Proponha que os alunos analisem as enchentes em diferentes capitais do país. A partir dessa atividade, mostre à turma as principais causas desse fenômeno
(a) Escoamento restrito à calha principal do rio; (b) Início do extravasamento da calha; (c), (d), (e) Extravasamento da calha inunda a planície; (f) Após passagem da cheia, acréscimo do volume armazenado na planície em relação à situação inicial.
Fonte PAZ, A. R. ; COLLISCHONN, W. ; TUCCI, C. E. M. Simulação Hidrológica de Rios com Grandes Planícies de Inundação. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 15, p. 31-43, 2010.
Objetivos
- Compreender que as enchentes são um fenômeno natural
- Entender as causas das enchentes em centros urbanos
Conteúdos
- Planícies de inundação
- Enchentes urbanas
Anos
6º, 7º e 8º anos
Tempo estimado
Três aulas
Materiais necessários
- Imagens do mapa do Brasil com a média da precipitação pluviométrica nas quatro estações do ano (disponíveis neste link )
- Vídeo "Folhacóptero Mostra Como Ocorrem Enchentes em São Paulo", disponível aqui
Desenvolvimento
1ª etapa
Pergunte aos alunos qual é a época do ano em que o Brasil mais sofre com as enchentes. Como o país tem proporção continental, dependendo da região que se está analisando, as enchentes podem ser mais frequentes em épocas diferentes do ano. Em algumas regiões, a precipitação é maior no verão e em outras no outono. Caso esse fato não apareça na discussão, questione os estudantes sobre que área eles estão considerando para fazer seus comentários e pergunte como é a situação em outras.
2ª etapa
Forme grupos de quatro alunos e apresente as imagens do mapa do Brasil com a média da precipitação pluviométrica nas quatro estações do ano. Solicite que os grupos observem as diferenças na quantidade de chuva entre as regiões do Brasil e entre as estações do ano. Peça que eles escolham algumas capitais e registrem em qual estação do ano a precipitação pluviométrica é maior ali. É conveniente escolher pelo menos duas capitais de cada região e registrar os dados em forma de tabela.
Exemplo:
Caminhe entre os grupos e chame a atenção dos alunos para as diferenças dos valores por época do ano e região. Em algumas, as estações do ano em que mais chove são bem definidas. No entanto, na Região Sul, os valores de precipitação não diferem muito de uma estação para outra. E, por essa razão, é difícil afirmar em qual estação do ano mais chove.
3ª etapa
Após debater em qual estação do ano mais chove em cada capital, pergunte aos grupos se nessas estações do ano essas localidades sofrem com as enchentes. Como a maioria das cidades brasileiras enfrenta esse problema, certamente os grupos irão dizer que sim. Nesse ponto, é importante levantar com eles as causas das enchentes. Para isso, é preciso garantir que todos compreendam o que é planície de inundação. Sendo assim, apresente a imagem que está no topo desta sequência didática. Ela mostra uma enchente natural em uma planície de inundação.
Explique para a turma que as enchentes são fenômenos naturais, registrados pela história desde a antiguidade, e sempre foram percebidas como de grande importância. As cheias do Rio Nilo foram fundamentais para o florescimento da civilização egípcia antiga. O mesmo ocorreu na Mesopotâmia, com as cheias dos rios Tigre e Eufrates: o húmus trazido pelas águas para as planícies mais baixas tornou a região conhecida como "crescente fértil". As áreas que sofrem inundações naturais são chamadas de planícies alagáveis. O Pantanal é a maior planície alagável do mundo, com uma imensa biodiversidade que depende da alternância dos períodos de seca e cheia.
Em seguida, apresente o vídeo Folhacóptero Mostra Como Ocorrem Enchentes em São Paulo e faça questionamentos que direcionem o olhar dos grupos para as mudanças que ocorreram na cidade de São Paulo depois da urbanização:
• O que ocorreu com a planície de inundação dos rios Tietê e Tamanduateí?
• Como é a maior parte do solo na cidade, impermeável ou permeável?
• Para onde escorre a água da chuva das partes mais altas da cidade?
Todos esses questionamentos ajudam os alunos a perceber que nos centros urbanos as enchentes revelam, na maioria das vezes, a falta de planejamento das nossas cidades. Cada vez que se constrói às margens de um rio, há invasão da planície de inundação. Além disso, o solo de ruas pavimentadas fica impermeável. Os bueiros e os dutos subterrâneos, construídos para escoar a água das chuvas, podem entupir pela grande quantidade de lixo. A impermeabilização dos solos e a canalização dos córregos acabam gerando outro problema: a cada chuva chega aos rios muito mais água do que normalmente ocorreria se o solo estivesse descoberto. Essa água, que supera em muito a capacidade de vazão dos rios, acaba transbordando para as planícies de inundação e alcançando níveis mais altos do que atingia originalmente. Assim, a tendência é que, nas grandes cidades, as regiões sujeitas a enchentes extrapolem a área da planície de inundação original.
Avaliação
Peça que os grupos produzam um texto informativo e desenhos com descrições sobre as diferenças entre uma enchente natural e uma enchente num centro urbano.
Com base nesse material, verifique se os alunos compreenderam que as enchentes são um fenômeno natural e que nos centros urbanos elas sempre aconteceram e, nas atuais condições estruturais, sempre acontecerão, pois durante o desenvolvimento das cidades não se levou em consideração a planície de inundação dos rios.
formador de professores da Abramundo
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