Os principais determinantes da manutenção das necessidades de água são metabólicos. A ingestão de água deve ser suficiente para satisfazer as necessidades metabólicas e deve equilibrar as perdas de água.
Parece fácil? As necessidades metabólicas dependem do tamanho, composição corporal, atividade física e temperatura.
A perda de água não renal, como o suor, varia muito de acordo com a atividade, a altitude, umidade, temperatura e respiração. Considerando estas e outras variáveis que afetam as necessidades de água, é evidente que estimar as necessidades de água das pessoas é qualquer coisa, menos fácil, e as necessidades individuais são muito variáveis.
A conhecida recomendação de oito copos de água ao dia surgiu da necessidade de se ter uma diretriz que pudesse destacar a importância de uma ingestão adequada facilmente para o público. Com fins práticos, o National Research Council recomenda 1 mL de água por caloria de gasto energético para adultos em condições controladas de gasto energético e ambientais.
Para calcular as necessidades de líquidos, os modelos clínicos se baseiam tipicamente em um homem de 70 kg. O Institute of Medicine estabeleceu as ingestões basais adequadas de líquidos (água mais outras bebidas) em 3 L e 2,2 L para homens e mulheres sedentários, respectivamente, sendo necessárias ingestões maiores em caso de atividade física e exposição a condições extremas.
Os alimentos sólidos tipicamente contribuem com aproximadamente 750 mL (aproximadamente três copos) de água ao dia, e o metabolismo oxidativo contribui com outros 250 mL (aproximadamente um copo), faltando um mínimo de 1200 a 2000 mL (cinco a oito copos) de líquidos sem cafeína e sem álcool para consumir cada dia.
Por exemplo, a necessidade de água de um homem de elevado volume de 40 anos de idade e de 170 kg de peso se calcula da seguinte maneira:
Os primeiros 10 kg = 1000 mL;
Os segundos 10 kg = 500 mL;
Os 150 kg restantes = 3000 mL;
Total = 4500 mL/dia
Uma pessoa deste tamanho pode receber mais água dos alimentos sólidos e do metabolismo oxidativo devido ao aumento global da ingestão da dieta. Ainda assim, sua necessidade de ingestão de líquidos poderia ser de 14 copos ao dia.
A necessidade diária de água utilizando este método para um homem de 70 kg é de 2500 mL, e se a água dos alimentos e a água metabólica contribuem com 1000 mL, ainda deveria beber 1500 mL de água, aproximadamente 5 copos. De forma aproximada, para cada 11,34 kg que uma pessoa (com menos de 50 anos de idade) estiver acima do peso ideal de 70 kg, a necessidade de água aumenta em aproximadamente em 1 copo (a saber, 240 mL):
11,34 kg x 20 mL/kg = 227 mL (aproximadamente 1 copo)
As pessoas saudáveis raramente tem risco de intoxicação por água quando sua ingestão supera a suas necessidades. Em relação com a saúde e o rendimento, as pessoas têm mais risco de hipohidratação cônica. A desidratação que produz uma perda de peso corporal de 2% provoca uma alteração das respostas fisiológicas e do rendimento.
A desidratação leve crônica também se associa a diminuição da função das glândulas salivares, aumento do risco de litíase renal (cálculos renais) em pessoas sucetíveis, aumento do risco de câncer de cólon, aumento do risco de obesidade infantil e aumento do risco de prolapso da válvula mitral (coração) em pessoas sucetíveis. Portanto, beba muitos líquidos sem cafeína e sem álcool.
Para muitas pessoas a água engarrafada parece ser uma forma segura e simples de satisfazer as necessidades de água. As vendas de água engarrafada estão aumentando exponencialmente. Os consumidores poderiam pensar que as águas engarrafadas, principalmente as marcas mais caras, são de algum modo mais seguras ou mais puras que a água da torneira.
Como não existe normas para a rotulagem da água engarrafada, não existe garantia de que a água engarrafada seja algo a mais do que a água da torneira. Na maioria dos casos a água da torneira poderia ser realmente uma fonte de água mais segura, porque sua segurança está regulada por órgãos govenamentais.
As pessoas que decidem beber água engarrafada devem considerar o impacto ambiental das garrafas. São necessários mais de um milhão de toneladas de plástico não biodegradável para produzir garrafas para a água engarrafada.
Por fim, os lactantes e as crianças não devem beber água engarrafada porque a água da torneira fluoretada pode ser a sua única fonte deste mineral.
Referência:
MAHAN, L. Kathleen e Strump Escott Sylvia. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12. ed. São Paulo: editora Elsevier, 2010. 1358p. ISBN:9788535229844.
Nenhum comentário:
Postar um comentário