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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Pílula do câncer é considerada droga segura após testes



A fosfoetanolamina sintética, mais conhecida como pílula do câncer, foi considerada uma droga segura na primeira etapa de testes realizados com humanos pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). O levantamento sobre a avaliação de segurança foi apresentado nesta quarta-feira, 5, quando foi anunciado que a próxima fase de testes, que vai avaliar eficácia, terá início na próxima semana.


Segundo Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp, na dose administrada de três cápsulas por dia, os dez pacientes não apresentaram efeitos colaterais graves, o que permite a continuidade do estudo com mais 20 pessoas em dez grupos de tumores estabelecidos para a pesquisa, entre eles de pulmão, mama, fígado e próstata.


No entanto, seis pacientes não vão continuar entre os participantes por terem apresentado evolução da doença - durante o estudo, os pacientes não estão recebendo outro tipo de tratamento.


"Seis pacientes foram retirados do estudo, porque não estavam sendo beneficiados pelo produto. Tiveram progressão da doença. Isso mostra a complexidade do câncer. Mas o fato de esses pacientes não terem se beneficiado não quer dizer que não há efeitos. Não era objetivo dessa fase testar eficácia, mas mostrar que o produto não é tão milagroso como se imaginava", diz Hoff.


Essa primeira etapa durou dois meses. A estimativa é de que os resultados da segunda sejam apresentados em quatro a seis meses. Para passar para a terceira etapa, cada grupo deve ter ao menos três resultados positivos em relação à eficácia entre os 21 pacientes que serão estudados. A última fase pode ter até 1 mil pacientes.


Polêmica
A fosfoetanolamina começou a ser distribuída para pacientes com câncer antes de passar por testes em humanos e sem a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela foi desenvolvida pelo professor aposentado do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) Gilberto Chierice.


Testes in vitro e com cobaias começaram a ser feitos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), mas a eficácia da substância ainda não foi comprovada.


Fonte: Estadão

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