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quarta-feira, 22 de abril de 2015

23/04 -- Dia Mundial do Escoteiro

23/04 -- Dia Mundial do Escoteiro

O QUE É SER ESCOTEIRO?

Imagine que você está andando tranquilamente na rua e, de repente, é atropelado por um bando de gente vestida de pijamas, smurfs, guardinhas de trânsito ou como preferir.
Todos ostentando um lenço colorido no pescoço e uma série de brochinhos. Eles pedem desculpas e saem tropeçando, correndo atrás de algo que você não sabe bem o que é. Você pensa: "ora, são Escoteiros! Como são bonitinhos e educados!"...Mas, espere!! Será que você sabe o que fazem os Escoteiros?
"O Movimento Escoteiro é um movimento de jovens com a colaboração de adultos voluntários, sem fins lucrativos, que ajuda os jovens e crianças a desenvolverem seu potencial", diz um deles, animado.
Na verdade ele decorou a frase e está prestes a repeti-la ao próximo que perguntar, entregando um folhetinho explicativo (com o telefone escrito, pela 127a. vez, a mão) e com um sorriso enorme.
Não importa se ele decorou e as pessoas não entendem direito quando ele fala rápido, o que interessa é que ele sabe muito bem por que está lá e por que gosta do que está fazendo..
A ação do Movimento Escoteiro é fundamentada na vivência de valores éticos, morais e espirituais que orientam a conduta das crianças e jovens para que se torne cidadãos íntegros e responsáveis, no mundo de amanhã.
Você vai pensar: "Nãaaoo, não pode ser verdade" e ficará imaginando o tipo de maluco que resolve entrar para o movimento.
Mas você está enganado! Nós somos pessoas normais (ou não), e ninguém fica entediado enquanto aprende a ser responsável, pois o nosso método educativo é baseado nos princípios de Baden Powell, que ensinou que devemos aprender através de... Atividades.
Sim, atividades! E quanto você paga por isso?
Espere! Nós não dissemos ainda que tipos de atividades!
Aqui tudo se aprende através de jogos (cansativos ou intelectuais, sujos ou limpinhos, aterrorizantes ou medonhos, engraçados ou extremamente sem nexo, você escolhe sua opção e eles vêm quentinhos!), brincadeiras (sim, aquelas velhas brincadeiras de roda, às vezes com letras em espanhol que ninguém entende mas todo mundo gosta, ou mesmo com gestos um tanto quanto estranhos mas tudo é válido), acampamentos (hummm interessante, estou começando a gostar da história), bivaques, Jogos na Cidade, Caça ao Tesouro, esportes, discussões, reflexões, pintura, teatro, cinema, música, comida, animaizinhos, ciência, lama, radioamadorismo, e muito muito muito mais...
E se você aprender tudo direitinho e se dedicar bastante ainda ganha de brinde diversos brochinhos e paninhos coloridos, e quanto mais você tiver mais você quer ter, e, poxa, estou me desviando do assunto.
Quando discutimos o que fazer para ajudar as tartaruguinhas, por exemplo, estamos trabalhando a convivência o respeito e a preservação dos recursos naturais, pois acreditamos que para atingirmos o desenvolvimento sustentável, além das ações governamentais é necessário educarmos pessoas para coexistirem pacificamente com o seu meio e serem responsáveis pela qualidade de vida do Planeta.
Obviamente esse texto nós copiamos da página do Distrito Bandeirante Acauã. Para isso, planejamos um bocado de atividades que contribuam para a formação de hábitos relacionados com Saúde e Meio Ambiente, como reflorestamento, projetos em parceria com ONG's, campanhas de preservação do nosso meio, além da nossa prática de convivência com a natureza em nossos acampamentos, excursões, escaladas, conversas com minhocas, limpeza de praças, sair correndo de cachorros bravos, etc.
E, enquanto fazemos tudo isso, estamos exercitando a vivência em equipe, porque acreditamos que a paz é resultante de uma coexistência fundamentada no respeito às diferenças Culturais, Econômicas e Sociais.
O Escotismo é mundial, não tem distinção de religião, raça, classe social, poder econômico, time de futebol ou preferências musicais, tampouco tem vínculo político patridário e finalidade lucrativa.
Pessoas que gostam de tomar Toddynho são mais bem-recebidas, mas não se preocupe se esse não é o seu caso, você será acolhido com a mesma empolgação.

Ao entrar no movimento você aprende desde técnicas de sobrevivência na selva até como se equilibrar corretamente em cima de uma lona ensaboada, passando por conhecimentos de primeiros socorros, comunicação, como lidar com deficientes, como dar um nó que mais se pareça com o que você aprendeu, como amarrar canecas em um bambu, como pegar um tomate que se pareça com maçã em um campo escuro no meio de um jogo, como dizer "estou com sono" e "tenho frio" em código morse e assim por diante.
Eventualmente nós também vendemos biscoitos (geralmente Sequilhos, comprados no Brás a 1 real o quilo e vendidos por 2 a unidade), pois infelizmente nunca há dinheiro o suficiente pra nada, e também ajudamos velhinhas a atravessar a rua, se bem que tem sido difícil andar na calçada e não cair pra trás com aquelas mochilas gigantes.
Além do que as velhinhas de hoje estão mais ágeis e fazem compras todas as manhãs no Carrefour, elas que estão começando a dar lugar para Escoteiros cansados.
Espero que não tenha se cansado e esteja pronto para continuar nosso alegre passeio nas entranhas (eca!) do Movimento Escoteiro..
Se quiser parar por aqui pode tomar a Pílula Vermelha e você esquecerá de tudo instantaneamente, mas caso queira conhecer a verdade, tome a Azul e prossiga... (já vi isso em algum lugar).
Então quer dizer que você quer ser Escoteiro?
Que legal! Espero que você esteja preparado para uma vida repleta de coisas divertidas. Você vai aprender um monte de coisas novas, vai fazer muitos amigos, conviver com a natureza e ajudar a fazer um Mundo melhor.
Para participar do movimento escoteiro como membro juvenil não existe nenhuma lista de pré requisitos, basta você ter entre 6 e 21 anos, de acordo com sua faixa etária você participará de um ramo diferente.
O que mais os Escoteiros fazem?
Na verdade os Escoteiros fazem muitas, muitas coisas, ... Vamos listar algumas delas:
Atividades de Sede - São as atividades que fazemos na sede do grupo. São nelas que aprendemos coisas que todo escoteiro sabe. Nós, Amarras, uso de cordas, salvamentos, primeiros socorros, combate a incêndios. Mas não é só isso, existem também jogos muito divertidos, canções, festas, competições, esquetes (uma espécie de representação teatral) e muito mais.
Acampamentos - Está é uma de nossas atividades mais difundidas. É quando vamos ao campo, caminhamos. convivemos com a natureza, construímos Pioneirias (Móveis e construções feitas com madeira ou bambú), descemos rios e escalamos. É claro que temos instruções de como e quando fazer cada coisa com segurança.
Campanhas - É a nossa oportunidade de servir ao próximo.
Fonte: www.geaguiadouradasp.br.tripod.com
Dia Mundial do Escoteiro

