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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

COMPARA: SUVS E SEDÃS QUE SERÃO NACIONAIS


Por Carlos Cereijo // Fotos: Leo Sposito

Em 1824, no Rio Grande do Sul se instalou a primeira colônia alemã no Brasil. Exatos 190 anos depois, o País vê uma nova leva de imigrantes de mesma ascendência aprontar as malas para fixar residência aqui. Eles agora têm quatro rodas e trazem na bagagem qualidade de construção exemplar e bastante tecnologia. Separamos seis deles para descobrir qual sedã e SUV alemão merece, de fato, o visto permanente.
Terra dos SUVs


É só analisar as novas fábricas no Brasil e perceber que o utilitário esportivo é a receita para encontrar lucratividade. Não importa a faixa de preço, as marcas sabem que o brasileiro não quer mais carro de entrada. Não é diferente com as marcas alemãs. Agora é hora de C/D decidir qual desses grandalhões vai ocupar o lugar de melhor imigrante.
3º lugar - BMW X1 SDrive20i


Chegar a um novo país para morar pode ser complicado. A adaptação aos costumes locais, culinária e idioma leva alguns meses, anos. Isso pode levar ainda mais tempo se o imigrante chega já adulto. Aí o sotaque é mais carregado e livrar-se de alguns costumes fica mais chato. Parece que é o caso do X1, que tem o projeto mais antigo entre o trio de SUVs que vai se naturalizar brasileiro em breve. Começa pelo porte avantajado. Enquanto o Q3 e o GLA são mais curtos em comprimento e entre-eixos, o X1 é mais baixo que o Q3. Isso dá ao BMW proporção de perua anabolizada, porém sem a mesma dinâmica ao volante. Ainda por cima nem é o carro mais espaçoso por aqui.

BMW X1 SDRIVE20I

+ Direção, desempenho e câmbio automático

- Suspensão, porta-malas e espaço interno

= Precisa renovar o samba no pé para virar brasileiro da gema

Para compensar a idade avançada, o X1recebeu atualizações interessantes. Uma delas é o câmbio de oito marchas automático fornecido pela ZF. Essa transmissão deixa várias de dupla embreagem comendo poeira na versatilidade. Ela pode não ser tão instantânea quanto as automatizadas, mas está longe de ser lenta. Além disso, está bem calibrada à vontade do motorista, tem trocas sempre suaves e ajuda na redução de consumo de combustível. Nesse comparativo, a propósito, usamos a versão a gasolina do X1, pois a BMW não dispunha do SUV flex para empréstimo.



CORRA, X1, CORRA

Mesmo sem etanol, o SUV mostrou disposição na pista de testes. Foi o mais rápido dos três e ainda deixou o Q3 para trás na maioria das retomadas de velocidade. Ficou devendo um pouco nas frenagens e, ao contrário do Série 3, a calibração de pedal de freio do X1 não é tão refinada. A suspensão não é molenga e tampouco tem a mesma desenvoltura de outros utilitários da marca. É uma pena, pois a direção está dentro do que se espera de um BMW. O baixo centro de gravidade colabora para a sensação mais para carro de passeio do que SUV. No entanto, a suspensão precisa perder o sotaque e se adaptar rapidamente ao jeitinho que o brasileiro curte. Certamente, quando o X1 começar a ser produzido em Araquari (SC) já vai ter a ginga que a gente gosta.
2º lugar - Mercedes-Benz GLA200 Black Motion


Se o BMW X1 tem jeito de uma perua que tomou hormônios da antiga Alemanha Oriental, o Mercedes-Benz GLA parece feito fora do Sistema Solar. A dianteira tem grade de caráter forte e faróis que se projetam à frente. O capô ostenta dois sobressaltos que se veem de dentro do carro, como se fosse um esportivo da AMG. Visto de lado, as linhas do teto, vidros e carroceria são um balé em alta velocidade. Na traseira, a descida abrupta da parte superior cria uma vigia pequena e uma proporção rechonchuda, mas o GLAnão tem cara de bonzinho. Ele é, na verdade, um Classe A vestido para a aventura.



