Falei no vídeo anterior sobre o
professor se utilizar da bagagem inata do aluno para ajuda-lo a se
apropriar do conteúdo fazendo com que a aprendizagem aconteça.
Mas na maioria das vezes só usar esse
recurso não é o suficiente. Quando a dúvida surge no meio do processo e
está relacionada àquele tema, essa prática normalmente resulta em
sucesso, porém quando o aluno já traz na sua bagagem uma lacuna imensa
obtida nos anos anteriores, que não foram superadas, então a dificuldade
de aprendizagem é mais séria e consequentemente a ação do professor
terá que ser complexa.
O professor terá, primeiramente, que
identificar onde foi que começou essa dúvida para que o aluno consiga
superá-la e avançar. O desafio é imenso e na maioria das vezes o
professor está sozinho nessa batalha, pois dificilmente consegue a
colaboração da família, que se fosse atuante já teria ajudado o filho a
superar, e muito menos do aluno que se sente desanimado, desmotivado e
não coopera.
Nesses casos o professor passa a agir na
tentativa e erro em consonância ao acesso à literatura, às pesquisas na
internet, às leituras de grandes educadores até conseguir “atingir”
certeiramente o aluno e fazê-lo superar a dificuldade.
Quando finalmente o aluno se apropria é
como se uma janela imensa se abrisse iluminando o quarto que até então
estava escuro. O olhar de satisfação do aluno é tão intenso que chega a
emocionar o professor. É um momento sublime! A alegria que invade o
professor é tamanha que normalmente ele não se contém e manifesta a sua
satisfação das mais variadas maneiras.
Eu me lembro de uma situação simples,
mas que me deu tanta alegria que serviu de norteador durante muito
tempo. Eu estava com alunos do 2º ano do Ensino Fundamental que tinham
dificuldades de relacionar o numeral com a quantidade que ele
representa. Então levei para a escola 5 de latas de diferentes tamanhos e
6 latas pequenas do mesmo tamanho tipo de molho de tomate para
trabalhar a noção de quantidade. Na sala de aula eu esvaziei uma
prateleira e arrumei as 5 latas diversas (3 grandes e 2 pequenas) na
prateleira de cima, e na prateleira de baixo coloquei as 6 latas
pequenas.
Consequentemente as 5 latas grandes
ocupavam na prateleira um espaço maior do que as 6 pequenas e era esse o
objetivo, fazer com que eles identificassem a prateleira que tinha mais
latas pela quantidade e não pelo espaço que ocupavam.
Eu chamava, um a um, e pedia para que me dessem a resposta e a justificativa em segredo (para que os demais não ouvissem a resposta). A maioria deles após duas ou três vezes experimentando, tirando e recolocando, contando as latas nas prateleiras me dava a resposta correta.
Eu chamava, um a um, e pedia para que me dessem a resposta e a justificativa em segredo (para que os demais não ouvissem a resposta). A maioria deles após duas ou três vezes experimentando, tirando e recolocando, contando as latas nas prateleiras me dava a resposta correta.
Porém teve um aluno que não conseguia
dissociar a quantidade do espaço ocupado pelas latas. Minha criatividade
em sugerir diferentes experimentações estava se esgotando quando,
finalmente, ele percebe que embora as latas fossem menores de tamanho
estavam em maior quantidade. Nesse momento a expressão dele mudou, o
olho dele tinha um brilho diferente e a convicção na voz fez com que a
classe toda vibrasse e todos nós, juntos, demos um grande abraço
coletivo nele.
Foi um momento mais do que especial.
Só nós, professores, é que temos o privilégio de viver essas emoções. Você tem uma experiência legal? Emocionante? Complicada?
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Vamos mostrar o #ValordeSerProfessor
Juntos somos mais fortes!
http://educaja.com.br/2015/07/o-brilho-no-olho-diante-da-descoberta-do-saber-valordeserprofessor.html
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