Totalizando mais de 150 dias de investigações, na manhã do dia 17 uma ação conjunta entre as polícias Civil e Militar desarticulou uma quadrilha especializada no tráfico de drogas que atuava em Maravilha e região. Denominada “Operação Ostentação”, a mesma foi deflagrada em Santa Catarina e no Paraná. Ao todo, 23 pessoas foram presas nas cidades de Maravilha, Chapecó e Cunha Porã, no Oeste catarinense, e Foz do Iguaçu (PR). A ação teve início por volta das 6h e contou com a participação de 103 policiais, quatro cães farejadores e 46 viaturas.
Durante a coletiva de imprensa realizada na manhã da deflagração, o delegado da Polícia Civil de Maravilha, Daniel Régis - responsável pela Operação - afirmou que os entorpecentes eram adquiridos com fornecedores de Chapecó e Foz do Iguaçu e vendidos em festas, boates e baladas de Maravilha e região.
A ação policial foi batizada de “Operação Ostentação” em decorrência da forma como os suspeitos esbanjavam o dinheiro conquistado com a venda das drogas, através de gastos em festas, veículos e roupas de marca. “A quadrilha traficava o que chamamos de drogas de elite, sendo cocaína e ecstasy, e durante o andamento das investigações já haviam sido apreendidos cargas dessas drogas, incluindo também a maconha”, destacou Régis.
Repercussão da “Operação Ostentação”
A demonstração da grande repercussão que a Operação Ostentação ocasionou na região de Maravilha ficou identificada através do número de acessos ao site WH3.com.br e na rede social – Facebook – do Sistema 103. Conforme o administrador do site e da rede social, as matérias com as informações da operação somaram milhares de acessos, totalizando aproximadamente 50 mil no site e mais de 30 mil no Facebook, contabilizando também mais de 400 curtidas e 390 compartilhamentos das informações. “Todas as informações foram colhidas e apresentadas à população de maneira séria, fazendo o jornalismo que sempre priorizamos”, destacou o administrador.
O que está acontecendo após a deflagração da Operação Ostentação?
As equipes de reportagem do grupo WH Comunicações realizaram, durante esta semana, uma série de reportagens com as autoridades policiais e profissionais da área do Direito para esclarecer à população de Maravilha e região como está o andamento das investigações e do inquérito policial e a defesa dos acusados.
“Muito trabalho ainda nos espera”, afirma o delegado Daniel Régis
Em entrevista exclusiva, o delegado da Polícia Civil de Maravilha, Daniel Sá Fortes Régis, destacou que os trabalhos de investigação do Inquérito Policial estão sendo realizados desde o último sábado. “Há muito trabalho ainda pela frente. O prazo de 30 dias do inquérito iniciou ainda no sábado, dia 18, e este tempo para nós, da Polícia Civil, está sendo considerado bastante curto em razão da necessidade da realização de uma série de diligências”, destacou.
Daniel afirma que neste primeiro momento devem ser ouvidas em torno de 150 pessoas. “Em reunião com os policiais da equipe da operação, decidimos por ouvir somente as pessoas prioritárias, porque se fôssemos ouvir todos os compradores de entorpecentes comercializados pela quadrilha, teríamos aproximadamente 500 pessoas para dar os seus depoimentos. Estaremos fazendo a oitiva dos envolvidos, principalmente daqueles que fizemos as filmagens das entregas e que a Polícia Militar participou de abordagens”, salientou.
O delegado afirmou ainda que uma série de computadores e smartphones estão sendo periciados. “Há necessidade também do levantamento dessas informações”, disse. Régis ressaltou que no decorrer das investigações outras testemunhas, como os usuários inadimplentes, também estarão sendo ouvidas com prioridade. “Eles estavam sendo ameaçados com o uso de armas de fogo no momento da cobrança, principalmente por dois dos envolvidos, e que foram presos na última sexta”, informou.
“Não há nenhum tipo de pressa por parte da Polícia Civil para finalizar as investigações do inquérito policial, pois neste período estaremos esmiuçando as informações para que ao final tenhamos a averiguação de condutas bastante específicas, e que tudo possa ser bem esclarecido”, afirmou.
O delegado afirmou que há mais envolvidos na Operação Ostentação. “Num número de 23 pessoas envolvidas, em um município com o tamanho de Maravilha, por si só, demonstra a grandiosidade do esquema montado. Então há, sim, mais pessoas envolvidas, e principalmente algumas mulheres que participavam do esquema. Ao que tudo indica, e esta é a minha sensação, ao final estarão indiciadas por tráfico de drogas”, disse.