MERCEDES-BENZ GLA200 BLACK EDITION

+ Design, direção e consumo

- Espaço traseiro, desempenho fraco

= Promete bastante, mas falta tempero forte sob o capô

Por dentro, por incrível que pareça, a ousadia do exterior não se reflete. Mesmo assim, o Mercedes tem mais estilo que seus concorrentes. Esta versão Black Edition, por enquanto a topo de linha, tem como diferenciais as rodas e retrovisores com acabamento preto brilhante. Além do GPS integrado ao multimídia, que não é de série na versão de entrada do GLA. Os bancos dianteiros são confortáveis, mas na traseira a brincadeira com as proporções cobra seu preço. Dois adultos vão justos e não podem ter aversão a um pouco de claustrofobia. O acabamento e a construção do GLA estão dentro do esperado. E os preços de lançamento são mais realistas do que o irmão CLA, que só agora tem versões mais em conta.



CAÇULA

Os valores podem ser realistas, mas o motor está abaixo do que o motorista encontra no segmento. É como se o GLA fosse o caçula da turma, tem de aguentar a chacota dos compatriotas velozes. Dê uma olhadinha na nossa tabela de testes. É uma diferença grande de desempenho nas acelerações e retomadas, mesmo o Mercedes sendo o mais leve do trio. Isso custou pontos importantes que poderiam ter dado a vitória ao novato. Pelo menos frenagens e consumo foram bons. Assim como a direção bem ajustada e o câmbio de dupla embreagem. A transmissão não é exemplo de suavidade, mas pelo menos é rápida para compensar os 156 cv do motor 1.6. Com um pouco mais de força, este novo brasileiro vai se adaptar mais facilmente.
1º Lugar - Audi Q3 Ambition


O Q3, diferente dos demais, nunca negou o arquétipo de SUV, por isso é o único deste comparativo que tem tração integral de série. Suas feições não fogem da linguagem de design adotada em toda a linha Audi, mas esse cara já virou figurinha fácil no Setor de Imigração. Uma atualização no projeto, portanto, não está longe. Mesmo assim, o Q3 tem atributos bem concretos para ser o grandalhão preferido deste comparativo alemão.

AUDI Q3 AMBITION

+ Espaço, desempenho e cÂmbio

- Design envelhecido

= Tem tudo para fazer sucesso se mantiver preço competitivo e ganhar novo design

Começa pela praticidade do interior. A cabine é pragmática, sem firulas. Em poucos minutos já dá para encontrar todos os comandos básicos e entender o sistema multimídia. Parece que tudo foi pensado para tomar o menor tempo possível para os ajustes. Motorista e passageiro vão confortáveis na frente e o espaço no banco de trás é bom. O volume para a bagagem não foi sacrificado, o Audi tem o maior porta-malas. Ainda pensando de maneira racional, o Q3 tem lista de equipamentos de série generosa, consumo de combustível dentro do esperado e menor preço de tabela. Quando for feito no Brasil - na plataforma MQB e na mesma fábrica paranaense onde o Grupo Volkswagen vai fabricar Golf e A3 Sedan - o Q3 deve ganhar, finalmente, motor flex.



NO DETALHE

E como ele garantiu a vitória? Foi bem apertado, foi nos detalhes. A direção não é tão afiada, mas ele está longe de ter o comportamento chato de carros tração integral. Ele não dá aquelas saídas de frente a toda a hora, contorna bem as curvas. Também não tem a suspensão mais empolgante, porém, consegue se dar bem na terra e no asfalto com robustez. A calibração dos freios é na medida certa. Na pista de testes, o Audi andou junto com oBMW, mesmo sendo mais pesado que o rival. O motor 2.0 turbo e o câmbio automatizado de dupla embreagem já são velhos conhecidos. A cada dia eles parecem se entender melhor. O resultado aparece na estrada, dá para rodar centenas de quilômetros antes de ficar cansado. Por isso, mesmo antes de ganhar atualizações o Q3 promete ser o melhor SUV nacional. Vá para a parte dois no final da página e confira qual é o melhor sedã alemão que será feito no Brasil.




