sábado, 29 de agosto de 2015

O tempo, poesia de Olavo Bilac

O velho tempo, ilustração de Edmond Dulac, 1906


O tempo


Olavo Bilac 


Sou o Tempo que passa, que passa,

Sem princípio, sem fim, sem medida!

Vou levando a Ventura e a Desgraça,

Vou levando as vaidades da Vida!



A correr, de segundo em segundo,

Vou formando os minutos que correm…

Formo as horas que passam no mundo,

Formo os anos que nascem e morrem.



Ninguém pode evitar os meus danos…

Vou correndo sereno e constante.

Desse modo, de cem em cem anos,

Formo um século e passo adiante.



Trabalhai, porque a vida é pequena

E não há para o Tempo demoras!

Não gasteis os minutos sem pena!

Não façais pouco caso das horas!



Em: Criança Brasileira, Theobaldo Miranda Santos, 3º livro de leitura, especial para o Estado de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Agir: 1952, p. 91

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