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sexta-feira, 27 de março de 2015

Secretaria anuncia interventor para o Presídio de Blumenau após prisões



Operação Regalia prendeu 39 pessoas, entre elas o diretor da unidade. 
Gestor de Itapema vai comandar provisoriamente uma força-tarefa no local. 

Três dias após ser deflagrada a Operação Regalia, que prendeu o diretor do Presídio Regional de Blumenau e outros 12 agentes, a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC) anunciou nesta sexta-feira (27) a nomeação de Marco Antônio Elias Caldeira como interventor provisório da unidade. Caldeira, que é o gestor do presídio de Itapema, também no Vale do Itajaí, vai coordenar uma força-tarefa em Blumenau. 

Ao todo, 39 foram presas na operação na terça-feira (24). Todos são suspeitas de envolvimento em um esquema de favorecimento de presos em troca de dinheiro. A ação envolveu a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), além das polícias Civil e Militar. 

O interventor terá a função de exercer as atividades de execução penal, administrativa e operacional dentro da unidade. De acordo com a secretaria, Elias Caldeira é considerado "um profissional disciplinado, com excelente perfil técnico, além de ter um bom trânsito junto ao Judiciário e ao Ministério Público". 

Agentes presos 
Dois agentes que não tinham tido as prisões cumpridas na operação já estão presos estão na Penitenciária de Florianópolis, segundo De acordo com o delegado Adriano Bini, sub-diretor da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). O último deles, que era considerado foragido, se apresentou na quarta-feira (25) espontaneamente com um advogado na sede da Deic em Florianópolis. 

Outro agente que estava com mandato de prisão em aberto foi preso ainda na noite de terça (24). Ele estava em serviço no Paraná, realizando uma escolta. 
Segundo Bini, os suspeitos presos devem começar a ser ouvidos a partir da próxima semana. “Temos alguns depoimentos marcados para esta sexta-feira, nenhum ainda de preso”, disse o delegado nesta quinta-feira (26) ao G1. 

Os agentes presos devem ficar detidos por 30 dias para serem ouvidos. "Não descartamos que possivelmente nos próximos dias, em razão das diligências de campo, nós possamos representar por novas prisões se assim enterdermos suficiente", informou Bini. 

Sequestro de bens 
Nesta quarta-feira (25), a Justiça decretou o sequestro de bens e valores de contas correntes de todos os detidos na Operação Regalia, como mostrou a reportagem do RBS Notícias. Um dos bens é uma caminhonete de luxo que pode custar até R$ 190 mil. 

Segundo o promotor de Justiça Flávio Duarte de Souza, que conduziu a investigação, um preso deu o veículo de presente para um agente penitenciário. A caminhonete estaria no nome da namorada do agente. 

Para o sub-diretor da Deic, só com a conclusão das investigações será possível afirmar o total da propina recebida pelos agentes penitenciários. “Ainda estamos fazendo a análise da documentação apreendida”, afirmou Bini. 

Detentos iam a pizzarias 
O promotor Flávio Duarte definiu o que ocorria no presídio de Blumenau como um "balcão de negócios". Além de regalias como celulares, ele afirma que os agentes penitenciários chegavam a levar os detentos a pizzarias da cidade e até para casa de namoradas, conforme mostrou o RBS Notícias. 

"Quando se verifica que um agente prisional é capaz de sair com um preso na viatura do presídio para levá-lo para uma pizzaria e depois de comer a pizza o agente prisional retorna para a unidade e o preso vai para casa da namorada, a gente está diante de uma situação que é vexatória para todo mundo", afirma o promotor. 

De acordo com o Ministério Público, o esquema envolvia a diminuição das penas (remissões ilegais), regalias, facilitação de saídas momentâneas da prisão e de fugas, além do ingresso de drogas e celulares nas instituições prisionais. Em troca, os envolvidos ofereciam pagamento em espécie ou em bens materiais. 

'Sistema corrompido' 
"Havia pagamento a agentes prisionais. O sistema estava extremamente corrompido", afirmou o promotor de justiça Flávio Duarte. 
"Infelizmente, nos últimos meses para cá tivemos diversos eventos no mínimo suspeitos. Unimos esforços e chegamos a diversos elementos dando conta da prática de desvio de conduta de agentes penitenciários", disse o sub-diretor da Deic, Adriano Bini. 

A força-tarefa começou ainda na madrugada de terça-feira e envolveu 130 policiais civis e militares, além de um helicóptero. Em nota, a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania e o Deap afirmaram que a operação "é resultado de uma minuciosa investigação iniciada anteriormente e continua em andamento". 

Túneis de fuga 
A operação, que envolveu as cidades de Blumenau, Indaial, Pomerode, Gaspar, Navegantes, Itapema, Porto Belo, Piçarras, Bombinhas e Itajaí, ocorreu um dia após uma nova tentativa de fuga na unidade.

Fonte: G1

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