Por Felipe Araújo
Na evolução das espécies, os gatos domésticos são considerados adaptações dos gatos selvagens. Após uma série de cruzamentos entre classes, os felinos domesticados surgiram como animais menores e que não ofereciam grande perigo aos seres humanos. A primeira onda de domesticação ocorreu na região do Oriente Médio, especificamente no Crescente Fértil, que compreende Israel, Jordânia, Líbano e partes da Síria, Iraque, Egito, Turquia e Irã.
Após o fim do nomadismo, as populações passaram a utilizar a agricultura como principal fonte de subsistência. Assim, os cereais passaram a ser armazenados, atraindo roedores. Para afugentá-los, os humanos utilizaram os gatos, que passaram a fazer parte do convívio social e exercer uma função primordial nas cidades, caçar e eliminar camundongos e ratos.
Os gatos eram tão importantes no Egito que foram promulgadas leis protegendo estes animais. Se alguém fosse pego “traficando” um gato, receberia a punição de pena de morte. Porém, alguns viajantes conseguiram transportar os animais para outros locais como a Pérsia, onde os gatos foram venerados.
Por serem caçadores naturais, os gatos sempre foram utilizados para controlar pragas, mantendo-se em posição de destaque pelos locais em que passaram. Mas isso terminou com a chegada da Idade Média, quando começaram a ser sinônimos de maus espíritos, tendo sido queimados junto a pessoas que foram denominadas bruxas pela Santa Inquisição. Assim, foi criado o preconceito contra estes animais.
De acordo com a jornalista Paola Bello, em reportagem ao portal da revista Galileu, “a humanidade pagou caro por esse destempero da Inquisição. Com a redução da população felina, os ratos tomaram conta do pedaço. Falta de saneamento, condições precárias de higiene e tráfego de navios infestados de roedores ajudaram a deixar o século 14 marcado na Europa pela pandemia da peste bubônica”.
Porém, com o final da Idade Média, os gatos voltaram a ser bem aceitos nas residências e embarcações, em que os homens do mar utilizavam-nos como amuletos da sorte. Estes animais, convivendo com os navegadores, ganharam a fama de gatos de navio, controlando o número de roedores a bordo.
Após algum tempo, os gatos tornaram-se um símbolo, até mesmo, de ostentação, pois acabaram por ser considerados animais de luxo devido a sua classe e beleza. Eram usados por damas em eventos sociais como verdadeiros enfeites. Neste mesmo período, começaram a ser alvo de expositores, que efetuavam cruzamentos entre espécies com o objetivo de “melhorar” a raça, fenômeno que originou inúmeros tipos de gato. Foram criadas as raças puras, os pedigrees. Um dos gatos mais apreciados no mundo saiu deste processo, o persa, que ficou conhecido na Europa após ser introduzido por Pietro Della Valle, um navegador de origem italiana.
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