Em qualquer turma de Educação Infantil, o professor precisa ter
dois conhecimentos fundamentais para elaborar o planejamento
das atividades de qualquer eixo de aprendizagem.
São eles:
Conhecer muito bem quais são as expectativas de aprendizagem de cada eixo da Educação Infantil;
2. Conhecer os saberes de sua turma e de cada criança
nos diferentes eixos.
O primeiro aspecto é fruto de estudos constantes e da elaboração
coletiva de um quadro simples e claro para o conteúdo de cada
nível e eixo. Cabe ao coordenador pedagógico fazer as formações
continuadas para que os professores tenham uma clareza, cada
vez maior, dos conteúdos de aprendizagem. O segundo item precisa
de um planejamento específico de atividades diagnósticas por
eixo e é sobre ele que falarei no texto de hoje.
Diagnóstico dos saberes
Na semana passada, falei sobre a importância de realizar essas
atividades alguns dias após o retorno das férias. Esse período é
essencial para a adaptação das crianças à rotina escolar e para
o professor conseguir repertoriar os pequenos com jogos,
brincadeiras e situações de oralidade, arte, matemática, leitura
e escrita.
Bem, passado esse período de mergulho na rotina, é hora de
mapear os saberes da turma. Para tanto, é preciso ter alguns
focos definidos por nível e por eixo.
Vocês podem ver um exemplo de quadro diagnóstico clicando aqui.
Para saber quais são os conhecimentos reais de cada criança,
será preciso planejar atividades que ela faça sem qualquer
intervenção do professor. Isso é importantíssimo! A criança
precisa realizar a tarefa demonstrando o que sabe e o que
precisará aprender. Caso o professor dê uma dica ou direcione
para consultas, a situação deixará de ser de diagnóstico e
passará a ser de aprendizagem.
As contribuições de Lev Vygotsky
O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1986-1934) deu uma
grande contribuição à Educação em relação a esse assunto
quando diferenciou a zona de conhecimento proximal da zona
de conhecimento real. A primeira é o que a criança é capaz
de fazer com ajuda do professor, por exemplo, e a segunda é
o que ela sabe fazer com a autonomia.
Um exemplo claro disso é quando pedimos para uma criança
pequena quantificar uma coleção de objetos. Se o professor
orientá-la a organizar as peças linearmente e ajudá-la a se l
embrar dos números rasos (20 e 30, por exemplo), ela certamente
quantificará corretamente. Entretanto, se não houver qualquer
intervenção do professor, ela se “atrapalha” e conta cada objeto
mais de uma vez, assim como se equivoca ao recitar a sequência
numérica.
Na primeira situação, podemos dizer que o conhecimento de
quantificar está na zona de conhecimento proximal, enquanto
a segunda situação se relaciona com o conceito de zona de
conhecimento real.
Como propor a atividade diagnóstica para as crianças
Um jeito bacana de fazer isso é compartilhar com os pequenos
falando algo mais ou menos assim:
“Turma, eu estou muito contente de observar como vocês são
espertos e já sabem muitas coisas! Então, hoje nós vamos fazer
algumas atividades para que eu possa registrar o tanto que vocês
já sabem. Por isso, cada um vai fazer do seu jeito. Vou explicar,
mas não vou ajudar. E também só hoje não vale perguntar para o
amigo, tudo bem?”
Para fazer isso, o professor precisará estar atento e observar
os procedimentos de cada criança. Esse trabalho pode ficar mais
fácil se a sala for dividida em grupinhos ou em dois grupos.
Há de se registrar todos os dados obtidos para ter conhecimento
de quais são os saberes dos pequenos. Assim, será possível
planejar atividades ajustadas para os diferentes agrupamentos
de crianças.
FONTE:
http://alfabetizacaocefaproponteselacerda.blogspot.com.br/search?updated-max=2014-02-06T15:18:00-08:00&max-results=7&start=14&by-date=false
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