23 de Abril

O escotismo, ou escoteirismo, foi fundado pelo general britânico Lord Robert Baden-Powell (1857-1941), que escreveu e ilustrou o Primeiro Manual do Escoteiro, em 1908. É uma organização mundial de educação extra-escolar para meninos e jovens que busca disseminar o espírito comunitário, valorizar a ética nas relações entre as pessoas e as atividades em equipe.
Através da recreação, o escotismo alcança a sua principal finalidade: ajudar os jovens a se desenvolver física, intelectual, social e espiritualmente.

Uma ajuda não custa nada

Conta-se que um dia, em 1909, em Londres, um visitante americano chamado William Boyce se perdeu no meio da neblina. Aproximou-se dele um menino, perguntado se podia lhe ser útil em alguma coisa.
O homem disse que sim, explicando que pretendia encontrar um endereço no centro da cidade. "Vou levá-lo até lá", disse o garoto, porém o homem já puxava do bolso dinheiro para uma gorjeta quando o menino disse: "Não, obrigado, eu sou um escoteiro. Não aceitaria nada por dar uma ajuda".
O homem ficou conhecendo ali, através do menino, o que era um escoteiro e foi levado a conhecer Lord Baden-Powell e a sede do Escotismo Britânico.
Boyce foi para os Estados Unidos levando os princípios de que tomou conhecimento e fundou Os Escoteiros da América. Dali em diante, grupamentos de escoteiros apareceram por todo o mundo, inclusive de meninas.

A flor-de-lis

A flor-de-lis, a insígnia que representa o escotismo, já havia sido usada por Baden-Powell em seu regimento militar, quando lutou na Índia, em 1897.
Ela é encontrada sob várias formas em inúmeras associações de escoteiros pelo mundo, simbolizando os princípios do escotismo, as virtudes que devem ter os escoteiros, principalmente estar sempre alertas e prontos para a boa ação diária.
Aqui encontram-se informações sobre o Escotismo no Brasil, propósito, método, princípios e promessa do escoteiro e do lobinho. Já aqui encontra-se tudo sobre o prêmio Scout Merit on the World Wide Web, o prêmio oferecido aos melhores websites sobre Escotismo.
Pra quem gosta de expedições, é só dar um clique, aqui no site, no ícone Testando e conhecer o Manual de Sobrevivência na Selva.

Você quer ser um escoteiro?

Para participar do movimento escoteiro como membro juvenil não existe nenhuma lista de pré-requisitos, basta ter entre 7 e 21 anos. De acordo com sua faixa etária você participará das atividades de uma seção do Grupo Escoteiro, que é o local onde são realizadas.
Veja em que seção, você pode participar:
Se você tem entre 7 e 10 anos, você vai ser um lobinho e terá a oportunidade de fazer novos amigos, participar de um montão de atividades diferentes e aprender um monte de coisas novas. Você vai conhecer a Jângal, que é uma floresta, e as histórias dos animais que vivem lá, como o urso Baloo, a pantera Bagheera e a foca Kotick.
Se você tem de 11 a 14 anos, você será um escoteiro ou uma escoteira. Terá a oportunidade de aprender e fazer coisas diferentes, muitas delas dentro de um grupo de amigos que formam a "patrulha". Vai poder conviver com a natureza, ajudar o próximo e uma infinidade de outras atividades. Se você tiver um interesse especial por alguma área de conhecimento, poderá se desenvolver e até ser reconhecido por isso.
Se você tem de 15 a 17 anos, você será um sênior ou uma guia. Através de atividades em grupo com outros jovens da mesma idade que a sua, você terá a oportunidade de explorar uma série de desafios, aprender a se conhecer e a entender melhor o mundo em que vivemos.
Se você tem de 18 a 21 anos incompletos e se sente a necessidade de servir a comunidade em um ambiente de amigos com a mesma faixa etária, você vai gostar de saber que o escotismo pode lhe propor esta experiência. Você vai poder dedicar uma parte do tempo elaborando pesquisas, sugerindo projetos que podem e, via de regra, são implementados com sucesso. Além de tudo isso, terá a oportunidade de conhecer pessoas e fazer amigos.
Fonte: www.ibge.gov.br
Dia Mundial do Escoteiro

