O velho tempo, ilustração de Edmond Dulac, 1906
O tempo
Olavo Bilac
Sou o Tempo que passa, que passa,
Sem princípio, sem fim, sem medida!
Vou levando a Ventura e a Desgraça,
Vou levando as vaidades da Vida!
A correr, de segundo em segundo,
Vou formando os minutos que correm…
Formo as horas que passam no mundo,
Formo os anos que nascem e morrem.
Ninguém pode evitar os meus danos…
Vou correndo sereno e constante.
Desse modo, de cem em cem anos,
Formo um século e passo adiante.
Trabalhai, porque a vida é pequena
E não há para o Tempo demoras!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!
Em: Criança Brasileira, Theobaldo Miranda Santos, 3º livro de leitura, especial para o Estado de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Agir: 1952, p. 91
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