Estresse causado por noites mal dormidas pode prejudicar a memória --Segundo pesquisa, capacidade de lembrar pode ser reduzida em cerca de 10%
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Já foi comprovado que a qualidade do sono interfere no nosso desempenho para a realização tarefas, além de impactar na nossa memória a longo prazo — os momentos vividos na infância e ensinamentos da época de colégio, por exemplo. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, descobriram que uma noite mal dormida pode prejudicar também a memória a curto prazo — aquelas informações armazenadas por alguns segundos ou minutos para que sejam utilizadas, descartadas ou armazenadas.
Durante o sono, tudo o que aprendemos recentemente é transferido da memória de curto para as de longo prazo. Para o estudo, publicado na revista científica Sleep, os pesquisadores do sono Jonathan Cedernaes e Christian Benedict procuraram investigar a influência do tempo de sono na transferência dessa memória. Eles analisaram ainda como essas lembranças permanecem ativas diante de situações de estresse.
A experiência foi realizada com 15 participantes que, antes de irem para a cama, memorizaram a posição de peças em uma tela de computador. Uma parte do grupo dormiu por oito horas, enquanto outros descansaram por apenas quatro. A ideia era que todos os voluntários, assim que acordassem, tentassem recolocar cada cartão no seu devido lugar.
A memória, em si, de quem dormiu metade do tempo recomendado não foi mais prejudicada em comparação à daqueles que dormiram oito horas. Entretanto, a equipe revelou que o estresse pode ter sido um fator significativo na capacidade de recuperação desse tipo de memória. As pessoas que dormiram apenas quatro horas ficaram altamente estressadas no início da manhã, fato que, segundos os pesquisadores, pode ter reduzido em cerca de 10% a capacidade para relembrar a posição das peças.
Em resumo, embora poucas horas de sono não tenham prejudicado as funções de memória, a adição do estresse pode ser suficiente para interferir nas recordações.
Jonathan Cedernaes, pesquisador do Departamento de Neurociência da Universidade de Uppsala, afirma que intervenções de rotina como organizar os horários para permitir mais horas de sono, além de fáceis, são comportamentos que ajudam no desempenho acadêmico e profissional, garantindo mais saúde para a memória em momentos estressantes.
— O próximo passo será investigar como a perda de sono, acompanhada do estresse, pode interferir na diminuição da capacidade de recuperação de memórias normalmente consolidadas durante o sono — diz o pesquisador.
DIÁRIO GAÚCHO
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