Algumas vezes, um palestrante ou uma pessoa que vai falar na frente de muitas outras parece tranquila. Mas, quando realmente vai falar, é um desastre. Uma palavra errada ou uma simples gaguejada faz com que os mais atentos percebam que por dentro a pessoa está pelo menos com um pingo de nervosismo.
O que sai de nossa boca mostra não só como estamos nos sentindo, mas também quem somos. Quando falamos, tendemos a pensar nas palavras que queremos transmitir às pessoas, mas inevitavelmente damos informações sobre como somos, como queremos parecer ser, nossas origens, aspirações, emoções, idade e saúde.
Em um evento dedicado a bocas chamado “Get mouthy”, em Londres, a neurologista Sophie Scott apresentou experiências que fez com ressonâncias magnéticas. No estudo, a maior parte de atores e cantores analisados tinha um atributo específico: uma grande cabeça. Amy Winehouse, por exemplo, tinha um rosto enorme. Pessoas com essa característica têm mais espaço para gerar sons mais precisos a partir da boca.
Mas a maneira como falamos não tem relação apenas com o tamanho de nossa cabeça ou a estrutura de nosso cérebro – as pressões culturais moldam nossa maneira de nos comunicar. Em vários países do Oriente, por exemplo, as mulheres tendem a falar mais baixo, enquanto em países em que as mulheres têm que competir com homens no trabalho, elas falam em um tom mais alto.
Tentamos adaptar a nossa fala a grupos específicos para sermos aceitos. Pistas orais, como um sotaque específico, podem fazer com que pessoas determinem quem faz parte, ou não, de um determinado grupo.
E quando falamos em boca e em comportamento social, logo vem à mente algo que adoramos fazer com nossos lábios: beijar. O beijo é algo fascinante. Afinal, essa é uma prática anti-higiênica, mas é difícil encontrar quem não goste de trocar saliva com outra pessoa.
A boca é um elemento rico de nosso corpo para a ciência. Além de ter diversos conteúdos que podemos tratar sobre ela, é algo divertido de analisar. Algumas pessoas conseguem cantar maravilhosamente, outras imitam sons de animais com perfeição. A boca é muito além do que vemos no espelho, e revela mais sobre nós do que podemos imaginar.
Fonte: [NewScientist] - Por Stephanie D’Ornelas
Nenhum comentário:
Postar um comentário