O maleato de enalapril é um fármaco utilizado no tratamento da
hipertensão arterial, que pertence à classe dos inibidores da enzima de
conversão da angiotensina (IECA), sendo estruturalmente semelhante aos
outros medicamentos desta classe, tais como o captopril, ramipril,
lisinopril e perindopril.
Além de anti-hipertensivo, o enalapril
também pode ser usado como parte do tratamento da insuficiência
cardíaca, da nefropatia diabética e da insuficiência renal crônica.
Neste artigo, vamos abordar os seguintes pontos sobre o maleato de enalapril:
– Mecanismo de ação.
– Indicações.
– Nomes comerciais mais famosos.
– Como tomar.
– Efeitos colaterais.
– Contraindicações.
– Interações medicamentosas.
– Indicações.
– Nomes comerciais mais famosos.
– Como tomar.
– Efeitos colaterais.
– Contraindicações.
– Interações medicamentosas.
Atenção:
este texto não pretende ser uma bula completa do enalapril. Nosso
objetivo é ser menos técnico que uma bula e mais útil aos pacientes que
procuram informações objetivas e em linguagem acessível ao público
leigo.
Mecanismo de ação
O enalapril, assim como qualquer
medicamento da classe dos IECA, age impedindo a formação de um hormônio
chamado angiotensina II, que é um dos responsáveis pelo controle da
pressão arterial. A angiotensina II estimula a contração dos vasos
sanguíneos e uma maior absorção de sódio pelos rins. Essas duas ações
resultam em elevação da pressão arterial.
A angiotensina II é,
portanto, uma substância que impede que tenhamos hipotensão. O problema é
que em algumas pessoas, o funcionamento deste hormônio não está
devidamente “calibrado”. Cerca de 3/4 dos pacientes que são hipertensos
apresentam níveis de angiotensina II acima dos valores que seriam
necessários para manter uma pressão arterial normal. Desta forma, a
inibição da sua produção com o enalapril acaba sendo uma efetiva forma
de baixar a pressão arterial neste grupo.
Mas nem todos os
indivíduos hipertensos apresentam problemas com a angiotensina II. Na
verdade, pelo menos 25% dos hipertensos apresentam níveis baixos de
angiotensina II. Nestes casos, o enalapril acaba sendo um fármaco
anti-hipertensivo pouco eficaz, principalmente se for utilizado como
monoterapia, ou seja, sem outro anti-hipertensivo associado.
Esta
informação é importante porque sabemos que os afrodescendentes e os
pacientes idosos costumam ter uma hipertensão com níveis baixos de
angiotensina II. Portanto, o enalapril não deve ser a primeira opção de
tratamento para hipertensão arterial nesses pacientes. Neste grupo, o
enalapril costuma ser indicado apenas em conjunto com algum diurético,
como a clortalidona ou a hidroclorotiazida.
Por outro lado,
hipertensos jovens e de etnia branca são aqueles que habitualmente
apresentam angiotensina II elevada ou normal*, sendo o enalapril uma
opção bastante eficaz para controlar a pressão arterial.
* Um
valor normal também não é adequado nestes casos, pois se o paciente está
hipertenso, o esperado era que a produção de angiotensina II fosse
naturalmente inibida e os valores no sangue mantivessem-se baixos.
Quem deve usar o enalapril
A inibição da angiotensina II tem diversos efeitos benéficos para o nosso organismo. Os principais são:
– Redução da pressão arterial.
– Tratamento da insuficiência cardíaca – leia: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – Causas, Sintomas e Tratamento.
– Redução da proteinúria (perda de proteínas na urina) – leia: URINA ESPUMOSA E PROTEINÚRIA.
– Redução da progressão da insuficiência renal crônica – leia: INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA – Sintomas, Causas e Tratamento.
– Tratamento da insuficiência cardíaca – leia: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – Causas, Sintomas e Tratamento.
– Redução da proteinúria (perda de proteínas na urina) – leia: URINA ESPUMOSA E PROTEINÚRIA.
– Redução da progressão da insuficiência renal crônica – leia: INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA – Sintomas, Causas e Tratamento.
O
enalapril é indicado como tratamento de primeira linha para hipertensão
arterial, devendo ser a primeira escolha caso o paciente apresente
também qualquer uma das doenças listadas acima.
Nomes comerciais do enalapril
O maleato de enalapril já existe no mercado há muitos anos e pode ser facilmente encontrado sob a forma de medicação genérica.
Entre
os nomes comerciais, o mais famoso é o Renitec, do laboratório Merck
Sharp & Dohme, que é considerado o medicamento de referência para a
substância enalapril.
Além do Renitec, outros nomes comerciais facilmente encontrados nas farmácias são:
– Angiopril.
– Atens.
– Enalabal.
– Enalamed.
– Enaplex.
– Enaprotec.
– Eupressin.
– Glioten.
– Pressel.
– pressocord.
– Pressomede.
– Pressotec.
– Prilan (Portugal).
– Pryltec.
– Renalapril.
– Tensazol (Portugal).
– Vasopril.
– Atens.
– Enalabal.
– Enalamed.
– Enaplex.
– Enaprotec.
– Eupressin.
– Glioten.
– Pressel.
– pressocord.
– Pressomede.
– Pressotec.
– Prilan (Portugal).
– Pryltec.
– Renalapril.
– Tensazol (Portugal).
– Vasopril.