Daniel afirma que novas prisões são consequência. “Novas prisões acontecerão em consequência e em decorrência das novas investigações. Quem participou do comércio de entorpecentes em Maravilha, de maneira recente, certamente deve estar muito preocupado”, finalizou.
Detentos presos na Operação Ostentação estão recolhidos na Cadeia Pública de Maravilha
O diretor da Cadeia Pública de Maravilha, Josias de Oliveira, afirmou que foi necessário o remanejamento de 15 detentos, para os presídios de São Miguel do Oeste e Chapecó, para conseguir deixar todos os 23 acusados em Maravilha. “Hoje temos uma das melhores unidades prisionais de Santa Catarina, sendo que este é um dos motivos pelo qual priorizamos por todos estarem aqui. A segurança dá-se basicamente por eles não terem acesso a nenhum meio de comunicação, como televisor, rádio ou celulares. E a forma deles se comunicarem com os advogados e familiares é através do parlatório, sem que haja o contato físico entre acusados e familiares ou advogados. Os acusados encontram-se todos devidamente uniformizados, como os demais detentos, além de estarem todos com os cabelos aparados, como é de praxe”, destacou.
Alguns comentários no decorrer da semana davam conta de que alguns presos já haviam sido liberados, mas Josias destaca que isso não condiz com a realidade, sendo que não se tem expectativa para isso enquanto seguirem as investigações.
“Eles permanecerão possivelmente 60 dias presos. E hoje a Cadeia Pública de Maravilha consegue manter esses presos, em razão do bom efetivo e também das ótimas estruturas da instituição”, afirmou.
“É necessário que os pais prestem mais atenção nos seus filhos”, promotor de Maravilha, Guilherme André Pacheco Zattar
“A grande parte da organização criminosa investigada é de Maravilha”, afirma o promotor da Comarca de Maravilha, Guilherme André Pacheco Zattar, durante a sua entrevista sobre a Operação Ostentação.
O promotor destacou que o tráfico só funciona porque existe o lado da compra. “Não queremos provocar um alarde na sociedade, como se fosse uma epidemia, mas o que é importante ressaltar é a necessidade de os pais estarem mais próximos dos seus filhos; conhecer as pessoas com quem os filhos andam; os lugares que eles frequentam e os tipos de festas. Invariavelmente, os adolescentes acabam realizando ações ilícitas por não terem uma aproximação dos pais. Sabemos que a família é a base e o que nos norteia para que possamos seguir o caminho da retidão”, destacou.
Conheça as consequências do uso das drogas de elite que eram comercializadas
Ecstasy - Também chamado de droga do amor, o ecstasy é uma droga psicoativa. O efeito do ecstasy pode durar, em média, oito horas, mas isso varia de acordo com o organismo. Os usuários dessa droga sentem aumento do estado de alerta, maior interesse sexual, sensação de bem-estar, grande capacidade física e mental, euforia e aumento da sociabilização e extroversão.
Cocaína - A cocaína causa uma intensa e rápida euforia, que é seguida imediatamente pelo oposto – uma intensa depressão, tensão e avidez por mais droga. As pessoas que a consomem não comem nem dormem adequadamente. Elas podem sofrer uma frequência cardíaca muito elevada, espasmos musculares e convulsões. A droga pode fazer a pessoa sentir–se paranoica, zangada, hostil e ansiosa, mesmo quando a pessoa não está eufórica. Não obstante à quantidade ou frequência do consumo da droga, a cocaína aumenta o risco de o consumidor sofrer um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, convulsões ou falha respiratória, podendo qualquer um destes causar morte súbita.
Maconha - Depois de consumir a maconha a pessoa pode apresentar alguns efeitos físicos, como memória prejudicada, confusão entre passado, presente e futuro, sentidos aguçados, mas com pouco equilíbrio e força muscular, perda da coordenação, aumento dos batimentos cardíacos, percepção distorcida, ansiedade, olhos avermelhados por causa da dilatação dos vasos sanguíneos oculares, boca seca e dificuldade com pensamentos e solução de problemas. As pessoas que fumam maconha também estão suscetíveis aos mesmos problemas das pessoas que fumam tabaco, como asma, enfisema pulmonar, bronquite e câncer.
Fonte: JORNAL O LIDER
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