Restrição de carboidrato é associada a redução na expectativa de vida
Estudo liga o corte desse nutriente - como na dieta
low carb - e o abuso de fontes de proteína animal a menor longevidade. Mas o
excesso também faria mal
Se tem um nutriente passando por maus bocados hoje
em dia, é o carboidrato, presente em alimentos como pão, massas, arroz e
tubérculos. Ele é acusado de ser o grande financiador de obesidade e os vários
problemas de saúde ligados ao peso extra. Nesse cenário, surgiram muitas dietas
cujo principal foco é fazer uma restrição severa de suas fontes na rotina, a
exemplo da low carb e paleolítica. Mas um estudo publicado na prestigiada
revista científica The Lancet mostra que esse comportamento pode abalar a expectativa
de vida.
No trabalho, os pesquisadores analisaram
questionários sobre hábitos alimentares de 15 428 pessoas de 45 a 64 anos.
Durante um período médio de 25 anos, ocorreram 6 283 mortes. Em seguida, eles
combinaram esses dados com o de outros estudos, totalizando 432 179
participantes – e 40 181 óbitos.
Ao cruzar todos os números, eles notaram que um
consumo baixo de carboidratos (menos de 40% das necessidades calóricas diárias
de uma pessoa) resultou em um maior risco de mortalidade. Mas, não se engane: o
exagero também foi problemático. Quem compôs a dieta com mais de 70% de
calorias provenientes de carboidratos viu a expectativa de vida cair.
Por outro lado, quando 50 a 55% das calorias são
representadas pelo nutriente, a pesquisa mostrou que a longevidade sai
ganhando. Cabe notar que se trata da quantidade da substância que a maioria dos
nutricionistas considera ideal (muitos defendem, na verdade, que está tudo bem
chegar até 60% nessa conta).
Não é só quantidade, é qualidade
Os autores da pesquisa observam, no entanto, que os
resultados variam de acordo com outros alimentos escolhidos pelas pessoas. Por
exemplo: quando os carboidratos eram trocados por proteínas e gorduras de
origem animal, como a de carnes de vaca e porco, o risco de mortalidade subia.
Mas a expectativa de vida aumentava se os substitutos fossem de origem vegetal
– a exemplo de oleaginosas, abacate e leguminosas.
Outro recado: embora ninguém precise sair cortando
carboidratos loucamente, faz bem prestar mais atenção nos tipos escolhidos. Em
vez de investir em massas refinadas e sobremesas, o ideal seria optar por
versões boas do nutriente, como arroz integral, grãos, cereais e frutas. Até
porque esses itens fornecem fibras, que ajudam a baixar os níveis de colesterol
e a manter a flora intestinal equilibrada.
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