Como tomar o enalapril
O
maleato de enalapril é comercializado em comprimidos de 5 mg, 10 mg e
20 mg no Brasil e em comprimidos de 5 mg e 20 mg em Portugal.
A
dose inicial deve ser de 5 mg a 10 mg, 1 vez ao dia, com ajustes a cada 1
ou 2 semanas até se obter o controle da pressão arterial.
A dose
diária máxima recomendada é de 40 mg por dia, que pode ser administrada 1
ou 2 vezes por dia. Alimentos não interferem na absorção do comprimido.
Nos
pacientes com insuficiência cardíaca ou proteinúria, a dose indicada é a
mais alta que o paciente tolerar, respeitando o limite de 40 mg/dia.
Efeitos colaterais
Apesar
de ser uma droga segura, alguns efeitos colaterais do enalapril são
relativamente frequentes. Vamos falar apenas dos mais comuns e dos mais
graves.
– Hipotensão: assim como ocorre com
qualquer anti-hipertensivo, a hipotensão arterial é um dos efeitos
colaterais possíveis do enalapril. Esse efeito ocorre em cerca de 2% dos
pacientes.
Os sintomas da hipotensão costumam se manifestar como
tonturas, fraqueza e súbito escurecimento da visão, que surgem,
habitualmente, quando o paciente levanta-se de forma rápida.
A
hipotensão é mais comum quando a dose inicial é muito elevada ou quando
os pacientes apresentam uma ou mais das seguintes condições: idade acima
de 60 anos, desidratação, uso concomitante de diuréticos ou
insuficiência cardíaca. Neste grupo de pacientes, a dose inicial do
enalapril deve ser de 2,5 mg a 5 mg.
– Hipercalemia (elevação do potássio sanguíneo): a elevação do potássio sanguíneo é um efeito adverso perigoso, pois pode provocar arritmias cardíacas graves.
A
hipercalemia ocorre em cerca de 3 a 4% dos pacientes e é um dos
principais motivos para suspensão do enalapril. O risco de hipercalemia é
maior em pacientes diabéticos, portadores de insuficiência renal
crônica, idosos ou que façam uso de medicamentos que também podem elevar
o potássio, como anti-inflamatórios, anti-hipertensivos da classe dos
ARA2 ou o diurético espironolactona.
Em muitos pacientes, a
redução da dose e uma educação alimentar de forma a evitar alimentos
ricos em potássio são suficientes. Em outros, porém, o enalapril precisa
ser suspenso, pois os níveis de potássio sanguíneo permanecessem em
faixas perigosas mesmo com doses baixas do medicamento.
– Tosse:
5 a 10% dos pacientes que usam enalapril podem desenvolver um quadro de
tosse seca e persistente. A tosse costuma surgir cerca de 1 a 2 semanas
após o início do tratamento, mas pode demorar até 6 meses para
aparecer.
Todos os medicamentos da classe do IECA provocam tosse,
motivo pelo qual a troca do enalapril por qualquer um deles não costuma
ter sucesso. Quando a troca é necessária, sugerimos que ela seja feita
com medicamento da classe dos ARA2.
– Agravamento da função renal:
apesar do enalapril ser um medicamento indicado para proteção dos rins,
em circunstâncias específicas, ele pode ser prejudicial à função renal.
Pacientes desidratados, hipotensos, que fazem uso de
anti-inflamatórios ou que apresentam insuficiência cardíaca
descompensada são aqueles com maior risco de terem alterações da função
renal potencializadas pelo enalapril.
– Angioedema e reação anafiláticas:
a anafilaxia é um efeito adverso grave, mas felizmente raro, do
enalapril. Angioedema ocorre em cerca de 0,3% dos pacientes (leia: ANAFILAXIA – Causas, Sintomas e Tratamento). Já a urticária é um pouco mais comum, ainda assim, acomete apenas 1 a 2% dos pacientes (leia: URTICÁRIA – Sintomas, Causas e Tratamento).
Contraindicações
O enalapril é contraindicado em pacientes com história de reação alérgica a qualquer medicamento da classe dos IECA.
O
medicamento não deve ser prescrito em pessoas com estenose bilateral da
artéria renal, níveis sanguíneos de potássio no limite superior da
normalidade ou durante períodos de descompensação aguda da insuficiência
renal.
O enalapril é contraindicado na gravidez e durante o aleitamento materno.
Interações medicamentosas
A administração conjunta do enalapril com os seguintes fármacos deve ser evitada:
– Alisquireno (Rasilez): maior risco de hipercalemia e hipotensão. – Anti-inflamatórios: maior risco de hipercalemia, hipotensão e lesão renal aguda. – Medicamentos da classe dos ARA II: maior risco de hipercalemia e hipotensão. – Alopurinol: maior risco de reações alérgicas. – Lítio: maior risco de toxicidade pelo lítio.
A administração conjunta do enalapril com os seguintes fármacos deve ser feita com cautela e monitorização dos riscos:
– Sulfametoxazol-trimetoprim (Bactrim): maior risco de hipercalemia. – Álcool: maior risco de hipotensão. – Espironolactona: maior risco de hipercalemia. – Aspirina: reduz a eficácia do enalapril. – Insulina: maior risco de hipoglicemia. – Antidiabéticos orais: maior risco de hipoglicemia. – Sirolimo: maior risco de reações alérgicas.
O enalapril não interfere com a eficácia dos anticoncepcionais hormonais.
https://www.mdsaude.com/2017/05/maleato-de-enalapril-bula.html
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