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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Cientistas identificam hormônio que reduz a queima de calorias e contribui para a obesidade.

Bloqueio da produção de serotonina periférica ativa a gordura marrom
Muita serotonina não é bom, pois leva ao diabetes, gordura hepática e obesidade 

Foto: Divulgação / Divulgação
Carlos Rogério Tonussi





Pesquisadores da Universidade McMaster, Canadá, identificaram que a serotonina encontra-se elevada em pessoas obesas e contribui para a obesidade e o diabetes por inibir a atividade da gordura marrom. Essa gordura marrom situa-se na parte superior do tronco, peito e costas, e atua como fornalha para queimar calorias e manter o corpo aquecido. As pessoas obesas têm menos dele, e sua atividade diminui com a idade.

A maioria das pessoas está familiarizada com a serotonina que está no cérebro e controla nosso humor e apetite. Mas esta representa apenas 5% da serotonina do corpo. Os outros 95% da serotonina total está nas chamadas plaquetas, no sangue. Os pesquisadores da McMaster descobriram que esse tipo de serotonina reduz a atividade da gordura marrom ou "abaixa o fogo" dessa fornalha metabólica do corpo.

Inibindo a serotonina

O estudo, publicado nesta semana na revista Nature Medicine, mostra que o bloqueio da produção de serotonina periférica ativa a gordura marrom, e isto é muito eficaz para reverter a obesidade e doenças metabólicas relacionadas, incluindo o diabetes. O provável culpado por estes níveis elevados de serotonina periférica pode ser a dieta ocidental rica em gordura.

Muita serotonina não é bom, pois leva ao diabetes, gordura hepática e obesidade. A maioria da serotonina no corpo é produzida por uma enzima chamada triptofano hidroxilase (TPH1).

A inibição dessa enzima em ratos de laboratório, protegeu contra a obesidade, doença hepática gordurosa e pré-diabetes, mesmo se alimentados com uma dieta rica em gordura, devido a maior capacidade da gordura marrom em queimar as calorias.

Perder peso, mas não o humorO mais importante é que a inibição da serotonina periférica não afeta a serotonina no cérebro ou no funcionamento do sistema nervoso central, afirmam os pesquisadores. Isto é o oposto do que alguns tratamentos atuais fazem para conseguir a perda de peso, pois tentam suprimir o apetite afetando os níveis de serotonina no cérebro.

Porém este tratamentos estão associados a complicações cardíacas e aumento do risco de depressão e de suicídio. A redução da produção de serotonina pela inibição da TPH1 pode ser um tratamento mais seguro e eficaz contra a obesidade e suas comorbidades.

A equipe está trabalhando agora em uma droga que bloqueie apenas a enzima no sangue.

HORA DE SANTA CATARINA

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