CANTO NATIVO
Jaime d’ Altavila
Quando eu morrer,
você rasgue um pedaço deste céu
E faça dele a minha mortalha.
Quando eu morrer,
você cave um torrão de terra virgem
E faça dele o meu travesseiro.
Quando eu morrer,
você arranque o Cruzeiro do Sul
E faça das estrelas meus círios.
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Quando eu morrer,
você corte um ramo de pitangueiras
E cruze, sobre ele, as minhas mãos.
Quando eu morrer,
você plante sobre a minha sepultura
uma palmeira de ouricuri.
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Quando eu morrer,
você diga aos que perguntarem por mim
Que eu morri como nasci:
Brasileiro,
Brasileiro,
Brasileiro.
Jaime d’Altavila, pseudônimo de Anfilófio Melo (AL 1895-1970), formado em Direito, novelista, cronista, poeta, ensaísta, historiador. Fundador da Academia Alagoana de Letras.
Obras:
A Terra Será de Todos 1983
Canto Nativo 1949
Estudos de literatura brasileira 1937
Gênese da literatura alagoana 1922
Lógica de um Burro 1924
Luango 1945
Mil e Duas Noites 1931
O Tesouro Holandês de Porto Calvo 1961
Poesias de J. A. 1995
Encontrado em: Vamos Estudar? Theobaldo Miranda Santos, 3a série primária, Rio de Janeiro, Agir: 1961.
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