Esta é uma das mais belas lendas da Amazônia! Conta o povo que, nas noites de luar, os lagos ficam iluminados e dá para ouvir as cantigas das festas e o bate-pé das danças nas quais Iara (assim é chamada a Mãe d’Água) se diverte.
Um jovem pescador remava tranqüilo e feliz, descendo o Rio Negro, em sua canoa cheinha de tucunarés e outros peixes. Para ele, aquele fim de tarde era o mais bonito de toda a sua vida. O céu estava pintado com umas duzentas cores, cada uma mais bonita do que a outra. Era mesmo de admirar!
Quando estava quase chegando em casa avistou, no meio da floresta, algumas crianças de uma tribo brincando e cantando. Ficou encantado com a cena! E nem percebeu quando a canoa entrou em um braço de rio.
Foi passar por ali e começar a sentir umas coisas esquisitas! Arrepiava e sentia frio e calor ao mesmo tempo. Um pouco assustado, olhava de um lado para o outro, mas não via nada. Nadinha mesmo. Assim, seguiu remando.
Muitas vitórias-régias boiavam na beira do rio. De repente... Opa! O jovem avistou algo estranho, mas muito bonito. Em uma das margens do rio nascia outro rio, com água muito brilhante e cristalina. Além da beleza da água, o som de uma cachoeira vinha de lá. Bem que ele tentou desviar. Mas parecia haver um ímã!
Da cachoeira saíam uma gotas que pareciam chuva de prata. E, no meio da chuva, o pescador viu uma luz verde, muito brilhante, descansando sobre as pedras.
Curioso, ele resolveu se aproximar. Viu que a luz se mexia. Chegou mais perto e ficou espantado: a luz tinha a forma de uma mulher. Os cabelos eram negros e compridos. A mulher era linda, a mais bela que ele já havia visto. E ainda cantava mais bonito do que todos os passarinhos juntos! Ele ficou de queixo caído! E tentou tocar naquela imagem.
Grande erro. Não devia ter feito isso! A mulher se assustou e, tchibummmm!, mergulhou no lugar mais fundo do rio. O pescador, então, ficou esperando. Ela tinha de voltar.
Pura decepção, pois a mulher de longos cabelos negros não voltou mais.
O que fez o pescador? Mergulhou para sempre nas águas do rio. Foi atrás de Iara, a Mãe d’Água.
Você acha que a lenda terminou? Agora é que começa: quem olha descuidadamente o espelho do rio ou da lagoa vê a Iara. Ela está lá, com os olhos bem abertos, e, num passe de mágica, atrai a pessoa para o fundo do seu mundo encantado.
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