Esses sedãs vão fixar residência no País e querem conquistar o executivo brasileiro que subiu na carreira. Cada um aposta em virtudes diferentes. O A3 Sedan tem preço atraente, o Classe Ctem pinta de CEO e o Série 3 é rápido e afinado. Qual desses alemães merece o nosso primeiro visto de trabalho permanente?
3º lugar - Audi A3 Sedan


Ele parece meio perdido neste comparativo, como se não soubesse a fila correta da imigração. Porém, o A3 Sedan tem atributos fortes para fazer frente ao Série 3 e ao Classe C. O primeiro ponto positivo é o desempenho. Na pista de testes ficou claro que o Audi consegue acelerar próximo do 320i e deixar oC180 com cara de tacho. Pode conferir que isso também acontece nas retomadas e corridas até 400 e 1.000 metros. A explicação está na leveza dele em relação aos outros futuros compatriotas, são do A3 as melhores relações peso/potência e peso/torque deste comparativo. O motor 1.8 turbo de injeção direta bem afinado com o câmbio de dupla embreagem é outro ponto de destaque. O sedã aparenta ter mais do que os 180 cv e não cansa de empurrar.

MIGRANTE PEQUENO

Nas curvas, o Audi mostra estar na ponta dos cascos. Mergulha nas curvas com equilíbrio exemplar para carros de tração dianteira. Você vai se divertir com ele. E ainda vai pagar menos na compra e não se assustará na hora de encher o tanque. Porém, o A3 Sedandeixa a desejar em outros aspectos. A mesma suspensão firme, que ajuda a fazer as curvas, compromete o conforto. Não é tão dura quanto a dos antigos Audi, mas ainda dá para sentir. Dá para sentir também a cabine menor.



Perto do BMW e do Mercedes-Benz, o Audi realmente denota ser de um segmento abaixo. Isso fica evidente no banco traseiro, que leva bem dois adultos. No entanto, lugar para pernas e cabeça é apenas justo, não generoso. O espaço no porta-malas do A3 é o mais acanhado do trio, então este migrante precisa viajar com pouca bagagem. Quem briga melhor no quesito espaço é o A4, mas aqui só separamos futuros nacionais. Lembra?

AUDI A3 SEDAN

+ Desempenho, preço e direção

- Espaço, porta-malas e suspensão

= Dá para encarar sedãs maiores sem medo de comer poeira

O A3 Sedan vai ser produzido em São José dos Pinhais (PR) ao lado do irmãoVolkswagen Golf. A versão hatch já foi feita por lá entre os anos de 1999 e 2006. Portanto, o Audi volta a colonizar o território que deixou para trás. A agressiva estratégia de preço na linha A3 mostra que, desta vez, o visto deve ser de residência permanente.



2º lugar - Mercedes-Benz C180 Avantgarde


Ao parar na frente de um restaurante para uma feijoada, o novoClasse C parece um sedã de R$ 200 mil. Pedestres olham para este futuro nacional como um viajante requintado, que veio na primeira classe. O Mercedes é o mais comprido e tem o maior entre-eixos. Além disso, o design do C180 inspirado no Classe Slhe dá pompa aristocrática. Carro de patrão ao pé da letra. Essa estirpe se confirma ao entrar no sedã. Se em gerações anteriores aMercedes foi careta em seu carro mais vendido, agora é dele a cabine mais bonita do segmento. Todo botão e superfície tem um trabalho caprichado de design, apesar de algumas falhas de ergonomia que já vamos comentar.

MERCEDES-BENZ C180 AVANTGARDE

+ Espaço interno, design, porta-malas

- Desempenho e multimídia difícil de operar

= Tenha o gosto de carro de luxo, mas sem emoção de acelerar

Se o sedã é do chefe, então espaço não pode ser problema. No banco de trás dá para encarar longas viagens e no banco da frente você se sente no sofá de casa. A suspensão tem papel importante nesse conforto, parece que estou flutuando sobre o asfalto picotado. Agora o Classe C assumiu de vez seu lado tiozão. Deixou oCLA com a tarefa de tentar agradar os moleques, que antes iam parar na concessionária BMW mais próxima.



