Foto: Ezran Kamal / freeimages
Adotar uma dieta mediterrânea ou outras que incluam alimentos como frutas, vegetais, legumes e nozes — deixando de lado as carnes processadas — pode fazer bem não somente para o corpo, mas também para a mente. É o que aponta um estudo publicado na revista científica BMC Medicine, realizado com 15.903 pessoas e que sugere que a depressão poderia estar ligada ao déficit de nutrientes.
Os pesquisadores compararam três dietas: a mediterrânea, uma vegetariana e a Alternativa Alimentação Saudável Index-2010 — que combina nutrientes conhecidos por sua prevenção contra doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Os participantes usaram um sistema de pontuação para medir sua adesão a uma das dietas selecionadas — quanto maior fosse a pontuação, maior seria o sinal de que eles ingeriam uma alimentação mais saudável. Itens como carne e doces foram marcados negativamente, enquanto nozes, frutas e verduras foram avaliados de modo positivo.
— Queríamos entender o papel que a nutrição desempenha na saúde mental, porque acreditamos que determinados padrões alimentares podem proteger nossas mentes. Todas essas dietas estão associadas com benefícios à saúde física, e agora vemos que elas também poderiam ter um efeito positivo sobre a mente — defende a autora principal da pesquisa, Almudena Sanchez-Villegas, da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, na Espanha.
O estudo começou em 1999 com participantes que não registravam quadro de depressão. Além de seus padrões alimentares, outros fatores consideráveis para determinar sua qualidade de vida, como diabetes e obesidade, também foram acompanhados pelos cientistas. Dez anos depois, 1.550 já registravam um diagnóstico clínico de depressão ou usavam antidepressivos.
— Existe uma diferença perceptível quando os participantes começaram a seguir uma dieta saudável. Mesmo uma adesão moderada a estas dietas foi associada com uma importante redução no risco de desenvolvimento de depressão — aponta Almudena.
Uma limitação do estudo está no fato de que os resultados foram baseados em relatos sobre a alimentação, e não há como ter certeza de que eles são verdadeiros. De acordo com os pesquisadores, mais trabalhos são necessários para entender o papel da ingestão de nutrientes no combate à depressão, assim como identificar as substâncias que podem contribuir para o surgimento da doença.
Diário Catarinense
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