Onde andam as forças vivas da sociedade?
A crise que atravessa o Brasilcontemporâneo é mais densa do que muitos podem imaginar.
A crise é institucional onde o apetite golpista e a falta de respeito com as bases que sustentam o Estado Democrático de Direito sofrem grande ataque.
A ordem institucional está invertida, pois princípios básicos de cidadania estão sendo subvertidos à mercê de “pseudos” justiceiros que agem ideologicamente a serviço de suas teses.
Conceitos elementares como ampla defesa, contraditório, presunção de inocência e respeito são desrespeitados para poder incriminar os alvos preferenciais de uma casta conservadora e reacionária no Brasil.
O espetáculo que se transformou a justiça, apoiados por uma omissão de um Ministro da Justiça vaidoso e letárgico chega ao limite do absurdo.
Soma-se a isso um Congresso Nacional que rasga descaradamente a Constituição, que constrói maiorias a bel prazer de seu presidente e de sua agenda populista.
A descrença dos Partidos Políticos, apartados da sociedade, sem representatividade também contribuiu com o estágio de crise institucional.
O monopólio midiático, viúvo e bajulador de depostas, prega o golpe diariamente através de editoriais, manipulação, acusação e julgamento que são feitos em suas páginas e em seus telejornais sem pudor algum.
Esse quadro perverso tem prejudicado o Brasil e direitos caros a nação estão sob-risco.
O Estado Democrático de Direito está sendo atacado.
Por onde andam as forças vivas de nossa sociedade?
Necessitamos de um posicionamento da Ordem dos Advogados do Brasil que já prestou grandes e inestimáveis serviços ao povo brasileiro.
É preciso recuperar os direitos e garantias individuais que estão sendo arbitrariamente desrespeitados por juízes fascistas, sedentos de bajulação do monopólio midiático.
A Associação dos Magistrados Brasileiros não pode se omitir também neste momento difícil em que atravessa o país e as regras do bom direito equilibrado não pode ser negligenciado.
AABI também deve se pronunciar urgentemente. É preciso garantir a liberdade de expressão, os contrapontos, o jornalismo descente e, não a utilização da comunicação como um instrumento da canalhice golpista, seletiva.
As forças progressistas também da CNBB precisam vir a público dizer que a radicalização, a epidemia do ódio, do revanchismo, do arbítrio não são o caminho mais plausível para o Brasil.
Os sindicatos, as associações, as forças vivas da República precisam sair do comodismo, da letargia, do imobilismo para defender a Constituição, as garantias individuais, a Pátria.
É preciso resgatar as forças vivas da República.
É preciso restaurar a lógica democrática, o respeito institucional.
Não é boa para o Brasil essa agenda golpista, de ódio e desrespeito.
Precisamos das forças vivas para blindar nossa democracia, nossa República e acima de tudo nossos direitos.
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(Henrique Matthiesen, bacharel em Direito)
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