SERENO DEMAIS

Portanto, não espere palpitações no Classe C quando a estrada ficar sinuosa. A direção elétrica é confortável, mas a calibração está artificial. Ao dobrar uma esquina rapidamente, por exemplo, a assistência varia de pouca para 100% num salto. Os concorrentes também têm este recurso, mas ele atua de maneira quase natural. O Classe C parece intervir além do desejado, como um mordomo incoveniente.

Apesar de toda essa banca de gente grande, o C180 deve fôlego na hora de acelerar. O motor 1.6 de 156 cv é pouco para esteMercedes. Em todas as provas de desempenho ele ficou para trás, bem para trás. E quando se paga R$ 138 mil num sedã de luxo, fica chato ter o 0 a 100 km/h só 0,1 s melhor do que o HyundaiHB20 1.6. Pelos menos as frenagens do C foram as melhores.

A Mercedes ainda mexeu na ergonomia justo onde não precisava, pois a alavanca de câmbio no painel não é ágil. Para piorar, o espaço liberado no console foi mal aproveitado com um porta-objeto fundo. São detalhes na cabine que fazem a diferença no cotidiano. Por isso, o segundo lugar.
1º lugar - BMW 320i ActiveFlex


Se o Mercedes-Benz C180 parece um carro de R$ 200 mil, oBMW 320i anda como um. Quer um exemplo? O Lexus IS 250 F-Sport custa R$ 196 mil, tem motor 2.5 V6 de 208 cv e faz 0 a 100 km/h em 9,1 s. Então, basta observar a tabela para perceber que o futuro BMW nacional é o mais rápido. E por uma margem confortável. Para melhorar, ele é o único flex do trio de futuros brazucas. Por essa tecnologia avançada ele ganhou notas melhores em motor e no bom consumo com o combustível vegetal. Porém, o sedã não levou a vitória pela força bruta. Muito pelo contrário, foi no refinamento a cada metro percorrido que ele nos conquistou.



BMW 320I FLEX

+ Desempenho, direção e suspensão

- Instrumentos antiquados

= Vai virar brasileiro, mas com jeitão de alemão... Ainda bem!

Se no Classe C o motorista fica calmo ao assumir o volante, no Série 3 a vontade é de prolongar a viagem. Tudo para aproveitar a calibração da direção e pedais. O BMW parece orgânico, feito para encaixar na vontade do motorista instantaneamente. O pedal do acelerador e o câmbio automático de oito marchas conversam como velhos amigos. Não titubeiam. O pedal de freio é o mais bem calibrado, dá para dosar por telepatia. Na pista, no entanto, os números de frenagem foram apenas satisfatórios. A direção posiciona a dianteira com precisão e mostra cada centímetro do asfalto. A carroceria não flutua nem chacoalha com as imperfeições, pois a suspensão as absorve sem anestesiar o motorista. É um balanço delicado, mas a BMWconseguiu.



PAPO SÉRIO

Na cabine, a seriedade do Série 3 contrasta com a ousadia doClasse C. Parece que o be-eme está compenetrado na missão de ser eficiente em todos os aspectos. Portanto, este não é o sedã para quem quer passageiros de queixos caídos. A iluminação âmbar dos instrumentos está defasada. O freio de estacionamento a moda antiga pode desagradar alguns, mas nós da C/D gostamos.

O lado positivo dessa abordagem velha guarda é a ergonomia sem invenções, direto ao ponto. Em 30 segundos você já está em casa, entende como navegar no sistema multimídia. O GPS, que noMercedes tem cara de tablet improvisado, no BMW é fácil de operar. Na onda da naturalização para o Brasil, o 320i é o alemão campeão. Cidadania concedida.

http://caranddriverbrasil.uol.com.br/carros/comparativo/compara-suvs-e-sedas-que-serao-nacionais/9145/2

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