23 de Abril

História do Escotismo no Brasil

II - Chegada ao Brasil
A primeira notícia sobre o Escotismo publicada no Brasil foi no dia 1º de dezembro de 1909, no número 13 da revista Ilustração Brasileira editada no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, e com circulação nacional. A reportagem tinha o título : Scouts e a Arte de Scrutar; ocupava três páginas e apresentava 7 fotografias. A matéria fora preparada na Inglaterra pelo 1º Tenente da Marinha de Guerra Eduardo Henrique Weaver, onde se encontrava a serviço.
Teve, assim, a oportunidade de presenciar o nascimento do Movimento Escoteiro – Scouting for Boys, criado em 1907 pelo General Inglês Baden-Powell – B. P. Na época, juntamente com o Tenente Weaver, encontrava-se na Inglaterra numeroso contigente de Oficiais e Praças da Marinha – preparava-se para guarnecer os novos navios da esquadra brasileira em construção. Um grupo de suboficiais de entusiasmou com o revolucionário método de educação complementar imaginado por B-P. Entre eles estava o Suboficial Amélio Azevedo Marques que fez com que seu filho Aurélio ingressasse em um dos Grupos Escoteiros locais. Assim, o jovem Aurélio Azevedo Marques foi o primeiro Escoteiro Brasileiro ou, mais precisamente, o primeiro Boy Scout brasileiro.
Quando da vinda para o Brasil, os militares trouxeram consigo uniformes escoteiros ingleses, no valor de trinta libras esterlinas. O Encouraçado "Minas Gerais", navio onde estava embarcada a maioria dos militares interessados em trazer para o Brasil o Movimento Escoteiro, chegou ao Rio de Janeiro em 17 de abril de 1910. No dia 14 de junho do mesmo ano, na casa número 13 da Rua do Chichorro no Catumbi, Rio de Janeiro, reuniram-se, formalmente, todos interessados pelo escotismo e embarcados nos navios que haviam chegado ao Brasil. Naquele local foi oficialmente fundado o Centro de boys Scouts do Brasil.
O evento foi informado aos jornais, os quais publicaram a carta recebida da Comissão Diretora. A correspondência enviada começava nos seguintes termos: À imprensa desta capital, brilhante e poderoso fator de progresso, campeã de todas as idéias nobres, vem o Centro de Boys Scouts do Brasil, solicitar o auxílio de sua boa vontade, o esteio de que necessita para que em todos os lares brasileiros penetre o conhecimento do quanto à Pátria pode ser útil a instrução dos Boys Scouts.
Anexo a comunicação foi enviado documento que descrevia as Bases do Centro de Boys Scouts do Brasil que assim começava:
1º - fica nesta data instituída uma sociedade de instrução, diversões e esportes para meninos, semelhante em tudo que for possível a dos "Boys Scouts" da Inglaterra.
O tomo I – 1910 – 1924 - Os primórdios do Escotismo do Brasil da história do Escotismo Brasileiro, de autoria do Almirante Bernard David Blower, editado pelo Centro Cultural do Movimento Escoteiro em 1994, é a publicação de referência para a obtenção de informações mais complexas sobre este assunto que está sendo abordado de maneira sucinta.
Do mencionado livro, ao final do capítulo II – Introdução no Brasil, transcreve-se: infelizmente, por diversas razões, a existência do Centro (referindo-se ao Centro de Boys Scouts do Brasil) foi efêmera; entre essas razões estavam o fato que de os dirigentes do Centro viajavam constantemente e mesmo por terem alguns sido transferidos para unidades fora do Rio de Janeiro, além da falta de conhecimento do pais sobre o alcance da novel instituição concorrendo para a frequente ausência de seus filhos às atividades escoteiras de campo. Segundo informações, já em 1914 não mais existia o Centro. E mais adiante: No entanto, a semente lançada ainda daria fruto como demostra o capítulo IV.
II – Scout – Escoteiro; Boys Scouts – Escoteirismo, Escotismo?
Sem dúvida, os brasileiros que se encontravam na Inglaterra ao final da primeira década deste século tiveram dificuldades para traduzir os termos ingleses "Scout" e "Scouting for Boys" adotados por B-P quando criou o novo método educacional.
O tenente Weaver procurou encontrar, no vasto vocabulário da língua portuguesa, palavras que tivessem o mesmo significado; optou pela linguagem escorreita, e empregou o verbo escrutar, que significa: "sondar, examinar a fundo os corações, a consciência, prescutar, fazer o possível para entrar no perfeito conhecimento das coisas; procurar descobrir o que é oculto, encoberto; indagar".
A origem é latina, de "scrutare". Usou a grafia scrutar, vocábulo cujas iniciais são as mesmas do scout / scouting. Já os Suboficiais, que haviam tomado a decisão de concretizar a implantação do método criado por Baden-Powell tão logo chegasse ao Brasil, não se preocuparam em criar uma nova palavra e usaram o termo em inglês ao designarem a instituição que fundaram no Brasil. Na Itália, a versão do "Scouting for Boys" foi "Scoutismo".
Na maioria dos países de língua espanhola são usados vocábulos ingleses. Em Portugal é usado o termo Escuta. No Brasil, os vocábulos Escoteiro e Escotismo, com os mesmo significados das palavras adotadas por B-P na sai língua, surgiram em 1914, quando da Fundação Brasileira de Escoteiros – ABE, em São Paulo como será apresentado no item IV.
Só mais tarde os dicionários brasileiros acrescentaram, no verbete Escoteiro, o significado: membro de associação de meninos ou adolescentes organizada segundo o sistema de Baden-Powell. Até então, escoteiro era quem viajava livre, desembaraçado, sem comitiva, sem bagagem; e escotismo era a doutrina de Escoto, teólogo da doutrina de São Tomaz. Ao final da década de 10, sob alegação de natureza semântica, foi também adotado o termo Escoterismo, que caiu em desuso pouco mais tarde.
Surpreendentemente, no Brasil ainda ocorre a impropriedade na tradução das palavras scout e scouting usadas por Baden-Powell, no tempo em que servia no Exército Inglês. Na linguagem militar, o esclarecedor (em inglês o scout) é o observador, o batedor, a quem cabe a difícil tarefa de esclarecer (scouting for boys) penetrando no território inimigo, sem ser percebido, para colher informações úteis ao planejamento das operações. Assim, traduzi-los por escoteiros ou escotismo, resultará no disparate de se produzir o termo Escotismo Militar!
III – Novas "Descobertas" – 1912 A 1915
Certamente, muitos brasileiros estiveram na Europa nos anos que se seguiram à criação do Escotismo em 1907. Há notícias de mais três deles que, ao conhecê-lo, empreenderam esforços para traze-lo para o Brasil:
1º - Dr. Márcio Cardim:- Percorreu a Europa a serviço do país. Em junho de 1910, na cidade de Delft, Holanda, encontrou Escoteiros e passou a se interessar pelo Movimento. Quando em Londres, aprofundou os seus conhecimentos sobre o Escotismo, ocasião em que esteve pessoalmente com Baden Powell. Regressou em 1913 a São Paulo, onde residia, e iniciou uma campanha jornalística de divulgação do Escotismo no "Estado de São Paulo". Participou ativamente da fundação da ABE realizada em novembro de 1914.
2º - Sra Jeronima Mesquita: - Residia em Paris e, por conta própria, mandou imprimir muitos milheiros de folhetos de propaganda com tradução do código e juramento (Lei e Promessa como denominados mais tarde) e, ainda, tradução de trabalhos de B-P. remeteu-os para São Paulo ao Dr. Ascanio Cerqueira, a quem concitava para ali fundar uma associação de escoteiros. Na primeira Diretoria da ABE, o Dr. Ascanio Cerqueira foi um dos Vice Diretores e, Secretários, o Dr. Mário Cardim.
3º - Professor George Black:- Representou a Sociedade de Ginástica Porto Alegre – SOGIPA no Festival de Ginástica de Munique. Na sua passagem pela Alemanha encontrou-se com a organização, métodos educativos e orientação dos jovens na formação das suas cidadanias, ministrados no Grupo de Escoteiros da Sociedade de Ginástica de Munique. Colheu subsídios e, ao retornar ao Brasil, em fins de 1913, fundou um Grupo Escoteiro na SOGIPA. Em 1963 o Grupo passou a se denominar George Black que comemorou 85 anos de atividade em 1998!
O CCME- CENTRO CULTURAL DO MOVIMENTO ESCOTEIRO que, estatutariamente, se destina a fomentar o Escotismo, tem um programa para editar a série "ESCOTISMO BRASILEIRO". Além do primeiro livro já editado e acima referido, seguem-se os demais que correspondem a cada um dos Estados da Federação. Espera-se que, na medida em que forem sendo publicados, sejam mais bem esclarecidas as minudências da História da Escotismo das Regiões Escoteiras que integram a União dos Escoteiros do Brasil.
Nesta breve notícia sobre o início do Escotismo no Brasil, por vezes, são indicados pontos controversos ou insuficientemente esclarecidos. Há que se aguardar a chegada dos novos Tomos, mesmo porque a História jamais poderá ser considerada como inteiramente esclarecida e escrita em termos definitivos. Presentemente, são escassas as informações disponíveis no CCME relativas às iniciativas para a criação de organizações escoteiras nos anos que antecederam a fundação da ABE e que, à semelhança do Centro de boys Scouts do Brasil, tiveram vida efêmera.
No período de 1912 a 1915, o Escotismo foi "descoberto" nos seguintes Estados:
1 – 4 de julho de 1912: - Criação da "PATRULHA DE TREINAMENTO" no Realengo, DF, RJ, sob os auspícios do Tiro de Guerra 112. A direção era do Primeiro Tenente do Exército Antônio Freire de Vasconcellos tendo como auxiliares Gabriel Skinner, Lafayete de Oliveira e I.S. Campos. Quando for escrito o Tomo XX – História do Escotismo no Estado do Rio de Janeiro, essa notícia poderá ser ampliada.
