Flavonoides
são produtos do metabolismo secundário de plantas, pertencentes à classe dos
compostos fenólicos, atuando, principalmente, na defesa do organismo que a
produz. Também apresentam outras funções nos produtores como atrair agentes
polinizadores, dar pigmentação em frutas, sementes e flores e proteger em
relação à radiação ultravioleta. São encontrados nas plantas na forma
glicosilada, que nada mais é do que combinados a moléculas de açúcares.
Os flavonoides, de modo geral, são formados pela
combinação de compostos gerados a partir da fenilalanina (um tipo de
aminoácido) e ácido acético. Sua estrutura química é caracterizada pela
presença de três anéis fenólicos. No nosso organismo, estas substâncias atuam
como importantes antioxidantes prevenindo diversas doenças.
Como são subdivididos e classificados
Os flavonoides são uma categoria de polifenóis
subdivididas em classes, cujas principais são:
● os flavonóis: onde se encontram compostos como a
quercetina e o kaempferol;
● flavonas: categoria na qual se encaixam a
luteolina e a apigenina;
● flavanonas: como a taxifolina e a naringenina;
● flavanóis: como a catequina e a epicatequina;
● antocianidinas: na qual se encaixam a cianidina,
malvidina, pelargonidina;
● isoflavonas: como a gliciteína, daidzeina e
genisteína.
Benefícios à saúde:
Estudos realizados sugerem a capacidade de uma
alimentação rica em flavonoides prevenir doenças cardiovasculares e até mesmo
alguns tipos de câncer, isso ocorre devido à função antioxidante que esses
compostos exercem em nosso organismo, se ligando aos radicais livres e
inativando-os, antes que os mesmo interajam com alguma molécula biológica,
provocando reações danosas. Desse modo, os flavonoides são eficientes no
combate a moléculas oxidantes que atuam provocando danos ao DNA e a formação de
tumores.
Além da função antioxidante, eles também possuem
funções anti-inflamatórias e são capazes de atuar na inibição do ciclo celular
de células cancerosas, impedindo a proliferação das mesmas. Também tem
propriedades que auxiliam no controle do Diabetes e previnem o surgimento de
doenças cerebrovasculares.
Fontes Alimentares
Os polifenóis, categoria na qual se encaixam os
flavonoides, não são produzidos pelo nosso corpo, sendo fundamental a ingestão
de cerca de 1 a 2 gramas/ dia dos mesmos.
Vamos conhecer um pouco mais sobre os alimentos que
são fontes dessas substancias:
Chás: segundo estudos, os chás preto e verde são fontes
consideráveis de quercetina, miricetina e kaempferol, recebendo os maiores
destaques. A erva-mate é rica apenas quercetina e kaempferol e os chás de
camomila, morango e boldo apesar de serem boas fontes, acabam possuindo as
mesmas substancias em menores quantidades. Chás como os de hortelã e
erva-cidreira apresentam quantidades bem menos significativas.
Frutas: as
maiores quantidades de flavonoides encontradas em frutas amplamente consumidas
no Brasil foram na acerola, nas frutas cítricas em geral, na pitanga e na maçã.
Outras fontes que também merecem destaque são o caju, a goiaba, o morango, as
uvas, cerejas, groselhas, amoras, framboesas e mirtilos; sendo que as cinco
últimas não apresentam consumo significativo pela população brasileira.
Hortaliças: entre as hortaliças mais consumidas
no Brasil, as que mais contêm flavonoides são a cebola branca, a couve, a
rúcula, a salsa, a pimenta, o almeirão e a cebola roxa. Destaques também vão
para os pimentões, tomates, espinafre e brócolis.
É importante também ressaltar que alimentos que
sofrem processamentos apresentam menores quantidades de flavonoides do que
alimentos in natura, isso pode ocorrer devido ao fato de muitas vezes
descascarmos os alimentos, perdendo quantidades de matérias-primas com porções
significativas de flavonoides.
As informações
contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores
físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
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