Sedentarismo é fator de risco para inúmeras doenças
Especialista explica quais cuidados devem ser
tomados antes de iniciar uma atividade física
Pesquisas da Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC) mostram que a população atual gasta bem menos calorias por dia do que
gastava há 100 anos. Cerca de 70% da população brasileira não pratica
exercícios físicos regularmente. Além disso, o sedentarismo aumenta entre 20% e
30% o risco de mortalidade, em especial por doenças crônicas, como a doenças
cardiovasculares e o diabetes, de acordo com estimativa da Organização Mundial
de Saúde (OMS). Os dados são alarmantes e reforçam a importância de abandonar o
sedentarismo.
O sedentarismo se caracteriza pela falta ou
diminuição da atividade física, tendo relação com a quantidade de calorias
gastas semanalmente, seja em atividades esportivas ou nas tarefas do dia a dia.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
para ser considerada uma pessoa ativa é preciso queimar 2.200 calorias por
semana, ou cerca de 300 calorias por dia.
“Existe uma relação direta entre o sedentarismo e
obesidade, maior risco de se desenvolver doenças coronarianas, diabetes,
osteoporose, câncer e problemas neurológicos. A atividade física regular
contribui para o aumento da massa muscular e redução da gordura corporal,
melhora a capacidade respiratória, a circulação sanguínea, o equilíbrio, a
coordenação, ajuda no controle da glicemia e pressão arterial, dentre outros
benefícios”, esclarece o educador físico, especialista em treinamento, Fernando
Mazota.
Os riscos associados ao sedentarismo e os benefícios
da prática regular de atividade física são excelentes motivos para começar a se
exercitar. Contudo, é muito comum que a pessoa se sinta desmotivada após uma
mudança brusca na rotina, principalmente quando não tem afinidade com a
atividade escolhida. “Para quem deseja sair do sedentarismo e iniciar um
programa de atividade física é fundamental a escolha de uma atividade que seja
agradável ao praticante, visando evitar a interrupção dos exercícios pela perda
do estímulo. Encontrar a atividade física ideal é fundamental para garantir a
permanência e os benefícios a longo prazo”, recomenda o especialista.
A SBC recomenda que pessoas acima dos trinta anos,
principalmente quando há fatores de risco como obesidade, tabagismo,
hipertensão, diabetes ou histórico familiar para doenças cardiovasculares,
realize uma avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade física.
“Avaliar os riscos e a condição geral do praticante é fundamental para garantir
a segurança na prática”, complementa o treinador.
De acordo com o especialista, devem ser considerados
os seguintes fatores de risco para a prática de atividades físicas:
- Idade: Em geral, quanto mais velho o indivíduo,
maior o risco para problemas coronários. Homens com mais de 45 anos e mulheres
com mais de 55 anos ou com menopausa precoce sem reposição hormonal devem ter
maiores cuidados.
- Gênero: Mulheres normalmente têm menor risco de
desenvolver doenças coronárias que homens.
- Histórico de saúde do paciente e da família: Se o
praticante já tem histórico de doenças cardiovasculares, pulmonares e
metabólicas ou se possuir pais, filhos ou irmãos que tiveram infarto com menos
de 55 anos (homens) e 65 anos (mulheres), deve ter um cuidado especial ao
realizar exercícios. Pressão arterial acima de 140/90 mmHg também é considerada
um fator de risco.
- Sedentarismo: Se o indivíduo pratica menos de 30
minutos semanais de atividades físicas é considerado sedentário e tem maior
risco cardiovascular.
- Fumo: O cigarro é causador de diversas doenças, e
pessoas que fumam têm o dobro de chances de desenvolver doenças
cardiovasculares que não-fumantes. O risco é maior para quem fuma ou deixou de
fumar nos últimos 6 meses.
- Nutrição inadequada: Uma dieta composta por muitos
açúcares e gorduras contribui para o aumento do colesterol, da pressão
arterial, do diabetes e da obesidade. O colesterol deve estar abaixo de
200mg/dL, os triglicérides devem estar abaixo de 150mg/dL e os níveis de
glicose sanguínea devem estar abaixo de 100mg/dL.
- Estresse: Se o indivíduo está muito estressado, há
um aumento na frequência cardíaca, na pressão arterial e na ventilação
pulmonar, podendo ocasionar problemas durante a prática de exercícios.
- Excesso de gordura corporal: Indivíduos com IMC
superior a 30kg/m² são considerados obesos e devem ter atenção redobrada ao
realizar atividades físicas. O IMC é calculado dividindo a massa (em kg) do indivíduo
pelo quadrado de sua altura (em metros). (IMC=massa/altura)”.
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