2 – 13 de janeiro de 1913: - O Professor Curt Boett fundou em Blumenau, SC um Grupo Escoteiro. Quando for elaborado o Tomo XXV alusivo ao Escotismo em Santa Catarina, é de se esperar que esta notícia seja completada com mais dados.
3 – 1913: - " NOTAS DE UM ESCOTISTA – 1913-1928" escritas por Benjamim Sodré, logo na primeira página, lê-se: Encontrei na Livraria Briguet um exemplar do "LE LIVRE DE LECLAIREAUR" de Royet, edição de 1913. Lí-o com avidez e entusiasmei-me vivamente pelo Movimento alimentando desde logo a idéia da organização de um Grupo no Botafogo. Em janeiro de 1913 Benjamim Sodré foi promovido a Guarda – Marinha após concluir o curso da Escola Naval.
Nas referidas Notas afirmou: os estudos, o naufrágio do "GUARANY" (navio onde estava embarcado e que naufragou em outubro de 1913 quando participava de exercícios da Esquadra produzindo a morte de 8 dos seus colegas de turma) impediram-me de fazê-lo. Só em 1916 Sodré pôs em prática os ensinamentos de Baden Powell entre os jovens integrantes do Departamento Infanto-Juvenil do Botafogo Futebol e Regatas onde era jogador famoso no time do Clube.
Benjamim Sodré tornou-se figura exponencial no Escotismo Brasileiro com participação efetiva pôr mais de cinquenta anos. Tornou-se oportuno ressaltar o fato de uma Livraria brasileira, já em 1913, oferecer ao público um livro sobre Escotismo, em versão francesa, o que comprova a rapidez de disseminação do movimento com cerca de quatro anos de sua fundação.
4 – 1914: - Há notícia da organização de um Grupo Escoteiro no Ginásio Júlio de Castilhos em Porto Alegre, RS. A iniciativa foi da Professora Camila Furtado Alves e do Tenente do Exército Tancredo Gomes Ribeiro, havendo indícios de o fato haver ocorrido em 1910. Aguarda-se a edição do Tomo XXII que irá tratar da História do Escotismo gaúcho para dirimir essa relevante dúvida.
5 – 23 de dezembro de 1914: - É instalado o GRÊMIO DOS BANDEIRANTES MINEIROS, na cidade de Rio Novo, a 45 Km. de Fora, sob a direção do Tenente Alípio Dias e inspiração do Professor Alípio de Araújo, literato e jornalista que defendeu essa denominação para traduzir Boy Scout. Em 20 de junho de 1915 é fundado o GRÊMIO DE BANDEIRANTES DE JUIZ DE FORA, que se reunia no Tiro de Guerra nº 17, sob a Presidência do Dr. Benjamim Colussi. Espera-se que o Tomo XIV apresente mais detalhes sobre aquelas meritórias iniciativas.
6 – 1915: - Por iniciativa do Comandante Anfilóquio Reis é criado um Grupo Escoteiro na 4ª Escola Masculina do Distrito Federal, sob a direção de Gelmirez de Mello, Chefe Escoteiro que veio a ser um dos lideres do Escotismo do Mar e Dirigente Nacional da União dos Escoteiros do Brasil – UEB.
IV – ESCOTISMO EM BASES SÓLIDAS
A fundação da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESCOTEIROS decorreu da convergência de esforços como anteriormente mencionado. Em 15 de agosto de 1914 realizou-se a Sessão Preparatória da Associação a ser criada em breve.
A reunião contou com nomes de destaque da vida política e cultural de São Paulo, diretores de estabelecimentos de ensino como Colégio Mackensie, Colégio Anglo Americano, Escola Americana, Ginásio São Bento, Diretor da Faculdade de Medicina, Secretários de Justiça e de Segurança Pública do Estado. Alguns nomes merecem ser citados: - Dr. Mário Cardim, já mencionado anteriormente. Homem de ação, tomou as providências necessárias para a efetivação da idéia de criar a ABE; convidou rapazes de 11 a 18 anos para imediato engajamento com o Escotismo e redigiu os Ante-Projetos de Estatuto e Regulamento da nova instituição,- Júlio de Mesquita, Diretor do "Estado de São Paulo", que deu apoio entusiasta à causa, - Dr. Ascanio Cerqueira que recebeu o material informativo enviado de Paris pela Sra. Jeronima mesquita.
No dia 29 de novembro de 1914, no Skating Palace, na capital paulista, numa assembléia pública a que compareceram cerca de 600 escoteiros inscritos e mais as pessoas gradas que parte na reunião do dia 15 de agosto, além de representantes do Estado e do Município, Comando da Reunião Militar e da Força Pública e diversos Diretores de Estabelecimentos de Ensino, foram lidos pelo Dr. Mário Cardim os Estatutos e o Regulamento da Associação brasileira de Escoteiros, a seguir aprovados.
A ABE irradiou o Movimento para todo o país, com representação em Minas Gerais, Paraná, Espirito Santo, Paraíba, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina; já em 1915 existia em quase todos os Estados.
Em 1915 o Deputado Federal por São Paulo César de Lacerda Vergueiro, amigo do Dr. Mário Cardim, apresentou proposta para reconhecer o Escotismo como de Utilidade Pública. O Projeto resultou no Decreto do Poder Legislativo nº 3297 sancionado pelo Presidente Wenceslau Braz em 11 de junho de 1917 que no Art. 1º estabelecia: - "São considerados de utilidade pública, para todos os efeitos, as associações brasileiras de escoteiros com sede no país.
Em 1915 é iniciada a publicação do "JORNAL DA ABE" edição pela Associação.
Há que se destacar outra iniciativa pioneira da ABE tomada em dezembro de 1914, logo após a sua fundação: - a criação do ESCOTISMO FEMININO em São Paulo que "deveria seguir caminho paralelo e independente do Movimento Escoteiro do sexo masculino". Foi criado o Departamento Feminino que contava com Mrs. Kathen Crompton como Instrutora Chefe. Houve troca de correspondência com a Gril Guide Association de Londres, presidida pela Sra. Baden Powell que encaminhou para o Brasil o Manual das Gril Guides e outras publicações técnicas. A iniciativa foi coroada de sucesso, com filiação em muitas cidades paulistas, bem como das ESCOTEIRAS DO ALECRIM no Rio Grande do Norte.
No Tomo I da História do Escotismo Brasileiro há um capítulo tratando especialmente de A MULHER NO ESCOTISMO. O livro descreve, também, as circunstâncias em que, na cidade do Rio de Janeiro, em 13 de agosto de 1919, foi fundado o Movimento Bandeirante do Brasil que sem nenhum vínculo institucional com o Movimento Escoteiro.
Em 1916 é instalada a primeira Escola de Chefes da ABE sob a direção do Coronel Pedro Dias de Campos, que fez parte da primeira Diretoria da Associação. No então Distrito Federal, no Rio de Janeiro, o prefeito Azevedo Sodré, tendo, em 1915, recebido os folhetos da ABE, introduziu a instalação do Escotismo nas Escolas Públicas.
Em 1917, sob o patrocínio da ABE, foi realizado em São Paulo um Congresso Escoteiro, o primeiro do Brasil. Dispõe-se de poucos dados sobre aquele evento; da mesma maneira, aguarda-se a edição do Tomo XXVII alusivo à História do Escotismo de São Paulo para enriquecer esta informação tão relevante.
Incontestavelmente, a fundação da ABE em São Paulo se constituiu no fato decisivo para a consolidação do Escotismo no Brasil. Foi condição necessária; mas não foi suficiente para impedir o seu crescimento desordenado.
V – CRESCIMENTO DESORDENADO
A partir de 1915, em todo o Brasil, passaram a despontar várias organizações escoteiras, algumas delas influenciadas pela atuação da ABE; outras tantas, por iniciativa própria.
Há registro de:
1915: - Associação Pernambucana de Escoteiros; Associação de Boys Scouts de vitória; Comissão Regional de Escoteiros do Paraná; Associação Paranaense de Escoteiros; Legião Amazonense de Escoteiros.
1916 – Grupo Escoteiro do Fluminense Football Club no Rio de Janeiro com a marcante participação da Sra. Jeronima Mesquita juntamente com Guilhermina Guinle e Arnaldo Guinle e Marco Pollo. Os dois últimos escreveram e editaram, no mesmo ano, O LIVRO DO ESCOTEIRO com introdução de Olavo Bilac e Coelho Neto, o que se constituiu no primeiro Manual Escoteiro editado no Brasil.
1917 – É fundada a Associação Maranhense de Escoteiros, informação que poderá ser ampliada no Tomo XI que irá tratar do Escotismo maranhense em particular e poderá revelar as circunstâncias em que foi tomada aquela iniciativa.
Em 29 de janeiro de 1917 foi fundada a LIGA DE DEFESA NACIONAL influenciada por Olavo Bilac, grande incentivador do Escotismo e batalhador pelo fomento do civismo no Brasil. Logo após a sua criação, a ABE aderiu à Liga de Defesa Nacional que, em 17 de abril de 1917, enviou correspondência às Associações de Escoteiros do Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Pernambuco pedindo-lhes que essas Associações se filiassem à de São Paulo. No ofício, a Liga de Defesa Nacional "comprometeu-se a fornecer a todas as Associações co-irmãs todas as informações necessárias ao funcionamento dos batalhões e enviando-lhes todas as publicações que já está distribuindo e vai distribuir". Foi aquela a primeira tentativa para centralizar o Movimento Escoteiro no Brasil evitando o seu crescimento desordenado.
Em 15 de novembro de 1917 foi criada a primeira Tropa de Escoteiros Católicos do Brasil na Paróquia de São João Baptista da Lagoa, no Rio de Janeiro, constituindo-se na Associação de Escoteiros Católicos daquela Paróquia. Até então, nas organizações escoteiras criadas no Brasil, incluindo-se a ABE, era adotado o sistema leigo como regime em suas Tropas.
