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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Presidente da CPI da Petrobras diz que pedirá exumação de Janene


Deputado Hugo Motta disse haver indício de que ex-deputado esteja vivo. 
Suspeito de ser operador da Lava Jato, José Janene morreu em 2010. 

O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou nesta quarta-feira (20) que pedirá a exumação do corpo do ex-deputado paranaense José Janene, morto em 2010. Segundo as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), Janene teria sido um dos operadores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. 

Motta relatou a jornalistas que a viúva do ex-líder do PP disse aos parlamentares que não viu o corpo do marido após a morte dele, em 14 de setembro de 2010. De acordo com o presidente da comissão, a viúva contou que o caixão de Janene estava lacrado no velório realizado em Londrina (PR). 
Um dos réus do processo do mensalão do PT, José Mohamed Janene morreu aos 55 anos, vítima de um infarto, antes de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo seu suposto envolvimento no esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político no Congresso Nacional, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Janene morreu depois de ter ficado internado mais de um mês no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. À época, a instituição de saúde informou que o ex-parlamentar estava inscrito, havia três meses, em uma fila de espera para fazer um transplante de coração. 

Conforme Hugo Motta, haveria indícios de que o ex-deputado do PP poderia estar vivendo atualmente na América Central. 

“Informações que chegaram até nós falam sobre incerteza de que o deputado [Janene] faleceu. A própria viúva não conseguiu vê-lo morrer, o caixão chegou lacrado. Existe forte indício de que José Janene possa estar vivo”, disse Motta antes do início da sessão desta quarta-feira da CPI da Petrobras. 

“A suspeita das informações que chegam é que ele [Janene] pode ter fraudado essa morte, como ele tinha contas no exterior com Alberto Youssef, e possa ter ficado com grande parte desse dinheiro e possa estar vivendo na América Central”, complementou o presidente da comissão 

Na avaliação de Motta, é "estranho" que Janene não tenha sido visto no caixão. “Isso é uma coisa muito estranha. Como médico, posso falar que uma pessoa falece de infarto e é muito comum que o corpo possa ser visto pelos familiares. Muito estranho a viúva não ter podido ver o corpo”, enfatizou. 
saiba mais 

O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou à Justiça Federal que ele foi indicado para o cargo de alto escalão da estatal pelo PP. Segundo Costa, um dos delatores da Lava Jato, Janene teve influência na sua escolha para a diretoria. 

Paulo Roberto Costa explicou ao juiz federal que, até 2008, era Janene quem operava a fatia da propina que cabia ao PP. Segundo ele, a legenda ficava com um terço do valor dos contratos fechados pela diretoria de Refino e Abastecimento, que ele comandava. Os outros dois terços, relatou o ex-dirigente, eram repassados ao PT. Após a morte de Janene, Youssef passou a operar a propina do PP, informou Costa. 

Depoimento 
Os integrantes da CPI da Petrobras devem tomar nesta quarta-feira o depoimento do diretor-presidente da construtora Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini. Acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de envolvimento na Lava Jato, o executivo fechou acordo de delação premiada para contar o que sabe em troca da redução em uma eventual pena. 

Na delação, ele relatou aos investigadores a existência do chamado "clube" de empreiteiras, que combinavam preços entre si para ganhar contratos com a Petrobras. De acordo com Avancino, o principal objetivo do cartel era manter os preços dos contratos “em um patamar bom para as empreiteiras, não existindo uma pretensão de majorar artificialmente o valor a ser pago pela estatal”. 

Também estava previsto para esta quarta o depoimento na CPI do diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da construtora Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca. No entanto, o dirigente da empreiteira solicitou o adiamento da oitiva. Conforme a assessoria da CPI, ainda não foi agendada uma nova data para o depoimento de Fonseca.

Fonte: Claudério Augusto

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