alerta
A edição de 2017 da Pesquisa de Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(Vigitel) mostra que 13,9% das mulheres das capitais brasileiras são
completamente sedentárias no tempo de lazer. Fora isso, 51,3% se mexe menos do
que deveria.
Isso significa que mais da metade da população
feminina do país não alcança o equivalente a pelo menos 150 minutos de
exercícios moderados ou 75 minutos de atividades vigorosas por semana.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca),
o tumor de mama é o segundo mais comum no sexo feminino, ficando atrás apenas
do de pele não-melanoma. Ele corresponde a cerca de 28% dos casos a cada ano.
Até o fim de 2018, são esperados 59 700 novos episódios.
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