Em 1919 surgiu a segunda Tropa de Escoteiros Católicos na Escola Popular de São Bento. Havia outras Tropas em pespectiva de fundação, mais imperou o bom senso de não criá-las sem que se pudesse contar com chefes competentes de modo a só se criarem Tropas bem dirigidas. O Dr. E. Peixoto Fortuna participou, com destaque, na criação daquelas duas Tropas. Como Presidente da União Católica Brasileira, o Dr. Peixoto Fortuna resolveu nela criar uma Escola de Instrutores que se instalou em 1º de agosto de 1919. Ultrapassando as dificuldades inicias, em 1920 a Escola já havia formado seis turmas, o que propiciou a criação da ASSOCIAÇÃO DE ESCOTEIROS CATÓLICOS DO BRASIL, instituição que paulatinamente, tornou-se importante e cresceu em efetivo.
Ainda em 1919 a nova Associação iniciou a edição do tablóide "O ESCOTEIRO". Os cincos primeiros números eram de propriedade da casa instalada no Rio de Janeiro "LA VILLE DE PARIS"; no cabeçalho, contava o seguinte: ÓRGÃO DEDICADO À DIVULGAÇÃO DO ESCOTISMO NO BRASIL – PARA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. A loja Ville de Paris tinha uma Seção de Escotismo "com uniformes completos e todos os artigos necessários aos Escoteiros". Em 1925, O ESCOTEIRO tornou-se o órgão oficial da UEB.
Em 1921, aquela Associação realizou um Jamboree intergrupos que se constituiu em assinalado triunfo para os Escoteiros Católicos. Com o nome de ASSOCIAÇÃO DE ESCOTEIROS CATÓLICOS DO BRASIL teve seu Estatuto aprovado, em 11 de junho de 1921, pelo Monsenhor Vigário-Geral do Rio de Janeiro. Logo depois, a Associação filiou-se à Organização Internacional, com sede em Londres, tornando-se, assim, a primeira e única Associação Escoteira brasileira reconhecida internacionalmente, situação que, mais tarde, passou a ser desfrutada pela UEB.
Em 1922, Àquela Associação filiou-se, na condição de co-fundadora, o Office Internacional des Scouts Catholique, com sede em Roma, sob as vistas do Papa e presidido pelo Conde Mário de Carpegna, líder do Escotismo Católico Internacional.
Demonstrando maturidade, no número de julho de 1920 do O ESCOTEIRO, editado pela Associação católica, aventou-se o plano da realização de um Congresso Escoteiro no rio de Janeiro, evento que foi realizado em 1922 e repetido em 1923. Paralelamente com os Congressos, foram realizados Jamboree que a Associação Católica considerou como tendo sido os primeiros efetivados no Brasil. Foi editado o "LIVRO DOS CONGRESSOS ESCOTEIROS DO BRASIL – 1922-1923. PRIMEIRO E SEGUNDO JAMBOREE BRASILEIROS. TÉSES E RELATÓRIOS". O Tomo I da História do Escotismo Brasileiro dedica o Capítulo VI aos CONGRESSOS E JAMBOREES realizados até 1924 e menciona os nomes dos membros dos Congressos, na maioria do Distrito Federal, mas contando também com representantes da ABE de São Paulo, Associação dos Escoteiros do Pará, Liga Amazonense de Escoteiros, Associação de Escoteiros do Alecrim, RN.; relaciona as moções, notas e propostas aprovadas e as Teses apresentadas, com os nomes dos sues autores e dos dois relatores de cada uma delas. Presidiu os dois Congressos o Dr. João E. Peixoto Fortuna.
A idéia da realização dos Jamborees foi levada em 1921 pelo chefe Gabriel Skinner. Continham uma parte escoteira e outra esportiva e alcançaram pleno sucesso.
A Igreja Metodista Americana do Rio de Janeiro, em1916, fundou uma Tropa de Escoteiros com o nome "Union Church Boy Scouts" que, em 1920, deixou o patrocínio da Igreja; passou a ser dependente e, no Conselho de Chefes realizado em 14 de maio de 1921, ficou decidido mudar o nome para "1st Rio Baden Powell Boys Scouts", e assim se registrou no "Boy Scouts Association" de Londres. Passou então a seguir rigorosamente as normas do Escotismo inglês, sendo suas publicações, uniformes e distintivos vindo da Inglaterra; aceitava jovens, não só ingleses, mas também de outras nacionalidades que falassem inglês, em Niterói, então capital do antigo Estado do Rio de Janeiro, havia uma Tropa filiada que denominava "1 st Nictheroy Baden Powell Group". As Tropas funcionaram naqueles moldes até 1942, quando foi decretada a nacionalização de todas as entidades estrangeiras, ocasião em que se associaram à Modalidade do Ar.
O Autor do Tomo I da História do Escotismo Brasileiro, Almirante Bernard David Blower, residiu quando jovem, em Niterói; ao final da década de 30, foi Escoteiro do "1st Nictheroy Baden Powell Group". Presentemente, aquele ilustre militar brasileiro é o Presidente do Conselho Deliberativo do Centro Cultural do Movimento Escoteiro.
VI – DESPONTA O REGENTE
No sentido figurativo, ao se iniciar a década de 30, havia considerável número de músicos, ou seja, de instituições escoteiras, firmemente empenhadas em executar as partituras que elas próprias haviam escrito. Faltava o Regente, com a batuta de Maestro, para definir o tom e Conduzí-los na execução da grande sinfonia escrita por B-P. naqueles anos, o Chefe Benjamim Sodré, o Velho Lobo, mantinha uma Seção sobre Escotismo na Revista infanto juvenil "O TICO TICO". Na edição do dia 32 de janeiro de 1924 publicou um artigo que refletia a conjuntura do Escotismo àquela época, como se vê a seguir:
UM EXEMPLO A SEGUIR PELAS ASSOCIAÇÕES DE ESCOTISMO NO BRASIL
O Escotismo pode-se considerar definitivamente firmado entre nós. Já se passou, aquele período de propaganda vivíssima em que era quase um dever só entoar loas, e esconder os defeitos.
Hoje pode-se sem perigo apontar os males. E esse é o dever.
Entre nós, quatro grandes associações dirigem o movimento escoteiro nacional: a Associação Brasileira de Escoteiros, com sede em São Paulo, Associação de Escoteiros Catholicos do Brasil, a Comissão Centra de Escotismo e a Confederação Brasileira de Escoteiros do Mar, com sede no Rio.
Refletindo o espírito de pouca harmonia dos brasileiros que vivem a brigar; essas associações se correspondem, se entendem, mas não se ligam.
Sofre com isso o Escotismo, que se desenvolve entre nós sem a precisa uniformidade, e sofre o nome do Brasil, que de outro modo poderia figurar entre as grandes potências escoteiras, cousa que não é de desprezar hoje, quando o escotismo tem por mais de uma vez ocupado a atenção e sugerido discussões na Liga das Nações.
Um país possuir cem, duzentos mil escoteiros deve ser, forçosamente, uma razão de consideração no conceito demais. Nós caminhamos para esses números, mas como nossos esforços são dispersos, aparecem sempre informações parciais.
Tentativas têm sido feitas para reunir as Associações, mas todas vãs, porque ora a vaidade de domínio, ora pequeninas questões pessoais conservam afastadas forças preciosas que deveriam unir, valendo pelo dobro.
É, um dever de todos, deste o mais pequenino escoteiro até ao mais importante Chefe, procurar criar uma atmosfera de harmonia entre todas as associações, para que elas se liguem constituindo uma confederação geral que possa representar o Escotismo do Brasil.
A seguir, Velho Lobo referiu-se ao exemplo do Escotismo francês e concluiu: Isso viria resolver o nosso caso. Nenhuma associação seria mais do que a outra, todas estariam no mesmo pé de igualdade e, suprema aventura, alguém poderia falar pelos "Escoteiros do Brasil", que já são tão numerosos mas que devem conservar-se mudos e desconhecidos porque são desunidos.
No dia 7 de setembro de 1924 o Padre Leovigildo França, Vice-Presidente da Associação de Escotismo Católicos, realizou interessante Conferência sobre o Escotismo. O ilustre Prelado fora o Chefe da Delegação que representou o país no Grande Jamboree Internacional em Copenhague. Sua Conferência, ilustrada com projeções, deu uma impressão muito nítida do que foi aquela grande concentração escoteira mundial.
O Velho Lobo assistiu à Conferência e, comovido, afirmou: "Para o futuro, o Brasil se deve representar, em qualquer reunião internacional, não por uma delegação de uma de suas Associações, mas por uma Delegação de Escoteiros do Brasil. A seguir renovou o seu apelo feito em janeiro em "O TICO TICO" e remeteu cartas ou fez contatos pessoais com os principais responsáveis pelas Instituições Escoteiras convocando-os para se reunirem com o fim de criarem uma Associação Nacional do Escotismo Brasileiro.
Com exceção do representante da Associação Brasileira de Brasileira de Escoteiros, de São Paulo, todos os demais atenderam ao convite. Passaram a se reunir, seguidamente, na sede do Clube Naval, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Dado o grande interesse e a boa vontade de todos, a tarefa foi fácil e, em 4 de novembro de 1924, foi fundada a UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL – UEB. Sua primeira sede provisória foi no Clube Naval.
A UEB iniciou sua vida pela justaposição de Federações que praticavam o Escotismo por conta própria. Haviam elas construído seus patrimônios, suas culturas próprias e gozavam de plena independência. No primeiro Estatuto da UEB houve a preocupação em preservar a autonomia de que desfrutavam as Federações. Foram necessários vinte e seis anos para que, em 1950, se consolidasse a completa integração do Movimento Escoteiro no Brasil. No bojo da imprescindível reforma foram extintas todas as federações, incluindo-se, obviamente, as de Terra, Mar e Ar, e se desfez a tradicional trindade encontrada na natureza e que se refletia no Escotismo brasileiro; surgiram as modalidades Básica, Mar e Ar.
Fonte: www.escoteiro.org
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HISTÓRIA DO ESCOTISMO E DE SEU FUNDADOR

Robert Stephenson Smyth Baden-Powell à luz a 22 de Fevereiro de 1857, (LONDRES) mentor e fundador do escotismo, logo nos primeiros passos da juventude militar, (1876) prestou exames na Academia Militar e logo em seguida por sua aplicação recebeu a patente de Alferes do Regimento de Hussardos n.º 13 e o transferiram para as Índias, então possessão inglesa e desde cedo distinguiu entre seus pares não só pelo zelo no cumprimento dos seus deveres, mas também nas habilidades desportivas e boa camaradagem, culminando em 1883, com a idade de 26 anos, ser elevado a honraria militar de Capitão e Ajudante do Regimento.
Em 1893 foi escolhido para uma missão especial contra os Povos Ashanti, (Índias), pois seu Rei nativo estava levando seus discípulos e Estado Indígena a graves complicações sociais e econômicas, quando BADEN POWELL foi enviado como adido militar comandante-em-chefe de uma expedição para restabelecer a ordem dos grupos antagônicos. Marchando com seus homens, POWELL por longos 200 km através de densos bosques e florestas, varando rios caudalosos, o protagonista POWELL com seu pioneirismo aprendeu a maneira prática e útil de construir pontes, sobreviver nas florestas, ouvindo aqui e acolá, ensinamentos e ditos populares como "devagar devagarzinho se apanha o macaquinho" que veio a ser o seu ditado preferido.
Engalanou-se com um chapéu de aba larga pela primeira vez na operação dos Ashanti e os nativos chamaram-lhe, por isso, "Kantankye" ou "chapéu grande" e terminada a expedição foi promovido à patente de Coronel e pouco depois se punha a caminho do que ele dizia ser "a melhor aventura da vida "A Guerra dos Matabeles, hoje Zimbabwe, a antiga Rodésia, por onde haviam um grupo de imigrantes ingleses, (colonizadores) considerados pelos nativos como invasores levando-os a sublevação com o massacre de colonos, obrigando-os ao refúgio nas montanhas, perdendo seus bens e até entes queridos.

Os nativos, também em guerra, refugiaram-se nas mesmas regiões dos colonos, mas sabiam os segredos das montanhas. Havia lugares difíceis de atingir, pois as suas grandes rochas ofereciam muitos perigos e Powell foi encarregado da explorar aquelas terras, mas sua missão não era fácil, pois tinha de descobrir o paradeiro do inimigo e o que era mais difícil, como atingir suas fortalezas. Perdeu muitas noites nas expedições de exploração, mas era tão bem sucedido, que quase sempre guiava os soldados ao lugar ideal para o ataque.
Desenhou mapas de grande valor na estratégia militar e foi durante esta campanha que ele se tornou conhecido como um grande explorador e os povos nativos, os Matabeles o intitularam de "Impisa", "o lobo que não dorme".
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O LOBO QUE NÃO DORME
Mas Powell era um sorrateiro lobo e sabia que gritavam com ódio o seu nome e o ameaçavam com toda a espécie de torturas caso o capturassem e suas experiências de observação e dedução, bem como muitos dos episódios que viveu, foi por ele mais tarde aproveitados na educação dos jovens Escoteiros, os filhos do LOBO QUE NÃO DORME.
Em seguida confiaram ao LOBO o comando do Regimento de Dragões 5, então em serviço na Índia e muito lastimou, mas fiel as ideais militares da FORÇA MILITAR DA INGLATERRA dedicou de corpo e alma ao novo trabalho, com entusiasmo e eficiência. Procurou que os seus soldados encontrassem a felicidade mesmo nas dificuldades e procurou conquistar-lhes rapidamente a confiança. A realização mais importante de BADEN POWELL foi seus métodos de treinamento e dedicação a estratégia militar, e dividia seis soldados em pequenas unidades de meia dúzia, gerando daí, a que nós depois no Escotismo chamaríamos Patrulhas - sob o comando de um deles - o nosso Guia de Patrulha. Aqueles que melhor desempenhassem os seus deveres tinham o privilégio de usar uma insígnia especial - uma Flor de Lis - que na bússola indica o rumo do Norte.
Em 1899 POWELL regressou à Inglaterra e arquitetou outro empreendimento, sempre nas lições trazidas da Índia, em especial, o manuscrito de um pequeno livro chamado "Aids to Scouting" ("Auxiliar do Explorador") que continha as palestras que fizera aos seus soldados, com muitos exemplos de observação e dedução. Antes que o livro fosse publicado, já ele estava de novo a caminhos da África do Sul, onde se preparava uma Guerra com os Boers.
Chamara-lhe a atenção, para seu orgulho militar e de cavalheiro, que seu livro "Aids to Scounting" tinha sido adotado como compêndio na educação da juventude inglesa, e um dos precursores do escotismo, Sir William Smith, fundador da Brigada dos Rapazes, pediu a POWELL que adaptasse os métodos de exploração à formação dos jovens. POWELL sem rogar, estudou um plano e em 1907 fez um acampamento experimental na ilha de Brownsea, com duas dezenas de rapazes de todas as classes. Este acampamento foi tão bem sucedido que resolveu escrever tudo o que tinha ensinado à volta do "Fogo de Conselho". Assim nasceu o "Escotismo para Rapazes".
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Foi primeiro publicado em fascículos quinzenais, nos primeiros meses de 1908. Os rapazes buscavam-no por toda a parte e rapidamente formaram Patrulhas com os seus amigos. O número cresceu depressa – e pelos fins de 1908, havia 60.000 Escoteiros, causando, inclusive, problemas de ordem material, pois o LOBO QUE NÃO DORME teve que se esforçar muito para conseguir insígnias, uniformes, cartões de filiação, tamanho o sucesso alcançado pelo escotismo nos ideais fundados do grande militar BADEN POWELL.
Seu movimento cresceu tanto que em 1910, compreendeu-se que o escotismo seria a obra a construir os novos cérebros e uma juventude sadia. Baden Powell vendo o crescimento do escotismo e levado por esse idealismo exonerou-se das Armas Inglesas, onde havia chegado ao galardão de Tenente-General, e em uma segunda etapa, voltou-se inteiramente a consolidação de seus ideais no escotismo. OS LOBOS NUNCA DORMEM.
ENTENDA O BUREAU - O SÍMBOLO DO ESCOTISMO
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IMAGENS HISTÓRICAS DE BADEN POWELL
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AS SEMENTES DO MOVIMENTO ESCOTISTA A ARMADA BRASILEIRA – BERÇO DE HERÓIS OS LOBOS NÃO DORMEM JAMAIS
Em 1907 foi o ano de esplendor do movimento escoteiro (Scouting for Boys) e desta data lembramos tanto sua fundação em terras brasileiras, como pela sua importância na arregimentação dos moços para a paz e proteção da natureza.
Naquele longínquo 1907, Oficiais e Praças da Armada Brasileira estavam na Inglaterra e vários se impressionaram com esse novo método de educação complementar que Baden Powell havia idealizado e o Suboficial Amélio Azevedo Marques não hesitou e com seu filho Aurélio, logo após ver as vantagens desses métodos escotistas, ingressou em um grupo de escoteiros da Inglaterra, vindo a tornar-se, além de uma lenda viva no nosso país, é considerado o primeiro escoteiro brasileiro.
Logo depois, por volta de 1910, o movimento escotista foi introduzido no Brasil, por intermédio desses marinheiros e oficiais da gloriosa Marinha Brasileira, os quais vestiram-se com os ideais de Powell, trazendo uniformes escoteiros e o lançamento das primeiras de sementes do movimento escoteiro no Brasil, culminado que, no dia 14 de junho de 1910, foi oficialmente fundado no Rio de Janeiro, o Centro de Boys Scouts do Brasil, nascido das primeiras semeaduras e precursor do escotismo. Esse é o verdadeiro marco inicial da história do escotismo no Brasil.
A partir de 1914, surgiram em outras cidades vários núcleos, dos quais o mais importante foi a ABE - Associação Brasileira de Escoteiros em São Paulo , fundada com o apoio de respeitados Diretores de estabelecimentos de ensino, Secretários de Justiça e de Segurança Pública do Estado e pessoas que foram fundamentais para a consolidação do escotismo no Brasil, como Mário Cardim, que concretizou a idéia de criar a ABE e tomou a frente para a preparação das pessoas, regulamentos e estatutos.
O jornalista Júlio de Mesquita, Diretor do "Estado de São Paulo" e o Ascanio Cerqueira, receberam da inesquecível dama da sociedade bandeirante Jerônima Mesquita, diretamente de Paris, o material didático do procedimento formal da organização, passando o grupo e alguns idealistas, a formatar nosso escotismo, para a formação de sua personalidade jurídica.
A ABE espalhou o Movimento Escoteiro por todo o país e em 1915 já contava com representações na maioria dos Estados Brasileiros e neste mesmo ano, uma proposta para reconhecer o Escotismo como de Utilidade Pública resultou no Decreto do Poder Legislativo n.º 3297, sancionado pelo Presidente Wenceslau Braz e em 11 de junho de 1917 sancionou o DL, o qual em seu artigo 1.º estabelecia: "São considerados de utilidade pública, para todos os efeitos, as associações brasileiras de escoteiros com sede no país." – a mãe-pátria brasileira acabava de gerar um de seus mais importantes filhos, o ESCOTISMO.
A História do Escotismo no Brasil, porém, só veio a ganhar amplitude nacional em 1924, quando da fundação no Rio de Janeiro da UEB - União dos Escoteiros do Brasil, semente-mor unificadora do processo de aglutinação dos diversos grupos e núcleos escoteiros dispersos nas terras brasileiras, movimento consolidado por volta de 1950, quando a formação social foi fracionada por regiões e Estadas, cada uma delas abrangendo um Estado ou Território Nacional.
Fonte: www.gebrapa.com.br
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HINO ALERTA

Ra-ta-plan, do arrebol, Escoteiros vede a luz!
Ra-ta-plan, olhai o sol do Brasil que nos conduz!

Alerta, ó Escoteiros do Brasil, alerta!
Erguei para o ideal os corações em flor!
Ó mocidade ao sol da Pátria já desperta,
À Pátria consagrai o vosso eterno amor!

Por entre os densos bosques e vergéis floridos
Ecoem as nossas vozes de alegria intensa
E pelos campos fora, em cânticos sentidos,
Ressoe um hino ovante à nossa Pátria imensa!
Alerta! Alerta! Sempre Alerta!
Um-dois, um-dois!

Ra-ta-plan, do arrebol, Escoteiros vede a luz!
Ra-ta-plan, olhai o sol do Brasil que nos conduz!

Unindo o passo firme à trilha do dever,
Tendo um Brasil feliz por nosso escopo e norte.
Façamos o futuro em flores antever
A nova geração, jovial, confiante e forte!

Mas se algum dia, acaso, a Pátria estremecida
De súbito bradar: Alerta! Ó Escoteiros!
Alerta respondendo, à Pátria nossas vidas
E as almas entregar, iremos, prazenteiros!
Alerta! Alerta! Sempre Alerta!
Um-dois, um-dois!

Ra-ta-plan, do arrebol, Escoteiros vede a luz!
Ra-ta-plan, olhai o sol do Brasil que nos conduz!
Fonte: www.escoteiro.com.br

 

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